Por Paulo de Tarso Venceslau

Cada povo tem os políticos que merece
O artigo sobre minhas andanças por Brasília foi substituído pela carta do vereador Henrique Nunes, presidente da Câmara e nossa resposta sucinta diante de suas afirmações na carta enviada a nossa redação.


Ao Jornal Contato

O jornalista Paulo de Tarso, responsável peça publicação do Jornal Contato, reclama junto a este vereador de declaração dada na última sessão [28/03] da Câmara, questionando a credibilidade de matérias assinadas pelo mesmo.
Explico. Em edições anteriores (2005) o mesmo achincalhou de forma veemente, em três edições, o vereador Carlos Peixoto, chamando-o de nada, de trapalhão e comparação aos Três Patetas. Depois acusou, por três edições seguidas, o grupo Anhanguera Educacional de vender “gato por lebre” etc., colocando em cheque todo o trabalho realizado em 12 cidades, que fui visitar junto com mais vereadores para conhecer de perto seus cursos que contabilizam quase 20 mil alunos, há mais de 18 anos (sic!), e que já iniciaram em Taubaté atendendo a um nicho de mercado, que não podem pagar mensalidades cobradas pela Unitau, gerando com isso uma concorrência saudável onde nossos estudantes só têm a ganhar (melhora da qualidade de ensino, melhores preços etc.)
Por último, compara o chefe de gabinete Fernando Gigli com Paulo Okamoto (este paga as contas pessoais do presidente Lula). Diz que Fernando Gigli pagou contas da Prefeitura de Taubaté, por meio da ACIT, com dinheiro público.
Não tenho dúvidas da obrigação da Câmara Municipal no sentindo (sic!) de fiscalização dos atos do Executivo, bem como de seus pares, porém qualquer acusação vinda de um jornal para se ter credibilidade precisa no mínimo de ter ressonância em outros órgãos de imprensa. Nenhuma das matérias que citei acima foi divulgada em qualquer veículo de comunicação, ou seja, jornais locais e regionais, emissoras de tv e de rádio.
Não posso ser acusado de ter sido mordido pela mosca azul, pois há duas semanas conversei pessoalmente com o jornalista Marlon sobre o assunto, mantendo com isso uma relação de comunicação informal sobre as matérias.
Não costumo apunhalar ninguém pelas costas, cordialidade, sinceridade e bom relacionamento fazem parte do meu jeito de ser. Num determinado momento da conversa, o jornalista me questiona sobre quem tem mais credibilidade, se ele ou o presidente da Câmara Municipal. Equivoca-se o articulista, pois o meu posicionamento é com a relação às matérias por ele assinadas e não da pessoa, a qual respeito - e muito.
Quanto à minha credibilidade, cabe à população e aos meus pares julgarem, e assim tem sido feito. Pois já fui eleito vereador duas vezes e presidente da Câmara atualmente, o que no mínimo me dá legitimidade.
Questionado por alguns vereadores na última sessão, dia 28, para a convocação do chefe de Gabinete da Prefeitura, não o fiz por entender que a matéria precisa ser melhor analisada, uma vez que a linha editorial seguida pelo Jornal Contato não me embasa para tal atitude.
A imprensa colabora com investigações quando o faz no sentido de informar. Porém, acusações desabonadoras e intrigantes em nada colaboram. Pelo contrário, quando de fato falarem a verdade, não terá seu crédito devido.

Ver. Henrique Nunes
30.3.2006


Resposta de Paulo de Tarso, diretor do Jornal Contato

 

Prezado Henrique Nunes, presidente da Câmara

Creio que o vereador está profundamente equivocado. Vejamos:

1) Sobre o vereador Carlos Peixoto. O jornal informou que o então líder do governo anunciava através de outdoors que daria início a um programa de rádio patrocinado pelo Banco Votorantim e pela Exprinter Financeira. Diante da repercussão, os “patrocinadores” informaram por escrito, e CONTATO reproduziu, que não eram e nunca foram patrocinadores e nunca autorizaram o uso de suas marcas. Em seguida, o vereador propôs acabar com o chafariz do Largo do Chafariz, iniciativa que divulgou, entre muitos, o seguinte comentário de Renato Teixeira, provavelmente o ex-morador mais ilustre do bairro: “Manda ele [vereador] bundar.”

2) Sobre a Anhanguera, CONTATO publicou na edição 258 todas as principais propostas do grupo Anhanguera Educacional para a Faculdade Comunitária de Taubaté apresentadas sob o título “Uma nova opção para os universitários”. Na mesma ocasião, publicamos o contraponto “Gato ou lebre?”, a respeito dos riscos que existem para os futuros alunos. E citamos, entre outras coisas, a condenação sofrida pela Anhanguera, em 30 de novembro de 2005, obrigando-a a “restituir eventuais perdas e danos aos inscritos....” na cidade de Limeira. Na mesma edição, publicamos a opinião da Anhanguera, na coluna “Outro lado”. Na edição 259, informamos a respeito da polêmica jurídica sobre o tema, com base em depoimentos gravados. Na edição 260, alertamos sobre os riscos decorrentes de um processo que se encontra na gaveta do ministro da Educação e que se for homologado a Anhanguera terá de fechar a Faculdade Comunitária de Taubaté. Nessa mesma edição alertamos sobre os riscos de esse ser controlado por grupos estrangeiros, o que é proibido por lei. Finalmente, reproduzimos parcialmente matéria publicada pelo jornal O Globo sob o título “Franquia Universitária: nova fraude no ensino”, na edição de 7 de maio de 2000. Finalmente, se o vereador Henrique Nunes tivesse lido nossas reportagens saberia que a Anhanguera foi criada em 1994. Portanto, ela existe há 12 anos e não “há mais de 18 anos”, como afirma.

3) Sobre a reportagem “Fernando Gigli, o Paulo Okamoto de Taubaté”, a posição do vereador é suficientemente elucidativa. E nenhum momento Henrique Nunes se interessou sequer em passar os olhos sobre as provas materiais em nosso poder.

Em todas as nossas reportagens citamos fontes, datas e depoimentos. Infelizmente, o vereador Henrique Nunes opta por versões fornecidas pela Anhanguera em viagens a 12 cidades feitas a convite do grupo para conhecer suas unidades. Nunes informa que viajou em companhia de seu assessor Afonso, do vereador Carlos Peixoto e de José Rodrigues, assessor do vereador Ângelo Filippini. Rodrigues, porém, informa que viajou apenas para Campinas e que só visitou uma única unidade da Anhanguera.
Os fatos estão aí. Mas o vereador prefere ler em outros meios de comunicação que preferem o press release pronto em detrimento de reportagem de campo devidamente comprovada. Qualquer semelhança entre o vereador e esse tipo de imprensa não é mera coincidência.


 

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