Deputado Federal Michel Temer (PMDB)

Michel Temer, deputado federal desde 1987, presidente do PMDB há 6 anos, advogado, professor, foi Procurador Geral do Estado de São Paulo, secretário da Segurança Pública e presidente da Câmara dos deputados, de 1997 a 2000. Depois de realizar concorrida palestra na faculdade de Direito da Unitau, que contou com a participação de pelo menos trezentos estudantes, Temer foi recepcionado com um coquetel pela socialite Regina Munhoz. CONTATO ouviu com exclusividade o deputado. Confira os melhores momentos.

Por Paulo de Tarso Venceslau

CONTATO - Como o senhor analisa essa divisão crônica do PMDB?
Michel Temer
- Trata-se de visões diferenciadas a respeito da identidade própria do partido. É preciso sempre ter alguém empunhando a bandeira de que essa identidade é construída com o lançamento de uma candidatura própria a presidente da República. Outros, menos preocupados com essa identidade, contentam-se com a ocupação de cargos no governo. Essa é a grande divergência.

CONTATO – Mas a divergência mostrou-se mais profunda.
Michel Temer
– Ela foi acirrada por causa da verticalização. Se ela não tivesse sido aprovada, com certeza o PMDB teria lançado um candidato próprio. Mas a sua aprovação desencadeou uma enorme pressão de governadores que construíram as mais diferentes alianças em seus estados. Com a verticalização, ficamos engessados porque uma aliança nacional tem de se repetir em todos os estados.

CONTATO – Se o PT ou o PSDB tivessem indicado Orestes Quércia para disputar o senado o quadro o PMDB poderia ter se aliado a um deles?
Michel Temer
– Poderia ter havido acordo, sem dúvida. Particularmente, acho muito difícil um acordo com o PT. O mesmo não acontece com Quércia. Por causa da verticalização que amorteceu nossos ânimos e de divergências como essa, liberamos nossos filiados para acordos pontuais.

CONTATO – Os que defendiam uma candidatura própria se confundem com os peemedebistas históricos?
Michel Temer
– Sem dúvida. Desde os mais antigos como Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE) e até os mais jovens como Germano Rigoto (RS), Luis Henrique (SC) e Roberto Requião (PR) defenderam a candidatura própria.

CONTATO – Como é presidir um partido tão dividido?
Michel Temer
– Muito difícil. E olha que eu presido o PMDB há quase 6 anos. Eu não acirro os ânimos. Tenho certeza que nosso partido estará mais unido após as eleições porque estaremos todos juntos dentro ou fora do governo. Se houver um governo de coalizão, estaremos dentro. Caso contrário, estaremos na oposição. O governo Lula queria conversar de forma muito pessoal e muito pouco institucional. Não foi possível. Quando o ministro Tarso Genro ofereceu a coalizão era muito tarde.

CONTATO – O que seria essa coalizão?
Michel Temer
– Trata-se de governar junto. O presidente oferece aos aliados partes políticas do governo para que ele, partido, imprima sua política. Por exemplo, o ministério da Agricultura. O partido que assumir esse ministério terá ampla liberdade para desenvolver suas propostas.

CONTATO – E a reforma política?
Michel Temer
– Será inevitável no próximo governo. É uma necessidade que não pode mais ser adiada. Eu sou favorável à lista de candidatos para que possa haver financiamento público das campanhas eleitorais. As listas reforçam os partidos políticos e aumenta a fidelidade partidária.

CONTATO – Mas aumentaria o poder dos caciques sobre a máquina partidária.
Michel Teme
r – Só na primeira eleição. A partir da segunda, tenho certeza que a militância partidária tomará conta da máquina partidária.

CONTATO – O senhor com ex-secretário, como analisa a crise da segurança pública?
Michel Temer
– Ela se resolve com investimento. Com administração e investimento. E, claro, com inteligência. Bill Clinton (ex-presidente dos EUA) inaugurou uma penitenciária federal por mês, nos seus dois governos. (O presidente) Lula inaugurou apenas uma em quatro anos.

CONTATO – O PMDB foi muito afetado pela crise que abateu sobre o Congresso Nacional?
Michel Teme
r – A grande maioria de nossos parlamentares não foi contaminada. Tenho certeza que a sociedade sairá melhor da crise do que quando ela começou.

CONTATO – O que o senhor acha da convocação de uma constituinte específica para a reforma política proposta pelo governo Lula?
Michel Temer
– Um disparate!

CONTATO – Geraldo Alckmin tem chances de vencer?
Michel Temer
– Sem dúvida. Quando começar a campanha pela TV veremos a diferença. Ele é muito melhor na TV do que ao vivo.


"Se houver um governo de coalizão, estaremos dentro. Caso contrário, estaremos na oposição"

 

Deputado Federal Michel Temer (PMDB)

 

Coquetel politico

Deputado Michel Temer tem recepção VIP

Jurista respeitado, professor, secretário de Segurança Pública de vários governos, presidente da Câmara Federal por duas legislaturas e deputado federal desde 1987, são algumas das atividades desenvolvidas por esse homem público que tem passado ao largo das crises e escândalos que atormentam mensaleiros e sanguessugas. Na terça-feira, 8, depois de uma palestra para mais de 300 estudantes da faculdade de direito da Unitau, Michel Temer (ver entrevista pág 7) foi recepcionado pela amiga Regina Munhoz. O buffet Toscana deu mais brilho ao coquetel servido para um seleto grupo de convidados. Um único senão: a saída à francesa do vereador Chico Saad

Deputado Michel Temer e a socialite Regina Munhoz

Ex prefeito Bernardo Ortiz, deputado Michel Temer e o médico e ex-vereador Wilson Vieira

 

Regina Munhoz, Alexandra Bonomi, vereadora Pollyana e Regina Lúcia

Professora Ariadne, Alessandra e Eduardo Abrahão, Marcelo Munhoz, Wilson Vieira, Carlos Alberto e Marcos Edwagner

 

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