Jogo Rápido com o deputado federal Fernando Gabeira (PV)

Depois de participar em um dos mais concorridos debates na FLIP, Gabeira e sua esposa tiveram alguns momentos de paz no sítio Bela Marina, registrados pela reportagem de CONTATO. A rápida entrevista foi concedida alguns dias antes. Confira os melhores momentos.


Deputado federal Fernando Gabeira (PV)

Por Paulo de Tarso Venceslau

 

CONTATO – Vai ser mais difícil renovar seu mandato pelo PV do que foi pelo PT, em 2002?
Gabeira
– Estou na Câmara há três mandatos. Quando fui candidato pelo PT perdi 9 mil votos. Não tive nenhuma vantagem com a mudança de sigla. Além disso, sou ruim de voto. Sou popular, mas as pessoas não votam em mim. Uns porque eu sou supostamente maconheiro, outros porque sou supostamente veado, ou porque sou veado e maconheiro. Outros acham que não tenho seriedade o suficiente. Minha situação é delicada. Sou

CONTATO – Gilberto Gil, seu companheiro de PV, tem sido um bom ministro da Cultura?
Gabeira
– O Gil é um ministro da cota do presidente. Não foi escolhido por ser do PV. Ele vem investindo mais nas relações exteriores dos que nas questões internas. Se eu fosse o presidente, escolheria um ministro mais voltado para os projetos internos do que para a diplomacia.

CONTATO – Por que PT e PSDB, os dois partidos mais ideológicos do país, não conseguem formar uma aliança e optam por acordos com partidos e lideranças fisiológicas?
Gabeira
– O fator São Paulo impede a união dos melhores do PT com os melhores do PSDB. Eles disputam lá e acham que não podem estar juntos no resto do Brasil. O domínio sobre São Paulo tem um peso muito grande. Qualquer um deles no governo prefere incorporar os setores fisiológicos.


Gabeira e Paulo de Tarso se confraternizam no sítio em Paraty

CONTATO – Quando o governo Lula começou a errar?
Gabeira
– Desde o princípio. Logos nos primeiros meses o governo aceitou uma importação muito suspeita de pneus usados do Paraguai e Uruguai. Depois, começou a novela dos alimentos geneticamente modificados, em que o governo legalizou uma plantação clandestina de soja. Teve, também, o erro da política de alianças. Foi quando todos os escrúpulos terminaram. Sempre achei que o Lula não governava nada. Ele estava fazendo um trabalho de representação. As tarefas do governo caíram todas nas mãos do José Dirceu, uma pessoa extremamente centralizadora, que não admitia perder nem um milímetro de poder. Quando eu saí, ainda não tinha acontecido as denúncias de mensalão.

CONTATO – Como avalia as candidaturas para presidente esse ano?
Gabeira
– Heloisa Helena propõe (...) idéias nacionalistas e estatizantes, com características semelhantes às da Venezuela e da Bolívia. Não me identifico mais com essas idéias. O Cristovam é um homem com várias idéias para o Brasil. Mas eu não creio que seja possível conquistar uma eleição simplesmente com um homem de idéias. O Lula que foi eleito era a encarnação da esperança. Hoje ele não é mais uma promessa, é uma realidade medíocre. O Alckmin é provinciano para esse momento que o país vive. O Serra seria um candidato muito mais adequado.

CONTATO – Ele contaria com seu apoio?
Gabeira
– Contaria. Nós chegamos a conversar em São Paulo.


 

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