Por: Luiz Gonzaga Pinheiro - espesspei@uol.com.br

Para fazer justiça

Fôssemos mais atentos, tivéssemos mais seriedade para com a história e nos pouparíamos de muitos proble-mas. Vale para cada um de nós, va-lendo para tudo e todos, incluindo para o presidente Lula.
Um caso exemplar ocorreu em 1996, quando o PT era governo em São José dos Campos. Poderia ser mais exemplar do que foi, fosse outro o prefeito e outro o então presidente do PT, à época o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva.
Era secretário da Fazenda da cida-de o Sr. Paulo de Tarso Venceslau, hoje editor deste jornal.
Tudo começou com as visitas peri-ódicas de um preposto da direção nacional do PT, a título de recolher uma espécie de dízimo, implicando contribuição da prefeitura local a um caixa do partido, certamente incidente sobre empresas prestadoras de ser-viços.
PT Venceslau revoltou-se com a sujeição da prefeita e procurou por Lula em sua casa de São Bernardo do Campo, à época cedida por um seu compadre, o dono de uma em-presa prestadora de serviços às pre-feituras do PT, a famosa Cpem, de rumorosa lembrança. Lula não deu maior importância à denúncia que Paulo de Tarso fazia, alegando ser caso sem importância maior.
Paulo foi adiante e documentou a denúncia, fazendo chegar ao presi-dente seu conteúdo e gravidade de seu significado. A ousadia valeu a Paulo um processo interno no partido, com conseqüente expulsão, preser-vando-se o emissário, hoje diretor de uma estatal. Mencione-se que José Dirceu teve participação no episódio, como parece ter hoje em tudo o que faz do PT um partido igual aos outros, com a diferença que é mais igual, isto é, mais ousado do que foram ousa-dos os partidos dos anões do orça-mento e outros de fama semelhante.
Estas singelas linhas pretendem chegar a duas conclusões, também simples. Antes de tudo, deve-se ima-ginar que, se Lula tivesse agido com rigor, em 1.996, nesse episódio de São José, teria sinalizado ao partido sua intolerância para com quaisquer irregularidades. O episódio também serve para mostrar que o fato de Lula estar a par do que acontecia e nada fazer, induz a pensar que há toda semelhança com o mar de lama que já suja o Planalto, com a preocupação de poupar o presidente de qualquer conhecimento ou participação nos graves fatos que se vêm desdobran-do com seus mais próximos auxilia-res.
Com o precedente mencionado, você leitor, é capaz de jurar pela ino-cência atual de Lula?
Meu espaço está no fim. Antes disso, quero afirmar que tenho muitos motivos para a admiração que nutro por PT Venceslau. Este episódio é só um deles.


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