A
nova classificação no Sistema Solar contempla três
grupos de planetas: o primeiro com os oito planetas clássicos
Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno,
Urano e Netuno, o segundo com os asteróides e o terceiro grupo
com Plutão e o novo objeto Xena (de codinome UB313), descoberto
no ano passado.
Plutão
A
assembleia-geral da União Astronômica Internacional (UAI)
decidiu, em 23 agosto de 2006, em Praga, retirar de Plutão
o seu estatuto de planeta, passando assim a oito o número oficial
de planetas do sistema solar. Após grandes e intensas controvérsias
sobre esta decisão, a UAI acabou por votar por unanimidade,
na sua XXVI assembleia-geral, a exclusão de Plutão da
categoria de planeta com pleno direito a figurar no sistema solar.
A nova definição contempla três grupos de planetas:
o primeiro com os oito planetas “clássicos” - Mercúrio,
Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno,
o segundo com os asteróides e o terceiro grupo com Plutão
e o novo objeto UB-313, descoberto no ano passado.
Plutão, descoberto há 76 anos , foi objeto de disputa
durante décadas, sobretudo devido ao seu tamanho, que tem sido
reduzido ano após ano até aos 2.300 quilômetros
de diâmetro atualmente estabelecidos, sendo muito menor do que
a Terra (12.750 quilômetros) ou do que a lua terrestre (3.480
quilômetros).
Outro argumento contra Plutão é a forma pouco comum
da sua órbita, cuja inclinação não é
paralela a da Terra nem a dos outros sete planetas do sistema solar.
Plutão é um corpo anão do sistema solar localizado
numa região conhecida como cintura de Kuiper. Sua órbita,
excêntrica, é fortemente inclinada em relação
aos planetas. Durante um período de 20 anos do seu longo movimento
de translação à volta do sol de 248 anos, Plutão
encontra-se além de Netuno.
O astrônomo norte-americano Percival Lowell, um de seus investigadores
mais dedicados, nada descobriu. Doze anos depois de sua morte, seu
antigo observatório, o Flagstaff, no Arizona, contratou um
astrônomo mais jovem para continuar o trabalho. Plutão
foi descoberto em fevereiro de 1930 pelo jovem Clyde Tombaugh, na
época tinha 24 anos, que conseguiu fotografá-lo.
Plutão possui um satélite maior chamado Caronte e dois
menores, descobertos em 2005 pelo telescópio espacial Hubble
e que receberam da União Astronômica Internacional (UAI)
os nomes mitológicos de Nix e Hydra. Um dos motivos da escolha
desses nomes foram as iniciais N e H que coincidem com a nave espacial
New Horizons, que detectou esses novos satélites. Até
julho de 2006, era considerado um planeta, mas sua categoria foi mudada.
Plutão apresenta uma cor marrom clara com um tom leve de amarelo.
A descoberta do seu satélite Caronte, em 1978, permitiu a determinação
da massa do sistema Plutão-Caronte por meio da simples aplicação
da formulação newtoniana da terceira lei de Kepler.
O diâmetro de Plutão foi finalmente medido quando o planeta
anão foi ocultado por Caronte, e o seu disco agora pode ser
resolvido por telescópios com o emprego de ótica adaptativa.
A massa de Plutão equivale a menos de 0,2 a da Lua, o que torna
aquele astro não apenas muito menor do que qualquer planeta
mas também com massa e dimensões menores do que sete
satélites: Ganimedes, Titã, Calisto, Io, a Lua, Europa
e Tritão. Por outro lado, Plutão tem o dobro do diâmetro
(e doze vezes a massa) de Ceres, no cinturão de asteróides,
e era o maior objeto conhecido no cinturão de Kuiper até
a descoberta do objeto 2003 UB313 em 2005.
A tênue atmosfera de Plutão compõe-se provavelmente
de nitrogênio, metano e monóxido de carbono, em equilíbrio
com nitrogênio sólido e gelos de monóxido de carbono
na superfície. À medida que o planeta anão se
afasta de seu periélio (e do sol), sua atmosfera tende a congelar
e a precipitar.
Plutão era o nome do deus da mitologia grega Hades, deus do
mundo inferior (submundo), soberano dos mortos e também das
riquezas. Assim como os cristãos evitam falar no nome do Diabo
e deram-lhe inúmeros apelidos, Plutão era apenas um
deles.
Na mitologia grega, os três filhos de Cibele (Mãe dos
Deuses ou Grande Mãe) e Saturno (filho do Céu e da Terra)
partilharam o universo. Os mares ficaram com Netuno, o Olimpo com
Júpiter (Zeus) e os infernos (Hades) com Plutão.