Texto e fotos: Marlon Maciel Leme

Edson de Araújo Querido

Mestrado da UNITAU é o 3º melhor do Brasil

A Universidade de Taubaté se classificou em terceiro lugar esse ano no ranking nacional dos melhores cursos de Mestrado Profissional. Um salto diante da sétima posição, conquistada em 2004, superando instituições como USP (Universidade de São Paulo) e UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas). A comemoração aumentou ainda mais com o resultado obtido no ranking MBA Executivo, o mais concorrido, onde desponta na décima colocação. A pontuação é resultado da pesquisa “Os Melhores MBA’s no Brasil” divulgada na edição desse mês da Revista Você S/A. Em entrevista a CONTATO, o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Administração, Edson de Araújo Querido, Mestre em Economia, pela PUC-SP, e Doutor em Organização Industrial, pelo ITA, compartilhou a sensação de como é fazer o programa da UNITAU brilhar entre as principais estrelas brasileiras num segmento considerado um dos mais concorridos dentro do mercado profissional.

CONTATO – O que vem a ser o programa de gestão regional?
Querido – Desenvolvemos um programa [para] formar um profissional que tenha todos os critérios necessários para um executivo na função de gestão de recursos humanos, industriais, financeiros, bem como nas estratégias que possam promover o desenvolvimento regional. Por isso, o programa leva essa marca de gestão e desenvolvimento regional por combinar gestão de recursos [com] as estratégias de desenvolvimento regional.

CONTATO – Como é possível trabalhar isso?
Querido – Nossos alunos de Mestrado, MBA e Especialização são 90% provenientes das empresas que operam na região como também de instituições de ensino e pesquisa. Nesse contexto, uma estratégia de desenvolvimento regional é bem vinda. A parceria é: [nós] fazemos toda a parte de estudos, a configuração de modelos de gestão de desenvolvimento, [enquanto] o aluno faz a sua aplicabilidade na empresa onde trabalha.

CONTATO – Desenvolvimento está relacionado a conceitos econômicos. De outro lado, há o conceito de desenvolvimento sustentável. Onde o sr. se enquadra?
Querido – Nosso programa não tem essa característica marcante. Temos três linhas de pesquisa. Uma que cuida das relações sociais, das estratégias de gestão de pessoas. Outra que trata dos recursos industriais, financeiros e tecnológicos. E uma terceira que é a área de Planejamento e Desenvolvimento de Gestão. Na verdade, temos um sistema integrado que gere todos os recursos alocados no sistema produtivo, nas relações sociais.

CONTATO – A que o sr. atribui essa terceira colocação no ranking nacional de Mestrado Profissional?
Querido – A uma filosofia de trabalho. Entramos pela primeira vez no ranking no ano passado e vimos que podíamos atender os requisitos da pesquisa. Temos um rol de dissertações muito bem feitas, um corpo docente de primeira grandeza, um quadro de alunos espetacular. Tudo isso permitiu que pudéssemos então concorrer de igual para igual com as demais faculdades.

CONTATO – Foi isso que permitiu à UNITAU ficar à frente de universidades públicas com muito mais recursos?
Querido –Na verdade, universidades como USP, UNICAMP, UFRJ são instituições que têm vários cursos distintos, mas na categoria Mestrado Profissional estamos muito bem colocados. Igualmente muito bem colocados no ranking MBA Executivo que mostra que o programa não é só Gestão e Desenvolvimento Regional, mas é também a formação do profissional para a média e alta gerência. Para concorrer no ranking MBA Executivo exige-se o desenvolvimento de uma formação que contemple três aspectos importantes: a parte teórica, a aplicação e a troca de experiência entre os diversos elementos que compõem uma turma. Essa interação permite desenvolver um bom relacionamento. A pesquisa mostra que estamos entre os 10 melhores ambientes amigáveis desses 177 cursos que concorreram ao ranking.

CONTATO – É possível traçar um paralelo entre os programas dos governos Lula e FHC?
Querido – Os modelos são iguais. Para ser mais exato, de 1990 para cá, o modelo continua o mesmo. Houve pequenas adaptações. Ainda não sabemos se queremos ser o líder dos emergentes ou então o último dos desenvolvidos. Essa é uma escolha que a sociedade brasileira precisa fazer. Perdemos tempo com coisas que não vamos solucionar em curto prazo e deixamos de fora questões de longo prazo. Ou seja, qual é o futuro que nós desejamos para o Brasil? Qual é o contexto que queremos colocar o país? É uma questão de escolha. Desenvolvimento econômico, [portanto], não é herança, é uma conquista.

“Ainda não sabemos se queremos ser o líder dos emergentes ou o último dos desenvolvidos”


CONTATO – Como o sr. avalia a gestão e o desenvolvimento na administração municipal?

Querido – Eu diria que as administrações anteriores associadas a atual contribuíram com essa trajetória. O importante é que o município está evoluindo. Se nós articulássemos esse planejamento, e fizéssemos uma ferramenta de longo prazo, poderíamos articular esse processo. E a universidade, sem dúvida, seria a mola propulsora da formação dos recursos humanos necessários para essa dinâmica. Não adianta ter boas intenções. É preciso haver boas aplicações, e a grande diferença entre boas intenções e boas aplicações é a capacidade humana.


“A grande diferença entre boas intenções e boas aplicações é a capacidade humana”


CONTATO – Como é feita a divulgação do programa?
Querido – Além da divulgação institucional, a grande ferramenta é a divulgação feita por alunos e ex-alunos. São eles que trazem novos alunos. A prova disso é que estamos em décimo lugar no ranking das escolas campeãs na geração de relacionamento, junto com universidades importantes.

 

++ COMO FUNCIONA A PESQUISA
Conheça os critérios usados para eleger a escola campeã e os melhores cursos de MBA

O Guia Você S/A – Os Melhores MBA’s no Brasil é resultado de uma pesquisa online, que ouve diretores de RH, coordenadores, professores, ex-alunos recém-formados (que concluíram o curso entre agosto de 2004 e junho de 2005) e ex-alunos veteranos (que se formaram entre junho de 2001 e julho de 2004). Este ano, 160 cursos foram inscritos na pesquisa por seus coordenadores e 77 chegaram ao fim do processo. Os programas foram avaliados com relação a conteúdo, corpo docente, impacto na carreira, reconhecimento no mercado, estrutura e diferenciais da escola (como parcerias internacionais). Na média final, as respostas de cada grupo tiveram pesos diferentes: 40% para os ex-alunos recém-formados, 10% para os ex-alunos veteranos, 15% para os coordenadores, 15% para os professores e 20% para os diretores de RH. A melhor escola de negócios foi eleita com base na média geral da escola na pesquisa (considerando a nota de todos os cursos que ela classificou), no número de cursos classificados no nosso Guia, no percentual de alunos patrocinados por suas empresas e na nota que recebeu dos ex-alunos e professores.


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