Estou
em Portugal, mas, graças à internet, mantenho contato
permanente com as coisas do Brasil. Em particular do nosso Vale
e de Taubaté. Acompanho as boas notícias e os absurdos.
Entre as primeiras, a disponibilização de atendimento
psicológico nos PAMOS, medida que, aliás, defendi
por anos e anos seguidos, após ouvir a comunidade médica
e os demais profissionais de saúde mental. Inseri-a seguidas
vezes nos orçamentos municipais e, ora foram recusadas na
Câmara, ora vetadas pelo Prefeito.
Apenas a ignorância, ou o preconceito, impede de ver o atendimento
psicológico como necessidade básica de saúde.
De outro lado, a pressão do mundo atual, a aceleração
do tempo percebido, subproduto da teconologia (vide celular e internet),
e, principalmente, a angústia do desemprego, multiplicaram
as ocorrências de males psicológicos e, consequentemente,
a demanda de tratamento adequado, que pode ser, em larga escala,
resolvido no primeiro nível de atendimento.
Mas os absurdos ganham, infelizmente. É constrangedor acompanhar
as notícias e as desculpas esfarrapadas decorrentes, por
exemplo, do livro que pirateou escritos da venerável Profª
Maria Morgado; da família aboletada na máquina pública
como se tivesse adquirido uma fazenda, em que se pode empregar dos
filhos aos sobrinhos, e genro – aquele “çábio”
que escreve “Talbaté”.
Fico a ponderar - com sincera inquietação –
que o Prefeito tem pelo menos R$ 200.000,00 diários à
sua disposição - que é o que população
paga em impostos. E faz o que com isso? Em arroubos criativos, cria
campinhos de futebol society, com grama sintética. Ou encaminha,
zelosamente, os negócios públicos para saldar compromissos
de campanha, se é que me faço entender. E mantém
na Prefeitura algumas figuras emboloradas e amargas, de quatro administrações
passadas.
O primeiro passo para mudar, eu dei. Levei à população,
através do Orçamento Cidadão, a noção
que o Prefeito deve ser executor do programa que o povo lhe impuser,
através da Câmara, e que esta não pode ser casa
que tudo tolera (pois já se sabe onde chegam essas), nem
refúgio de “part times”, mas cumpridora humilde
e fiel do que lhe for determinado pela vontade soberana da população.
Pondero tudo isso enquanto escrevo um capítulo para livro
da Câmara Federal, que, numa iniciativa arrojada, lança-se
em direção aos municípios, procurando formar
consciências e prevenir a formação de novas
fazendas (com o dinheiro alheio), com dono, matrona e apaniguados.
Como o mundo dá voltas! Acabo de ler nas folhas que um santo
deputado federal, ungido nas missas, nos grupos de oração
(aqui, ingenuamente), intermediador de tantas e valiosas concessões
de rádio e TV, está envolvido em notícias de
mais uma falcatrua, o caixa 2 de Furnas. Trata-se de Salvador (com
o perdão do mau uso da palavra) Zimbaldi – PTB. Com
que cara aparecerá aqui de novo, numa missa de 5 mil pessoas,
para dizer que foi escolhido, juntamente com um outro, para ser
representante do povo católico? Estive, pessoalmente, numa
dessas, como agente de pastoral. Eu também era candidato.
Aí, com gosto e ênfase, o padre o chamou para si, juntamente
com o outro e disse – olhando de soslaio, e com desprezo,
para mim: “estes sim, são nossos, tem a nossa espiritualidade,
falam a nossa lingua”. De fato, nunca falei mesmo esses idiomas.
Sou alérgico, e também não gosto.
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