Brinde da Warner a críticos musicais gera
crítica na Veja e polêmica entre jornalistas
A
revista Veja lançou uma bomba na seção
"Música" na edição desta
semana. Com a matéria "O mensalinho da filha
de Elis", denunciou a prática da gravadora
de Maria Rita, a Warner, de presentear os principais
críticos musicais do país com iPods (modelo
Shuffle, cujo preço varia entre R$ 500 e R$ 800),
em troca de elogios ao novo álbum da cantora,
"Segundo".
A
matéria (não assinada, o que denota opinião
editorial da revista) não cita os jornalistas
agraciados, mas menciona os veículos onde eles
trabalham e até trechos das críticas positivas
publicadas. Dentre as publicações citadas
como ganhadoras do chamado "mensalinho", estão
as revistas IstoÉ, IstoÉ Gente, Época
e Bravo! e os jornais Jornal do Brasil e O Estado de
S. Paulo. Segundo a matéria, os únicos
veículos que dispensaram o "jabá"
foram os jornais Folha de S. Paulo e O Globo.
Em
carta, na mesma edição da revista, o jornalista
Luís Antônio Giron, que escreve para as
revistas Bravo! e Época e foi um dos citados
na matéria, se defendeu, alegando que o iPod
"foi devolvido à assessoria de imprensa
da cantora Maria Rita intacto".
Já
o jornalista Ivan Cláudio, da IstoÉ, que
escreveu um perfil sobre a cantora, acredita que o aparelho
"não influenciou em nada a opinião
dos jornalistas a respeito do disco, tanto que a imprensa
não foi tão favorável assim".
Ele citou o caso do jornalista Jotabê Medeiros,
de O Estado de S. Paulo, que fez uma crítica
negativa a "Segundo", como exemplo. "Acredito
que um jornalista sabe a diferença entre marketing
e produto a avaliar", disse.
A
matéria recuperou uma antiga discussão:
os brindes enviados a jornalistas por assessorias de
imprensa e departamentos de marketing, e o fato de isso
influenciar de alguma forma a opinião de um jornalista
sobre um determinado produto.
No
caso da Warner, segundo a matéria da Veja, a
gravadora alegou estar usando o iPod como "mídia".
O CD de Maria Rita não estava pronto, e o iPod
foi a forma mais simples de fazer com que os jornalistas
tivessem acesso ao trabalho da cantora e pudessem resenhá-lo
antes de seu lançamento.
O
Jornal CONTATO passou o dia tentando entrar em contato
com a assessoria de imprensa da gravadora, no Rio de
Janeiro, mas não obteve sucesso
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