Por Joffre Neto
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Longe, mas atento
Ex-presidente da Câmara Municipal, apesar da distância – está em Portugal fazendo curso de doutorado – elogia o atendimento psicológico recém inaugurado pela prefeitura, critica a pirataria intelectual oficializada e bate duro no deputado federal Salvador Zimbaldi (PTB) que se diz representante dos católicos.

Estou em Portugal, mas, graças à internet, mantenho contato permanente com as coisas do Brasil. Em particular do nosso Vale e de Taubaté. Acompanho as boas notícias e os absurdos.
Entre as primeiras, a disponibilização de atendimento psicológico nos PAMOS, medida que, aliás, defendi por anos e anos seguidos, após ouvir a comunidade médica e os demais profissionais de saúde mental. Inseri-a seguidas vezes nos orçamentos municipais e, ora foram recusadas na Câmara, ora vetadas pelo Prefeito.
Apenas a ignorância, ou o preconceito, impede de ver o atendimento psicológico como necessidade básica de saúde. De outro lado, a pressão do mundo atual, a aceleração do tempo percebido, subproduto da teconologia (vide celular e internet), e, principalmente, a angústia do desemprego, multiplicaram as ocorrências de males psicológicos e, consequentemente, a demanda de tratamento adequado, que pode ser, em larga escala, resolvido no primeiro nível de atendimento.
Mas os absurdos ganham, infelizmente. É constrangedor acompanhar as notícias e as desculpas esfarrapadas decorrentes, por exemplo, do livro que pirateou escritos da venerável Profª Maria Morgado; da família aboletada na máquina pública como se tivesse adquirido uma fazenda, em que se pode empregar dos filhos aos sobrinhos, e genro – aquele “çábio” que escreve “Talbaté”.
Fico a ponderar - com sincera inquietação – que o Prefeito tem pelo menos R$ 200.000,00 diários à sua disposição - que é o que população paga em impostos. E faz o que com isso? Em arroubos criativos, cria campinhos de futebol society, com grama sintética. Ou encaminha, zelosamente, os negócios públicos para saldar compromissos de campanha, se é que me faço entender. E mantém na Prefeitura algumas figuras emboloradas e amargas, de quatro administrações passadas.
O primeiro passo para mudar, eu dei. Levei à população, através do Orçamento Cidadão, a noção que o Prefeito deve ser executor do programa que o povo lhe impuser, através da Câmara, e que esta não pode ser casa que tudo tolera (pois já se sabe onde chegam essas), nem refúgio de “part times”, mas cumpridora humilde e fiel do que lhe for determinado pela vontade soberana da população.
Pondero tudo isso enquanto escrevo um capítulo para livro da Câmara Federal, que, numa iniciativa arrojada, lança-se em direção aos municípios, procurando formar consciências e prevenir a formação de novas fazendas (com o dinheiro alheio), com dono, matrona e apaniguados.
Como o mundo dá voltas! Acabo de ler nas folhas que um santo deputado federal, ungido nas missas, nos grupos de oração (aqui, ingenuamente), intermediador de tantas e valiosas concessões de rádio e TV, está envolvido em notícias de mais uma falcatrua, o caixa 2 de Furnas. Trata-se de Salvador (com o perdão do mau uso da palavra) Zimbaldi – PTB. Com que cara aparecerá aqui de novo, numa missa de 5 mil pessoas, para dizer que foi escolhido, juntamente com um outro, para ser representante do povo católico? Estive, pessoalmente, numa dessas, como agente de pastoral. Eu também era candidato. Aí, com gosto e ênfase, o padre o chamou para si, juntamente com o outro e disse – olhando de soslaio, e com desprezo, para mim: “estes sim, são nossos, tem a nossa espiritualidade, falam a nossa lingua”. De fato, nunca falei mesmo esses idiomas. Sou alérgico, e também não gosto.

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