A primeira surpresa foi saber que
o Ortiz de Taubaté, conforme indica seu santinho de campanha,
não possui comitê político algum. “É
para reduzir custos, fofocas e fugir das demandas assistenciais
– se eu for atendê-las, estarei infringindo a lei -
que aparecem aos montes durante a campanha. São pedidos para
que eu pague contas de luz, de água, gás, passagens
de ônibus, etc. Outro dia, uma pessoa que mal se identificou,
ligou pedindo, exigindo, uma série de coisas para um time
de futebol. Meu comitê é o meu celular”.
Explica que sua campanha está focada em temas interligados
como desenvolvimento econômico e geração de
emprego e renda que só poderão acontecer por meio
da educação, da ciência e da tecnologia. Sobre
educação afirma que “é necessário
garantir investimentos compatíveis para formar técnicos
voltados para a ciência e tecnologia” e dá como
exemplo o modelo chinês.
Como? “Eu sei que, se eleito deputado, sozinho não
conseguirei mudar nada. É preciso construir uma bancada majoritária
suprapartidária formada por deputados com os mesmos ideais
para poder dispor de força para fazer a mudanças necessárias”.
E o que vem a ser sua proposta sobre ciências? “A canalização
de recursos para que as universidades possam desenvolver programas
de pesquisas, principalmente para pesquisas aplicadas. A tecnologia
viria como decorrência dessa mão-de-obra qualificada
através desses investimentos”.
Antônio
Mário Ortiz
Perguntado
sobre sua relação com Marco Antônio Bertaiolli,
sua dobrada prioritária, não esconde que depende muito
dele para fazer sua campanha. “Bertaiolli tem um estilo de
campanha em que ele não aparece com uma única dobrada.
Os santinhos não trazem as dobradas porque são campanhas
independentes. Na verdade, prevalece mais uma comunhão de
interesses do que um dobrada propriamente dita. Em Taubaté,
por exemplo, ele tem o apoio da vereadora Maria da Graça
(PTC) que por sua vez não me apóia. E não tenho
nenhum trauma por causa disso”. Perguntado sobre o apoio de
vereadores, Mário Ortiz não esconde seu desapontamento
por não contar com o apoio de um único vereador. Afinal,
“o PFL é pequeno em Taubaté, tem uma comissão
provisória dirigida pelo ex-vereador coronel Cezário,
e hoje possui apenas cerca de 150 filiados”.
Antônio
Mário Ortiz
Nossa
reportagem perguntou sobre uma reunião com o prefeito Roberto
Peixoto, semana passada, graças à intermediação
do vereador Henrique Nunes (PPS), para tratar sobre as eleições
de 2008, quando teria recebido o convite para ser o candidato a
vice-prefeito na chapa encabeçada por Peixoto.
Mário Ortiz negou que a reunião tivesse ocorrido,
mas confirmou a tentativa de intermediação por meio
de Renato Felgueiras (ex-diretor do Departamento de Serviços
Urbanos à época em que Mário Ortiz esteve à
frente da prefeitura). “Não descarto a possibilidade
de me encontrar com Roberto Peixoto, mas descarto totalmente a hipótese
de ser seu vice em 2008. Até outubro, estarei concentrado
exclusivamente na conquista de uma vaga na Câmara Federal,
apesar de estar consciente da enorme dificuldade para conseguir
o número de votos suficientes. E 2008 vai depender muito
do resultado eleitoral. Se eu vencer, cumprirei meu mandato integralmente.
Se perder, pretendo disputar a prefeitura de Taubaté, em
2008.”
E Robeto Peixoto? “Posso conversar a hora que ele quiser,
mas não aceito ser vice de ninguém. Essa é
uma probabilidade inexistente. Se eleito, até cabe uma conversa
com o prefeito porque pretendo representar Taubaté no Congresso
Nacional e para isso precisarei ter um bom entendimento com o prefeito,
não importa quem seja”.
Sobre a administração Roberto Peixoto afirma que a
sua seria totalmente diferente, com prioridades diferentes. “Não
consigo identificar qual é o foco do prefeito Roberto Peixoto,
não consigo entender as causas que teriam esgotado os recursos
da prefeitura, como afirma o jornal Contato. O meu foco é
a geração de renda e emprego. Minha eleição
para a Câmara Federal seria fundamental para colocar em prática
algumas idéias e fortalecer a unidade de um grupo de apoiadores
de altíssimo nível”.
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