CONTATO
- Por que disputar a reeleição?
Dep. Padre Afonso - O Vale do Paraíba carece de
representatividade. Taubaté ganhou muito com a nossa participação.
Nosso relacionamento com Geraldo Alckmin ajudou muito. Queremos
continuar esse trabalho e nos dispomos a assumir outros compromissos
para representar Taubaté e nossa região.
CONTATO
- O apoio da Igreja Católica está maior ou menor em
relação à campanha de 2002?
Dep. Padre Afonso - A Igreja, enquanto instituição,
não pode apoiar determinado candidato. Ela não tem
candidato. A Igreja defende princípios. Eu sinto, por ser
padre, bastante sintonia dos colegas em relação a
nossa candidatura.
CONTATO
- Quais atividades como deputado lhe deram mais alegria? Elas podem
se traduzir em votos?
Dep. Padre Afonso - Pode. O que me deu mais alegria foram
as emendas que destinavam verbas para as Apaes de São Paulo
e também a implantação do projeto Bom Prato
em Taubaté, que oferecerá 1.200 refeições
diárias.
CONTATO
- Como o sr. analisa a indicação da Sede Santos, do
padre Marlon, pela prefeitura para administrar o programa Bom Prato?
Dep. Padre Afonso - O que cabia ao deputado era lutar para
aprovação da emenda na Assembléia Legislativa.
Essa decisão [de indicar a entidade responsável pela
gestão] não é com o deputado embora a torcida
fosse para os Vicentinos. Eu achava que estava tudo certo e, para
mim, também foi uma surpresa. Esperamos que a Sede Santos
faça bom trabalho.
CONTATO
- Qual projeto sancionado pelo governador em que seu trabalho foi
decisivo?
Dep. Padre Afonso - Vários projetos. Mas acredito
que dois são de suma importância: a criação
da defensoria pública e o projeto que regulamenta a cobrança
pelo uso de recursos hídricos. São dois projetos que
a bancada do PV assumiu. [Outro] projeto que seria importante ser
aprovado disciplinava o plantio de eucalipto no estado. Esse foi
vetado pelo governador.
CONTATO
- E o Hospital Regional?
Dep. Padre Afonso - Há mais de 50 anos havia a discussão
sobre a implantação de um hospital regional no Vale
do Paraíba, única região do estado que não
tinha um hospital público. O governador [Alckmin] pediu nosso
apoio e assumimos a bandeira. Nossa participação foi
decisiva na desapropriação do Hosic [Hospital Santa
Isabel de Clínicas] e foi reconhecida pelo próprio
governador. Agora precisamos recuperar o Hospital Universitário,
que passa por momentos difíceis.
CONTATO
- Qual sua principal dobrada para campanha?
Dep. Padre Afonso - As dobradas foram acontecendo. O deputado
Marcelo Ortiz (PV) é uma dobrada natural. Depois fui procurado
pelo Silvio Sanzoni, Regina Gonçalves e o Pena – presidente
nacional do partido. Além de outras que surgiram como, por
exemplo, Salvador Zimbaldi. Eu acredito que o povo sabe distinguir
muito bem, apesar de a gente estar junto no papelzinho, o trabalho
de um e de outro.
CONTATO
- Como está dividida a campanha?
Dep. Padre Afonso - Prioritariamente em Taubaté,
Caçapava, Tremembé e Pinda – cidades em que
fui mais bem votado na última eleição –
e nas cidades do Vale do Paraíba. Não sou de abrir
muitas frentes porque política se faz com relacionamento
e trabalho efetivo.
CONTATO
- Quais atividades lhe trouxeram dissabor, como deputado?
Dep. Padre Afonso - Dissabores a gente sempre tem porque
faz parte da vida. O maior dissabor foi a falta de compromisso que
as pessoas apresentam com aquilo que eles assumem. São aquelas
pessoas que acertam projetos comuns e apoio, e quando se aproxima
a eleição vão pensando em projetos pessoais.
Quando você interessa para essa pessoa, serve. Quando não,
eles te descartam. É importante que se cumpram a acordos
e que se tenha palavra.
CONTATO
- Pode citar nomes?
Dep. Padre Afonso - Eu prefiro não dizer nomes justamente
para não criar polêmica – que é boa quando
constrói. Talvez, depois desse pleito, a gente possa dar
nomes aos bois.
CONTATO
- Em escala de 1 a 10, como classifica o apoio de Roberto Peixoto
a sua campanha?
Dep. Padre Afonso
- Prefiro não escalonar. Eu sei que esperava de Roberto Peixoto
maior participação. Taubaté inteira sabe do
que eu fiz para ajudar Roberto Peixoto. Trabalhamos intensamente
[na campanha para prefeito em 2002]. Realmente, esperava mais empenho,
participação, compromisso, lealdade, fidelidade e
companheirismo do Roberto Peixoto. Vejo hoje Roberto Peixoto apoiando
todo mundo que faz parte, às vezes, do jogo que a política
exige. Mas, poxa vida, um telefonema? Como está a campanha?
Qual dificuldade e no que a gente pode ajudar? [Ele] Está
alheio e dá a impressão que a gente não está
concorrendo à reeleição e que não ajudamos
na sua eleição. Esperava muito mais. Essa é
uma das decepções que eu tenho.
CONTATO
- Como o sr. explica essa postura de Peixoto já que militantes
do PV compõem o primeiro escalão da Prefeitura?
Dep. Padre Afonso - Compromisso é compromisso. Do
dr. Cabral (jurídico), dr. Pedro Enrique (saúde) e
Monteclaro Cesar (trânsito) estamos tendo apoio e [é]
com que a gente está contando. E de forma isolada de outros
diretores como Gerson (Obras Públicas) e Antônio Carlos
(rural). Mas, da parte efetiva dele [Peixoto] não conseguimos
apoio que esperávamos.
CONTATO
- Seu coração político pende mais para o lado
do presidente Lula (PT) ou do deputado Fernando Gabeira (PV)?
Dep. Padre Afonso - Pende mais pelos compromissos que assumi.
Lula foi uma decepção, apesar de algumas conquistas.
Respeito a postura do Gabeira, apesar de algumas restrições
[como a] defesa da descriminalização da maconha.
CONTATO
- Acredita em segundo turno para presidente?
Dep. Padre Afonso - Estou torcendo porque o segundo turno
centraliza as discussões e amadurece questões que
até agora não foram propostas de forma interessante.
CONTATO
- Qual mensagem final aos eleitores?
Dep. Padre Afonso
- Não perder a esperança e [acreditar] no papel fundamental
do direito do voto. O voto nulo não leva a lugar nenhum.
É uma falta de responsabilidade.
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