Há
quase um ano CONTATO passou a fazer parte da minha vida. Ao longo
desse tempo, foi gradativamente, me impregnando. Até que
passou a se fazer presente em todos os momentos, em tempo integral.
Não resta dúvida. Respirava CONTATO, dormia e acordava
pensando como começar e encerrar mais um dia na lida. E tudo
isso aconteceu da maneira mais prazerosa, satisfatória. Foi
também alimento, inclusive para o coração,
por mais estranho que isso possa parecer. Por isso, acredito, torna-se
impraticável descrever tão rica e saudável
experiência sem distanciar-me das emoções, as
quais, faço questão de não economizar.
Nesse momento, entretanto, em que as emoções se confundem,
o mesmo destino que nos uniu agora decide também nos conduzir
a novos caminhos. É um ciclo que se encerra para que outro
tenha início. É a vida em movimento. Ela que nos impele
cada vez mais a encarar desafios, experimentar o novo, sem temer
o desconhecido. Lição esta adquirida nesta escola
que também me serviu de casa. Foram dias e noites juntos.
Passava mais tempo aqui, com a redação, do que em
qualquer outro lugar. A Carol, agrônoma que se tornou minha
cúmplice nessa jornada, que o diga.
Foi um tempo intenso de convívio entre estes amigos do peito.
Profissionais dedicados, aptos para a missão de informar,
com qualidade gráfica e editorial, sem o rabo preso com qualquer
esfera do Poder. Muito pelo contrário. Neste caso, dar exemplos
seria o mesmo que comentar sobre o que é óbvio e evidente,
como diria Paulo de Tarso, chefe, amigo, parceiro e confidente.
Esse mérito ninguém tira de CONTATO, por maior que
sejam as tentativas de desqualificar esse jornal que hoje adquiriu
corpo de uma grande revista.
Aproveito, neste meu primeiro De Passagem, para registrar que essa
passagem, desde o princípio, quando decidi embarcar de cabeça
no jornalismo, foi e continuará a ser a melhor de todas elas,
nessa longa e difícil viagem. Aqui, ao lado de Paulo, Pedro,
Jorge, David, Rafael, Luciana, Gabriel e o caçula, Afonso,
o nosso estrategista, fez-se mais que uma equipe, formou-se uma
grande família, sem trocadilhos globais.
Sentimentos estão enraizados. E assim permanecerão.
Indispensáveis, os levarei na bagagem. Comigo levo também,
para sempre, o compromisso, nos moldes como aprendi, com a busca
das versões mais próximas da verdade, assim como dizia
o jornalista americano Carl Bernstein. Junto com seu parceiro Bob
Woodward, o repórter do The Washington Post, no início
dos anos 70, em suas reportagens ajudou a revelar o escândalo
que ficou conhecido como Watergate, contribuindo para a renúncia
do então presidente Richard Nixon, em 1974.
Histórias à parte, CONTATO me fez conhecer de perto
a persistência, com a convicção de que tanto
esforço não seria em vão, de que não
seria um tiro no pé. E não foi.Para encerrar, é
preciso fazer alguns agradecimentos, mas as limitações
físicas do papel não permitirão aqui contemplar
a todos. Mas é preciso dizer obrigado aos inúmeros
incentivadores deste jornal que optou pela independência editorial,
fator ora escasso no mercado editorial das terras de Lobato. Agradecimento
especial aos nossos leitores, anunciantes, assinantes e, como não
poderia deixar de ser, a nossas fontes que nos confiaram suas histórias
e acreditaram que aqui encontrariam vazão para suas denúncias.
Agradeço também àqueles que relutam em ignorar
e não reconhecer CONTATO como a nova expressão do
jornalismo taubateano. Diferenciado, reflexivo, crítico e,
acima tudo, engajado. Esses ingredientes fizeram desta receita sucesso
de crítica e de público. Deixo CONTATO apenas fisicamente.
Nossos vínculos serão conservados com o rigor daquele
que aprende a amar e a cuidar. Continuarei colaborando com esse
semanário embora com freqüência menor, mas jamais
os deixarei por definitivo. Ainda terão que me aturar por
muito mais tempo, podem ter certeza disso. Com um forte e fraterno
abraço me despeço, mas, reafirmo, manteremos contato.
Até qualquer hora.
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