Cláudio Vaz, presidente do CIESP –
Centro das Indústrias do Estado de São Paulo –
sugeriu que suas 41 diretorias regionais comemorassem a Dia da Indústria
com debates a respeito da reforma tributária. Joaquim Albertino
de Abreu, diretor titular do CIESP em Taubaté e executivo
da IFF Essências e Fragrâncias, uma grande multinacional
instalada no Distrito Industrial do Una, imediatamente convidou
um especialista. Cláudio Roberto Vallim, advogado e consultor
da Unidade de Orientação Empresarial do SEBRAE/SP,
foi o convidado.
As fortes chuvas que caíram em todo o estado impediram que
a cerimônia fosse aberta pelo diretor titular. Carlos Inocêncio
Nunes, diretor adjunto, abriu a cerimônia e correspondeu às
expectativas. Depois de um início formal a respeito da data,
disparou: “Quem já viu algum banqueiro na TV reclamando
de alguma coisa? Quando a gente entra em um banco dá dó
do banqueiro. Tudo o que ele faz no banco é determinado pelo
Banco Central: o preço dos serviços, dos talões
de cheque, dos juros etc., etc.” E acrescentou. “Qualquer
lei aprovada nesse país é pré-chancelada pelos
bnacos”.
Como diria José “Macaco” Simão, nada mais
anti-tucanês. Ou para quem prefere, o lulês é
mais fácil. No caso, Nunes foi direto ao ponto. Em poucas
palavras, resumiu o clima que impera no meio industrial. A reforma
tributária, objeto do debate, que deveria ter sido aprovada
em 2004, já é considerado um cadáver insepulto.
Só não vê (ou enterra?) que não quer.
Principalmente depois que foi vinculada a outras duas reformas:
a sindical e a trabalhista.
Reforma
Tributária
Vallim,
especialista no assunto, com muita didática, relatou que
a reforma tributária é debatida desde o governo de
FHC. Mas por que não anda? “Porque o Brasil é
uma república federativa formada pela União, estados
e municípios e cada um desses entes possui suas respectivas
competência. E quando uma proposta afeta qualquer um deles
com redução de receita a coisa (reforma) pára”.
Vallim avança: “A grande questão é a
seguinte: qual será a parte de cada ente federativo? Como
compensar a eventual perda? É bom lembrar que no Brasil o
Congresso Federal é bi-cameral formado pelo Senado e pela
Câmara dos Deputados. O primeiro representa os estados e o
segundo os cidadãos, o que provoca conflitos. Os projetos
de leis aprovados por um é rejeitado por outro. E nada se
aprova.”
O consultor do Sebrae reforçou a tese já apresentada
por Nunes de que a reforma tributária não deverá
ser votada em 2005 e nem em 2006 por uma razão que o cidadão
comum já percebe através dos noticiários: “todas
as atenções já estão voltadas para as
eleições de 2006”. Além disso, existe
uma pressão muito gran de para que se aprove a reforma sindical
antes que a trabalhista. Sobre esse assunto, CIESP e FIESP já
firmaram a posição de discutir as duas juntas. Albertino
de Abreu, que conseguiu chegar mais tarde em razão das fortes
chuvas, reafirmou essa posição.
Que
fazer?
Essa
é a pergunta mais ouvida na platéia. A preocupação
dos empreásarios nada tem a ver com a expressão “Que
fazer?” nome de um livro de Lenin a respeito da revolução
russa antes de sua vitória em 1917. Muito pelo contrário.
Eles buscam o melhor forma para desobstruir o caminho para o desenvolvimento
que passa necessariamente pelo bom desempenho do nosso parque industrial.
Dianta da provocação feita por Nunes sobre “o
que fazer e como agir? Vallim recomendou que o CIESP convide parlamentares
para participar de atividxade como aquela com dois objetivos: obter
informações sobre o andar da carruagem da reforma
tributária em Brasília e também para que os
parlamentares transmitam aos seus pares a precocupação
do setor industrial.
Um coquetel patrocinado pelo grupo Mogimpex, especializado em logística
internacional e assessoria aduaneira, e pela GR Refeições
encerrou o evento,.
Prefeitura
de Taubaté ausente mais uma vez
CIESP com destaque para vice-prefeito de Pinda João
Bosco |
Na
reunião de trabalho realizada em Pindamonhangaba, no dia
12 passado, o prefeito João Ribeiro fez questão de
prestigiar o evento realizado na sua cidade. Na terça-feira,
24, foi a vez de João Bosco, vice-prefeito de Pinda contribuir
com idéias e sugestões para o debate que se seguiu.
Curiosamente, apesar de o evento se realizar em Taubaté,
não havia uma única autoridade municipal presente
no evento que comemorou o Dia da Indústria. Os dados da Fundação
SEADE mostram que em 2002, último ano disponível,
a indústria contribuiu com 61,7% do Valor Adicionado Total
e com 54,3% do PIB do município. Será que, diante
desses dados, nossas autoridades ainda pensam que a Capital do Vale
ainda é agropastoril?
Diante da pergunta se a Prefeitura havia sido convidada o representante
do CIESP foi direto ao ponto: “A Prefeitura sempre é
convidada”.
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Ficha
técnica
O
Dia da Indústria foi criado pelo Decreto Nº
43.769, de 21 de maio de 1958.
O CIESP foi fundado em 1928 e sua primeira dirietoria
contou com personagens que marcaram nossa história
como Horácio Lafer, Jorge Street, Francisco Matarazzo,
Roberto Simonsen, Plácido Meirelles e José
Ermírio de Moraes.
A diretoria regional de Taubaté foi criada em
1950, compreende 28 cidades e se estende até
Bananal. Além da sede em Taubaté possui
representações em Pinda, Guará,
Lorena e Cruzeiro. Sua atual diretoria é fomada
por Joaquim Albertino de Abreu (titular), da IFF Essências
e Fragrâncias, e os adjuntos Carlos Inocêncio
Nunes, da Guanacre Indústrias Alimentícias
e Fábio Soares Duarte, da Olgber Especialidades
Ltda.
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