Quase
ninguém tomou conhecimento do balanço dos 100 dias,
uma obrigação imposta pela Lei Orgânica. E quem
leu não quis opinar. O relatório foi entregue única
e exclusivamente para os vereadores. Os cidadãos em dia com
seus impostos e demais obrigações não têm
o mesmo direito. As solicitações feitas por CONTATO
recebiam a seguinte resposta do sr. Carlos Alberto da Silva: “Não
enviamos para nenhum veículo de comunicação.
Só enviamos à Câmara”.
Os vereadores consultados por nossa reportagem, com exceção
do petista professor Jeferson, revelaram um desconhe-cimento abissal
(da falta de) do conteúdo.
Curiosidades
O relatório tenta mostrar a situação encontrada.
Em 13 áreas, o grande problema apontado é a falta
de pessoal. Não é preciso ter QI acima de zero para
concluir que contratações em massa deverão
ser anun-ciadas. Ao mesmo tempo, o departamento de Administração
informa que, em 31 de dezembro de 2004, havia 3.771 servidores entre
estatutários, celetistas e comissiona-dos, além de
72 aposentado e 16 pensio-nistas. Portanto, depois de 100 dias de
levan-tamento, ninguém sabe quantos e quais são os
classificados em cada uma das 3 primeiras categorias.
Autismo
político
O relatório não traz qualquer manifesta-ção
do prefeito. Foram omitidos todos os problemas ocorridos e que revelam
o despre-paro dos assessores mais próximos.
Em janeiro, chocaram-se com a Consti-tuição quando
mantiveram os mesmos slogans de campanha de Roberto Peixoto (PSDB)
em material de publicidade insti-tucional da administração
muncipal. Em se-guida, conseguiram desagradar todos os co-merciantes
da região do mercado municipal por falta de entrosamento
entre o DOP e o Trânsito. Em seguida, a prefeitura alugou
por valores acima do mercado o mesmo espaço utilizado pela
campanha de Roberto Peixoto.
Em fevereiro, o nepotismo explícito atraiu críticas
do ex-prefeito. A ruptura anunciada foi controlada com promessas
e acordos que garantiram a manutençãos dos amigos
e familiares de Bernardo Ortiz na prefeitura. Sem autoridade, Peixoto
fez de conta que não viu o trem de alegria proposto pela
Câmara que acabou sendo aprovado por WO do prefeito. O grande
feito do mês foi anunciar durante as folias do Momo que iria
transformar Taubaté em um pólo carna-valesco. Como?
Ninguém sabe.
Em março, o nepotismo voltou à tona e um fato gravíssimo
está sendo olimpicamen-te ignorado: a agressão sofrida
por jornalis-tas no aterro sanitário por funcionários
da prefeitura que formam uma tal de Ronda.
Em abril, as crises se ampliaram. Na educação, a municipalização
do ensino fun-damental recebeu críticas de todos os lados.
O departamento de Obras foi obrigado a cancelar uma licitação
dirigida para um único fornecedor de usina de asfalto a quente.
O concurso público usado para a driblar a legislação
em vigor foi anulado pela Justiça. As prometidas secretarias
são cobradas por ausência de sinal a respeito. E, finalmente,
o prórpio balanço agravou ainda mais as tensas relações
entre o ex e o atual prefeito.
Nas rodinhas que discutem política na praça D. Epaminondas,
já começaram as apostas. Tem gente apostando que desse
jeito o governo de Peixoto não passará de fabu-loso
vôo de galinha. Se voar. Façam suas apostas. |