Estudantes francesas de med Sophie Jullien e Anne-Sophie
Schneck |
Já faz alguns anos
que alguns estrangeiros vem assistir de perto a precariedade
do serviço de saúde de Taubaté. É
isso mesmo! Mas não fique espantado pensando que é
a CIA ou o FBI que estão por traz disso, pois não
há nenhum terrorista internado no HUT (Hospital Universitário
de Taubaté). Assim como não há nenhuma
organização internacional oferecendo alguma
ajuda. Isso é utopia!
Você, leitor, não deve estar entendendo nada,
mas a questão é muito simples. É que
o Diretório Acadêmico Benedicto Montenegro (DA-Medicina)
coordena todo ano o projeto de intercâmbio médico
internacional junto com a IFMSA (International Federation
of Medical Students' Association). A Faculdade de Medicina
de Taubaté está enviando neste ano 21 acadêmicos
para Itália, Dinamarca, Holanda, Alemanha, Áustria,
República Tcheca e Espanha. E também está
recebendo 19 intercambistas de escolas médicas da Itália,
República Tcheca, Áustria, França, Espanha,
EUA, Grécia e Eslováquia.
Nossos colegas estrangeiros ficaram durante um mês fazendo
estágios no HUT. Para participar do intercâmbio,
é necessário ser estudante de medicina, ter
um ótimo currículo, cur-sos de extensão,
etc; que somam pontos para conseguir uma vaga. Posteriormente,
o estudante precisa escolher uma ou duas clínicas de
sua preferência no qual irá estagiar. Por fim,
é necessário que o fale inglês.
A Faculdade de Medicina atrai estudantes de várias
partes do globo. Trata-se de uma honra no sentido que o nome
de Taubaté se espalhe mundo afora. A cidade poderia
estar na vanguarda da saúde pública. Infelizmente,
porém, somos obrigados a apresentar um hospital em
condições lastimáveis para seus visitantes.
Por
Glauco Callia, presidente do DA da Medicina
Na
Itália, conversei com os universitários Roberta
Caorsi Leo e Cristiano Alicino membros do SISM (Secretariato
Italiano dei Studento di Medicina). À nossa volta,
um computador e vários estudantes saboreando um dos
mais tradicionais pratos do país da bota: a boa e
velha pizza.
Glauco: Qual importância do programa de intercâmbio
para os estudantes?
Roberta: É uma oportunidade para conhecer novos paises,
novas culturas, ver as diferencas entre a teoria e a prática
visto que na Itália se mexe pouco com os pacientes
e no exterior eles, os médicos, podem trabalhar mais.
Glauco: O movimento estudantil italiano tem ligações
políticas?
Cristiano: Não. Somos apartidários, arreligiosos
e apoliticos. Cuidamos somente do interesse dos estudantes.
Glauco: Vocês têm conexões com estudan-tes
de outros países?
Roberta: Somente para fins de intercâmbio.
Glauco: Há alguma ajuda por parte da universidade?
Cristiano: Sim. Mas muito pouco, tipo econômico, local,
telefônico, informática. Para náo, isso
basta.
Conclusão: muito diferente do nosso movimento estudantil,
apesar dos partidos políticos sérios que existem
na Itália, aqui os estudantes focam-se nos interesses
reais. Não há um movimento central na universidade.
E, politicamente, se resume às autoridades par-tidárias
juvenis.
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