Tudo começou
no início dos anos 80 quando São Luís do Paraitinga
resolveu ressuscitar seu carnaval de rua, morto havia mais de 60
anos por ordem de um padre italiano que vetou a festa nas ruas da
cidade. Vários blocos se formaram entre seus moradores que,
espontaneamente, elegeram as marchinhas dos carnavais do passado
para serem cantadas por todos, deixando o samba de lado. Em 1984,
foi criado o primeiro Festival de Marchinhas de Carnaval, atraindo
muitos compositores locais e da região. Hoje, São
Luís gaba-se de ter reunido mais de duas mil marchinhas desde
então.
Este ano, no sábado,
19, repetindo o sucesso dos anos anteriores, mais de seis mil pessoas
reuniram-se nas escadarias da igreja da Praça da Matriz para
assistir o final do Festival. Entre as oito finalistas, venceu a
música do luisense Afonso Pinto, um dos fundadores do Carnaval
de São Luis, com a marchinha “Além do cemitério”.
O refrão fácil e bem humorado “Só se
vê alma penada em alto astral/ Vem brincar no carnaval”
caiu na boca do povo que não parava de canta-lo.
Outras cidades do Vale, a exemplo de São Luís, estão
tentando também recuperar algumas tradições
dos antigos carnavais de rua, realizando concursos de festivais
de marchinhas.
Em Ubatuba, acontece
as eliminatórias das músicas do III Festival de Marchinhas
nos dias 26 e 27, a partir das 20 hs no coreto da Praça Exaltação
da Santa Cruz, em frente à Igreja Matriz. A finalíssima
será na sexta-feira, 1, primeiro dia do carnaval.
Em Quiririm, também
ocorrerá o II Festival de Marchinhas com as eliminatórias
acontecendo nos dias 25, 26 e 27 de janeiro. Se depender da animação
de Elisa, que abriu o salão de seu restaurante para a confecção
das cartolas e dos chapéus coloridos das torcidas organizadas,
o sucesso já está garantido.
Tudo indica que
as marchinhas vieram para ficar, alegrando os que curtem o carnaval
de rua com canções de letra simples, repletas de trocadilhos
picantes e rimas que falam do cotidiano local e regional.
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