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Entrevista à moda Lula

Prefeito escolhe a rádio mais chapa branca da cidade para fazer seu primeiro e único pronunciamento sobre a compra de livros sem licitação. Vereadores confirmam que não abrem mão de CONTATO.

Peixoto “A la Lula”

Roberto Peixoto surpreendeu mais uma vez. Depois do silêncio, na última sexta-feira, 26, o prefeito resolveu falar sobre o livro da discórdia. O curioso é que ele escolheu justamente os microfones daquele programa matinal de uma rádio da cidade, aquela mesma dos contratos comerciais firmados para divulgação dos atos do Executivo. Por que será, hein? Só faltou a entrevista ser concedida para a jornalista Melissa Monteiro, em algum jardim de Paris...


Nada de surpreendente

A surpresa, entretanto, durou pouco. Bastou o prefeito começar a falar, e pronto. De novo, nada de novo. As perguntas feitas pela inexperiente repórter escalada para a tal entrevista contribuiu plenamente para o sucesso das respostas evasivas de Peixoto. “Queria dizer que esses livros são muito importantes para nossa cidade. Mas, primeiro ponto, não precisa de licitação. Quando você constrói prédios é normal [fazer licitação]. Mas quando você compra livros, coisa que ninguém fez nessa cidade...”. E lá se foi mais uma resposta com o vento.


Sem referência...
Na mesma suspeita entrevista, Peixoto disse: “estamos entregando livros para nossas crianças, para nossos estudantes. Para mostrarmos um pouco da história belíssima da nossa cidade”, e prosseguiu, “alguém (?) lá no passado disse muito bem que um país se faz com homens e livros. E nós estamos simplesmente entregando livros maravilhosos para nossa cidade”. Espera aí, senhor prefeito! Como assim “alguém lá no passado”? O senhor se apropria de um pensamento de Lobato, filho da terra reconhecido mundo afora, sem saber a quem atribuir a autoria? E outra: ele morreu em julho de 1948. Não faz tanto tempo assim. Santa paciência, senhor prefeito... e ainda vai querer falar da História! Assim não dá.


Decepcionante
Seria cômico se não fosse trágico. Depois que o prefeito respondeu absolutamente nada na tal entrevista-encomenda, o apresentador, diga-se conformado, encerrou o bloco assim: “agora são oito horas e vinte e seis minutos. Olha, tem que deixar o Peixoto trabalhar. O pessoal fica amarrando o Peixoto com oito meses de mandato (...) lógico que tem algumas coisas que precisam ser acertadas, mas é o estilo de administração de cada um (...) é preciso calma para fazer uma avaliação. Vamos esperar o primeiro ano, o segundo ano (...) o que tem que ser cobrado vamos cobrar (...) agora, ficar arrumando muito pêlo em ovo (...) e infelizmente é o que existe hoje em Taubaté”. Dá para acreditar? E assim caminha a imprensa taubateana. Lastimável.


Pior ainda...
Foi que, para arruinar aquela manhã noticiosa, o apresentador do programa encerrou o bloco com as declarações vazias do prefeito, chamando a entrevista do bloco que viria a seguir com o deputado Afonso Lobato, que estava “de bandeja” no estúdio. Fiquem pasmos: o conteúdo da entrevista ficou restrito às melhorias na rodovia Oswaldo Cruz. Nenhuma perguntinha sequer foi feita ao padre parlamentar a respeito dos R$ 1,5 milhão gastos sem licitação. Terrível, minha gente. Terrível.


Fidelidade à prova de choques (e maresia)
Final de semana em Ubatuba: praia, sol, gente bonita, comida gostosa e chopinho gelado. As mil maravilhas. Tudo parecia perfeito. Mas, alguma coisa ainda faltava para dois vereadores de Taubaté, que sabem muito bem aproveitar a vida. Até que um deles, ao descobrir o que faltava para tornar aquele passeio, que já era perfeito, ainda mais completo, ligou lá da baixada para outro companheiro de Câmara, que mais tarde os encontraria no paraíso beira-mar, lembrando: não esqueça de trazer o jornal CONTATO. Diante de tanta fidelidade, resta-nos o agradecimento público.


Perguntinhas
Essa tia ficou logo curiosa e já foi perguntando quais os assuntos em que esses dois vereadores estavam mais interessados? Seria a compra sem licitação, e com recursos do FUNDEF, dos 70 mil livros que trazem conteúdo pirateado e fotos do prefeito Roberto Peixoto? Seria a análise negativa feita por estudiosos da historiografia taubateana? Seria a declaração de Rubens Monteiro de Andrade, especialista em direito administrativo, em entrevista ao meu querido sobrinho? Ou seria a falta de tratamento adequado para adolescentes viciados em crack? Pergunta que, aliás, a prefeitura de Taubaté insiste em não responder. Só não diga que não leu a seção Temperos, dedicada ao nosso Todo-poderoso prefeito.

 

A Velhinha e o factóide de Rodson Lima

O vereador do PP deu um jeito de aparecer sem ter participado de nenhuma lambança nem CPIs. Inventou um enterro simbólico para a “Velhinha de Taubaté”, cujo falecimento foi anunciado semana passada pelo escritor Luis Fernando Veríssimo, e caiu nas graças da imprensa. Veja o papelão do parlamentar nas fotos de Jorge Fernandes.