Meio Ambiente

Por Jorge Fernandes


Na ordem do dia

A questão ambiental deixou de ser um tema discutido somente entre especialistas e virou peça fundamental na estratégia política mundial. Como contribuição a este novo cenário atento aos problemas ambientais, Taubaté foi sede do IV Encontro do Meio Ambiente do Vale do Paraíba.


Abertura oficial do IV Encontro do Meio Ambiente do Vale do Paraíba

Como alinhar desenvolvimento tecnológico, preservação dos recursos naturais e qualidade de vida? Com esta preocupação, Taubaté mais uma vez foi palco para o IV Eco Vale (Encontro do Meio Ambiente do Vale do Paraíba), realizado entre 3 a 5 de agosto, no Hotel Mazzaropi. Promovido pelo SEESP (Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo), o evento contou com a participação de lideranças empresárias, políticas e civis da região.


Durante três dias, foram realizadas oito seções plenárias onde foram debatidas e desenvolvidas desde idéias a respeito de recursos hídricos, de saneamento básico e de meio ambiente até política e legislação ambiental. Nomes importantes dentro do cenário ambiental do país, como, por exemplo, Thelam Krug, do Instituto Interamericano para Pesquisas e Mudanças Globais do Inpe, Jayme de Seta Filho, da Petrobras, e Francisco Thomaz Van Acker, secretário estadual do meio ambiente participaram ativamente.


O IV Eco Vale serviu também como preparatório ao VI Conse (Congresso Nacional dos Engenheiros), agendado para o próximo mês em São Paulo, que irá abordar o tema “cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”. Além dessa preparação, o Eco Vale preocupou-se em apresentar propostas para os candidatos que disputam à corrida eleitoral este ano.


No encontro, temas como “Conflito entre desenvolvimento e proteção ambiental”, apresentado pelo secretário estadual do meio ambiente, e “Plano Diretor ambiental”, desenvolvido pelo advogado Antônio Fernando Pinheiro Pedro, serviram como exemplos para a política ambiental do prefeito Roberto Peixoto. O último episódio dessa agressiva gestão ao meio ambiente por parte da prefeitura foi a construção da ponte na estrada do Rio Comprido, região rural de Taubaté.


A falta de entendimento técnico-informativo entre o Departamento de Obras Públicas e o setor de comunicação, por exemplo, é a parte mais visível desse intricado processo de construção da ponte. A estrada localiza-se sobre o leito do Rio Una onde está prevista a construção de barragens para abastecer Taubaté e regiões vizinhas. Para o primeiro escalão do Executivo taubateano, porém, essa realidade não foi levada em conta. Além disso, a obra consumiu gastos públicos de aproximadamente R$ 600 mil numa região cercado por pequenos produtores rurais e um tráfego praticamente nulo.


José Albertino de Abreu (esquerda), diretor do CIESP - Taubaté, com lideres empresarias

Outro fator preocupante foi a ausência dessa ponte no Plano Diretor da cidade que se encontra praticamente pronto. As seqüelas da construção da ponte na Estrada do Rio Comprido caberão às futuras gerações solucionar, o que está na contra-mão das idéias ambientalistas.


O reflexo dessa política pôde ser observada na presença do primeiro escalão do Palácio Bom Conselho ao Eco Vale. Ao invés de participar do evento, o prefeito Roberto Peixoto preferiu ser representado, mais uma vez, pelo vice Alexandre Danelli e por membros do Programa Ensino, Esportes e Juventude.

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