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Cegonha
Underground
Bom Prato é o nome de uma
criança cuja paternidade está sendo disputada a tapa entre
a situação fisiológica e a biológica. No
meio desse tiroteio, eis que aparece um pirata travestido de mente brilhante
que toma de assalto o show Underground e o rebatiza de Taubatronic.
Haja cegonha pra tudo isso!
Pobre
cegonha I
Tia
Anastácia anda preocupada com o itinerário da cegonha.
Afinal, a pobre ave não sabe para onde levar o bebê “Bom
Prato” com tantos candidatos a papai por aí. Na Câmara,
os vereadores estão até pensando em fazer teste de DNA.
Antigamente, pensou a respeitável senhora, a mãe ficaria
mal falada pela cidade inteira.
Pobre
cegonha II
A
história da cegonha começou com a publicação
do boletim informativo do diretório municipal do PSDB. Ali, o
ex-prefeito Bernardo Ortiz é retratado como o pai biológico
e responsável pela vinda do programa estadual Bom Prato para
a cidade. A publicação causou mais revolta entre a situação
fisiológica e quase não repercutiu entre os situacionistas
biológicos.
Pobre
cegonha III
No
plenário, Luizinho da Farmácia (PDT) – fisiologista
nato – foi um dos primeiros a contestar a paternidade do velho
Ortiz. “A pior coisa”, desabafou, “é a mentira
e a ingratidão”. Mostrou-se irritado com o que considerou
golpe baixo do ex-prefeito já que, segundo o parlamentar, são
os vereadores que requerem as benesses governamentais. “Isso me
aborrece. A política é realmente suja, baixa”.
Pobre
cegonha IV
Carlos
Peixoto (PSC), líder do governo na Câmara e sobrinho do
chefe do Executivo, também questionou a “paternidade”
de Bernardo Ortiz. Para ele, se alguém tem o direito de ser o
pai da criança, esse alguém é o atual presidente
da Câmara Henrique Nunes (PPS). Tia Anastácia ficou ruborizada
diante dessa afirmação sem sequer mostrar exame de DNA.
Pobre
cegonha V
Visivelmente
abatido, o vereador Henrique Nunes, apontado como pai da criança
que sequer nasceu, vociferou contra a publicação do tucanato
municipal. “Se na capa já tem uma mentira, fica difícil
acreditar no resto”. O presidente do Legislativo argüiu que
o projeto ainda não chegou em Taubaté. Encabulada, Tia
Anastácia comentou: “Sem chegar à cidade o Bom Prato
já está causando indigestão política. Imagina
quando for servido”. Seu sobrinho predileto completou na lata:
“Parece que exageraram nos condimentos. Haja proctologista.”
Primeira
leitura
Do
primário aos concursos públicos, sempre caem questões
de interpretação de texto. Por isso mesmo, parece que
alguns vereadores estão precisando de aulas de reforço.
Tia Anastácia pediu ao sobrinho que relesse o texto em voz alta:
“Desde 2000, Bernardo Ortiz insiste com o governador que Taubaté
precisa de um restaurante Bom Prato (...). Breve teremos aqui uma das
maiores realizações sociais, servindo refeições
completas e balanceadas por 1 real”. Quem sabe na segunda, terceira
ou quarta leitura eles “desconfiem” que a população
da terra de Lobato não usufrui ainda da gastronomia do estado.
Anderson,
o pirata 1
Tia
Anastácia recebeu um casal lindo para tomar seu tradicional chá
das 5. O moço, americano legítimo de San Diego, Califórnia,
USA, e a moça, valeparaibana legítima, sobrinha de um
prefeito da terra de Saci Pererê. O americano, vamos chamá-lo
de Legal, tinha uma baita experiência com shows de música
eletrônica que ele trouxe dos States. Fez três shows em
Taubaté, batizados de Underground: junho, agosto e dezembro.
Não recebeu um tostão pelos dois primeiros shows que lotaram
a Avenida do Povo. Recebeu algum troco pelo terceiro. Elogiado pelo
prefeito, o casal recebeu promessas de outros shows em 2006.
Anderson,
o pirata 2
Muitas
ligações telefônicas foram feita para o primeiro
genro, um gênio cultural, emoldurado por um professor de literatura
que, tristemente, colocou sua pena a serviço de pobre castelo
de idéias. O primeiro genro, uma mente brilhante no Bom Conselho,
através de Talita, mandava dizer que nunca estava. Na terça-feira,
23, Legal e sua companheira descobriram que haviam pirateado suas idéias,
sua alma, seu show agora batizado de Taubatronic.
Anderson,
o pirata 3
Ingenuamente,
o casal Legal acredita que o prefeito ainda não sabe que seu
genro é um pirata. “Depois do show de dezembro, ele elogiou
nosso trabalho e ficou muito impressionado com os 12 mil brinquedos
novos que conseguimos arrecadar”. O casal não quer nada.
Apenas que dêem crédito para o show que nasceu Underground,
desde que foi bolado na Califórnia, de onde foi trazido diretamente
para Taubaté. Aos seus fãs, o casal promete: “Aguardem
porque outros Underground ocorrerão, não necessariamente
em Taubaté”. Maiores informações:
www.djcoldrob.com/theunderground.