Por Paulo de Tarso Venceslau
PT/Delúbio
Escárnio
federal
Escárnio,
segundo Houaiss, significa caçoada, troça, zombaria;
atitude ou manifestação ostensiva de desdém,
de menosprezo; aquilo que é objeto de desdém, ironia
ou sarcasmo. Escárnio federal é o que foi dito por
Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT: daqui 3 ou 4 anos isso
tudo acabará virando piada de salão.
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Na
primeira página do Estadão de segunda-feira, 17, estampava
a nauseante figura de Delúbio Soares brincando com uma mangueira
de água trazida por um carro pipa da prefeitura de Buriti
Alegre, no interior de Goiás, onde seu pai tem uma propriedade.
Para comemorar seus 50 anos, Delúbio resolveu rir da parte
do país formada por gente honesta e trabalhadora. Tomara
que seja a maioria. Ele brinca com a água paga com dinheiro
público, mantém dois seguranças, com dinheiro
público, tinha Toyota Corolla blindado que custou cerca R$
80 mil dos cofres públicos, hoje, exibe um Omega prateado
importado, blindado, com dinheiro público. Alegre, em Buriti,
ele ri e faz uma aposta: “Nós seremos vitoriosos, não
só na Justiça, mas no processo político. É
só ter calma. Em três ou quatro anos, tudo será
esclarecido e esquecido, e acabará virando piada de salão”.
Escárnio sem limite. Ele parece ouvir minha indignação
e ri mais alto. Escárnio porque nos joga na cara que não
temos memória suficiente para lembrar de tudo o que ocorreu
no governo do Partido dos Trabalhadores sob o comando de Lula e
José Dirceu. Ele ri da Justiça quando afirma que eles,
membros da quadrilha que assaltou o país, sairão vitoriosos.
Até pouco tempo, eu separava a burocracia dirigente da militância
séria que conheci em outros carnavais. Depois da eleição
que reconduziu os bate-paus de Dirceu e Lula ao comando do partido
e à submissão explícita dos “derrotados”
a um projeto da mesma dupla, sou obrigado a reconhecer que o PT
morreu embora seu cadáver permaneça insepulto.
Flagrados com tamanha desfaçatez do ex-todo-poderoso dono
da chave da gruta de Ali Babá, alguns dirigentes, constrangidos,
assumem a postura de donzela flagrada em zona de meretrício.
Berzoinis e Chinaglias vão aos meios de comunicação
para repudiar o que pensam, mas que não pode ser dito publicamente.
O cinismo e a alegria de Delúbio são os sintomas mais
explícitos do escárnio dessa espécie de político
que nasceu e desenvolveu na lama fétida em que se transformou
um outrora promissor campo de centeio chamado PT. Todos os dirigentes,
sem exceção, pensam e agem como Delúbio Toyota
e Silvinho Land Rover. Bastaram dois dedos de oxigênio para
que a fanfarronice e ameaças veladas ou explícitas
voltassem à cena.
Bastaram que as pesquisas apontassem Lula com chances reais de vencer
as eleições em 2006 para que viúvas chorosas
reassumissem o papel de donas de bordel. Minha bola de cristal é
a história. Ali está escrito que um cadáver
político insepulto há mais de 10 anos conseguiu eleger-se
prefeito de São Paulo e fazer seu sucessor um poste chamado
Pita. Preso há mais de um mês, Paulo Maluf já
pode ler os primeiros artigos que condenam o castigo imposto ao
trombadinha em que se transformou, quando confrontado com a máfia
petista. Tadinho!! Afinal, ele não mata, só estupra.
Minha bola de cristal me contou ainda que teremos de agüentar
Luis Inácio Lula da Silva por mais algumas décadas.
E de quebra, o insepulto PT.
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