O
site ABC da Saúde ensina que “autismo é uma
desordem na qual uma criança jovem não pode desenvolver
relações sociais normais, se comporta de modo compulsivo
e ritualista, e geralmente não desenvolve inteligência
normal. (...) Uma criança autista prefere estar só,
não forma relações pessoais íntimas,
não abraça, evita contato de olho, resiste às
mudanças, é excessivamente presa a objetos familiares
e repete continuamente certos atos e rituais. (...) Quando falamos
com a criança, ela freqüentemente tem dificuldade em
entender o que foi dito”.
Roberto Peixoto prefere estar só. E, de quebra, mal acompanhado.
Abriu mão dos melhores quadros administrativos criados ao
longo de gestões de Bernardo Ortiz e dos sucessores que conseguiu
eleger. Nosso prefeito, um engenheiro de formação,
dispõe de uma inteligência, pelo menos em tese, acima
do normal. Apesar dessas qualidades, cada dia que passa Peixoto
tem mais dificuldade para olhar no olho de seus eleitores, de seus
aliados e de todos aqueles que acreditaram que ele pudesse romper
com a herança autoritária de seu antecessor.
A ruptura se deu. Porém, num sentido oposto. A prometida
democracia foi reduzida a discursos populistas vazios. Razão
pela qual estabelecemos uma semelhança com os discursos realizados
pelo presidente Lula. O autoritarismo, no governo de Peixoto, ao
contrário do que ocorria no tempo de Bernardo Ortiz que assumia
suas decisões, é silencioso. Quem já ouviu
falar de um tal plano diretor que está sendo gestado entre
quatro paredes? Por mais brilhante que seja o arquiteto responsável
técnico pelo plano, nada justifica o ensurdecedor silêncio
em torno do misterioso estudo. O debate para discutir esse tema
na noite de quinta-feira, 18, foi uma iniciativa de algumas poucas
entidades da sociedade civil.
Um plano dessa envergadura, condição sine qua non
imposta pela legislação federal, envolve grandes interesses.
Afinal, trata-se de definir diretrizes, zoneamentos e políticas
que serão decisivas para importantes setores. A começar
pelo especulativo mercado imobiliário. O silêncio e
o mistério, portanto, podem ser indícios de compromissos
pouco nobres com setores que serão diretamente beneficiados
pelo plano.
Os gestos repetitivos diante de compras sem licitação
reforçam o diagnóstico de autismo político
de Roberto Peixoto. Graças à imprensa independente
e a coragem de alguns vereadores, o prefeito escapou de um grande
desastre que seria a concretização de uma dirigidíssima
concorrência para a compra de asfalto a quente que, na maior
cara de pau, exigia que fosse produzido em um tipo de usina móvel
produzida por um único fornecedor gaúcho.
Mais recentemente, CONTATO noticiou compras superiores a R$2,5 milhões
em pleno mês de julho, quando a Câmara se encontrava
em recesso. Desse valor, cerca de R$1,5 milhão está
comprometido com a compra de cerca de 70 mil exemplares de livros
didáticos dirigidos ao público infanto-juvenil (ver
pg. 3). Não há justificativa minimamente plausível
para a equivocada decisão de comprar sem licitação
esse tipo de material escolar.
Na edição 233 de CONTATO, Sandra Regina Félix,
sócia-proprietária da Noovha América, afirma
que o livro foi fruto de uma pesquisa desenvolvida no período
aproximado de cinco meses. Portanto, a pesquisa teria sido realizada
durante a gestão do atual diretor que recebe dos cofres públicos
para gerir um departamento e não para realizar pesquisas
como afirmou Félix.
Trata-se de mais um fato que o prefeito insiste em desconhecer.
Portanto, a semelhança entre o prefeito e o presidente deixa
de ser uma mera coincidência. Trata-se de decisão política
de quem, a exemplo de Lula, insiste em empurrar a sujeira para debaixo
do tapete.
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