Por Jorge Fernandes

Unitau preserva patrimônio

Reitora inicia um projeto audacioso e relevante para Taubaté e região: restaurar todos os imóveis históricos que pertencem à Unitau e aproximar a academia da comunidade.


Reitora conhece maquete do projeto da Quadra D


A reitora da Unitau (Universidade de Taubaté) não brinca em serviço. Há cerca de dois meses no comando da Unitau, a prof. Maria Lucila Junqueira Barbosa implantou uma séria de medidas inovadoras e colocou em curso suas propostas de campanha. Na segunda-feira, 4, a reitora anunciou, em entrevista coletiva, o início de projetos para a restauração dos prédios históricos da Unitau. Com isso, a reitora matou dois coelhos com uma só cajadada: cumpre mais um compromisso de campanha ao mesmo tempo em que põe em prática o prometido diálogo direto com a imprensa.


A restauração de prédios históricos começou concomitantemente ao início da gestão da nova reitora. Com orçamento em torno de R$ 16,5 milhões, a primeira parte do projeto já foi concluída na última semana com o levantamento dos 44 imóveis que fazem parte do patrimônio da Unitau que devem ser restaurados pelos próximos anos. De imediato, a prioridade contempla três imóveis históricos da Unitau: Solar da Viscondessa de Tremembé, Capela de Nossa Senhora do Bom Conselho e a chamada “Quadra D”.


“Tornar [esses imóveis] locais de cultura para a comunidade da região” é a expressão que melhor define suas idéias. Para não dissipar esforços e muito menos recursos, a Unitau direcionou para os três imóveis selecionados os primeiros investimentos, que são da ordem de R$ 16,5 milhões. A Capela do Bom Conselho, eleita como “a menina dos olhos” pela reitora, deverá consumir cerca de R$ 1 milhão, enquanto que a Quadra D necessitará de aproximadamente R$ 15 milhões e a restauração do Solar da Viscondessa de Tremembé absorverá os R$ 500 mil restantes.


A reitora afirmou que é importante para a Unitau buscar parceiras pública-privadas para a execução dessas reestruturações “porque só a Universidade não teria condições de arcar com todas as despesas”, muito embora os três imóveis selecionados serão restaurados com recursos próprios da Unitau. Para os próximos, “vamos buscar investimentos por meio da Lei Rouanet”, completou.


O vice-reitor da Unitau, professor José Rui de Camargo, foi coordenador do levantamento concluído. Ele explicou que a etapa inicial da restauração de prédios históricos foi composta em duas frentes: a jurídica e a física. “Fizemos um levantamento de documentos jurídicos e depois uma avaliação das condições físicas dos imóveis”. A equipe responsável por essa primeira etapa é constituída por dois alunos do curso de Direito, dois da engenheira civil e um da ambiental. “Eles [alunos] colocaram a mão na massa”, acrescentou o vice-reitor.
A restauração propriamente dita desses imóveis está sob a coordenação da chefe do Departamento de Arquitetura, professora Maria Dolores Alves Cocco, em parceria com o NPCC (Núcleo de Preservação do Patrimônio Cultural).

 

A Capela do Bom Conselho

 


Foto da Capela em 1965, ainda como Colégio do Bom Conselho (internato de Freiras). A foto pertence ao Arquivo Pessoal de Teresinha de Jesus Cardoso e Cunha


Na entrevista coletiva, a reitora fez questão de destacar “o estado assustador” das condições atuais da Capela do Bom Conselho devido a absoluta falta de conservação dos últimos quinze anos. Os trabalhos na Capela de Nossa Senhora do Bom Conselho, localizada no campus do Bom Conselho, começaram há duas semanas e só estarão concluídos em 2008.
A obra de restauração da Capela, após a fase de levantamento, já foi iniciada com a preservação e limpeza das paredes de taipa feita pelo NCCP junto com alunos de arquitetura e história. O restabelecimento da cobertura e restauração do forro será executado por uma empresa especializada.


Quadra D e Solar da Viscondessa

A chamada Quadra D, um complexo que pertencia à extinta Companhia Taubaté Industrial, ocupa uma área de cerca de 12 mil m2. Ela será transformada em um Centro de Convivência que ficará disponível tanto para a academia como para comunidade. A idéia é “fortalecer a união dos estudantes dos diversos cursos da Universidade e sua integração com a comunidade”, segundo a assessoria da imprensa da Unitau.
Além disso, após a restauração, o Centro de Convivência passará a abrigar também o acervo de documentos históricos da Unitau. Com um custo elevado na ordem de R$ 15 milhões, a Universidade de Taubaté buscará órgãos de fomento à cultura, como a Secretaria de Cultura do Estado e a Unesco (Organização das Nações Unidas para educação, ciência e cultura), para viabilizar a obra.
O Solar da Viscondessa de Tremembé, que já serviu como sede da reitoria da Unitau e a Clínica de Psicolgia, abriga o CDPH (Centro de Documentação e Pesquisa História) e seu custo de restauração gira em torno de R$ 500 mil. Segundo a assessoria de imprensa da Unitau, ainda não definido o projeto para o Solar, mas enquanto isso, o imóvel será restaurado.

 

 

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