Prof.
Dr. José Carlos Florençano, pró-reitor de
economia e finanças da UNITAU, conta como foi a engenharia
financeira que permitiu, pela primeira vez, congelar a mensalidade
de todos os alunos.
Por
Jorge Fernandes
Contato:
Qual foi a pajelança técnica da Unitau para congelar
a mensalidade de 2006?
Prof. Florençano: A Unitau é uma autarquia municipal
[que] não recebe investimento público. Ou seja, sobrevive
única e exclusivamente da suas receitas financeiras advindas
das prestações de serviços educacionais. Com
relação às anuidades de 2006, foi feito um
trabalho de engenharia financeira com a participação
do DCE, pois, estamos com um índice de inadimplência
considerável, da ordem de 35% e tendo atingido pico de 40%
ao longo de 2005. A universidade não existiria se não
tivesse alunos. A Universidade reviu seu orçamento para o
ano de 2006 [e] concluímos [por] um congelamento das mensalidades
para o próximo ano de 2006. Todo esse esforço da Unitau
e do DCE deixa claro o compromisso da Universidade com a responsabilidade
social.
Contato:
O que pesou mais: a inadimplência ou a chegada de uma nova
instituição de ensino superior na cidade?
Prof. Florençano: Nós nos preocupamos com a nossa
instituição. Se não tivesse hoje a Anhanguera,
teríamos outra instituição de ensino, pois
faz parte do mercado essa concorrência. Nós também
estamos indo a áreas que antes não estávamos.
Por exemplo, [nosso] campus no Litoral Norte do estado. O que pesou
no congelamento das mensalidades foi a situação pela
qual a sociedade está passando em que o poder aquisitivo
está diminuindo ano a ano. [Porém] as mensalidades
da Unitau sempre subiram abaixo da inflação.
Contato:
Seria possível um congelamento em tempos de paz?
Prof. Florençano: Só não existiria o congelamento
se o poder aquisitivo da população estivesse sendo
preservado. Não adianta oferecer curso com alto custo porque
nós vamos esvaziar as nossas salas de aula. O que baliza
a gente é oferecer ensino, pesquisa e extensão de
qualidade. Estamos tentando oferecer o melhor serviço a um
menor custo. Mas isso tem um limite. Não dá para prever
até onde podemos ir.
Contato:
O congelamento afetará o aumento dos salários dos
funcionários e professores?
Prof. Florençano: Isso é uma outra discussão
e um outro trabalho de engenharia financeira. O aumento para os
servidores da Universidade tem a data base em maio de 2006. Temos
um tempo grande pela frente, principalmente para acompanhar o desempenho
da receita nos três primeiros meses do próximo ano.
REPERCUSSÃO |
Condenação
arranha a imagem da UNITAU?
Por
Marlon Maciel Leme
Há
17 anos, um bebê foi espancado nas dependências
do Hospital Universitário. Quase duas décadas
depois, o agressor, Ricardo Baumgart Rossi, estudante
de medicina, encontra-se foragido da justiça.
O bebê Leônidas Alan de Souza, que na
ocasião tinha apenas nove meses de idade, ficou
cego. A Universidade de Taubaté, responsável
pela administração do H.U., foi condenada
essa semana a pagar indenização de R$
2,2 milhões à família do agredido.
A procuradoria da UNITAU deve recorrer da decisão
para tentar reduzir o valor da indenização.
“Sabemos que não repercute bem, mas não
acredito que o caso marque o nome da faculdade. Isso
aconteceu há 20 anos”, respondeu o presidente
do Diretório Acadêmico medicina da Unitau,
Glauco Callia. Apesar da gravidade do fato, o presidente
do D.A. afirma que o episódio não está
repercutindo dentro do campus. “Nunca foi discutido.
Isso ocorreu há 20 anos. Virou pauta de assunto
depois que publicaram a reportagem”. Callia
ficou sabendo do assunto pela televisão. “Ouvi
o assunto pela primeira vez há dois anos no
programa Linha Direta [da Globo]”. Para ele,
embora a repercussão no campus seja inexpressiva,
o momento é de prevenção. “O
que aconteceu está sendo decidido pela Justiça.
No departamento, agora é a hora de prevenir
que isso ocorra”, comentou. De acordo com Callia,
o diretório acadêmico irá divulgar
nota explicando sobre os procedimentos adotados atualmente
dentro do Hospital Universitário em relação
aos estudantes-residentes.
Retrospectiva
Protagonizado por um estudante de medicina, o caso
Baumgart não foi o primeiro a estampar páginas
de jornal. Em março de 1980, o calouro da Universidade
de Mogi das Cruzes, Carlos Alberto de Souza, morreu
devido a socos na cabeça em um trote. Ele reagiu
quando os veteranos tentavam cortar seu cabelo. Na
USP, em fevereiro de 1999, outro calouro de medicina,
Edison Tsung Chi Hsueh, 22 anos, morreu depois de
submeter-se à sessão de trotes. Foi
encontrado morto no fundo de uma piscina. Em novembro
desse mesmo ano, outro estudante de medicina se meteu
em mais uma encrenca. Mateus da Costa Meira, 24 anos,
matou três pessoas e feriu outras seis ao atirar
com uma submetralhadora Uzi calibre 9 mm na sala nº
5 do cinema do Morumbi Shopping, zona sul de São
Paulo, durante a última sessão do filme
"Clube da Luta"
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