Por Jorge Fernandes

Vereador Chico Saad (PMDB) – candidato a deputado estadual

Após quatro mandatos como vereador, Chico Saad (PMDB) tenta uma vaga na Assembléia Legislativa de São Paulo com a bandeira da geração de emprego, não poupa críticas ao presidente Lula “o maior engodo que este país já teve” e se diz perseguido pela presidência da Câmara de Taubaté por proibi-lo de aparecer em programas da TV Câmara.

 

CONTATO - Por que sair candidato a deputado estadual?
Chico Saad
- Estou no meu quarto mandato de vereador. Gosto muito de ajudar as pessoas, quero continuar [a faze-lo] pelo poder legislativo estadual e, principalmente, mostrar que é possível ser político diferente daquilo que vemos hoje.

 

CONTATO - Além de Taubaté, onde espera conseguir votos?
Chico Saad
- Estou correndo 64 cidades, incluindo Taubaté, especialmente no Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira e em 17 cidades da região bragantina.

 

CONTATO - Qual é o carro-chefe de sua campanha?
Chico Saad
- Chama-se EM-PRE-GO. Não adiante nada falar de saúde, educação, meio ambiente – que são temas importantes – sem privilegiar o emprego. A pessoa bem empregada tem dinheiro até para comprar a casa própria, se educar melhor. O emprego é o elo de todas as outras necessidades.

 

CONTATO - Como conciliar a campanha com o vereador Chico Saad?
Chico Saad
- Estaria com melhores condições para [me eleger] deputado caso não fosse vereador. Ando pelas ruas e as pessoas me param pedindo coisas para o vereador e não para o candidato. Tenho procurado atender no que posso porque eu continuo sendo vereador. Outra coisa: não me deixam aparecer na TV Câmara porque sou candidato. Mas, continuo sendo vereador. Estão tolhendo o meu direito de aparecer na TV Câmara como vereador. Estou sendo proibido de aparecer na TV Câmara pela presidência da Casa. Continuo sendo vereador e se não pudesse, a própria legislação eleitoral pediria meu afastamento. Isso está me prejudicando. Além disso, nunca na minha vida em quatro mandatos, nunca faltei em uma sessão de Câmara e nem cheguei atrasado.

 

CONTATO – Com qual grupo do PMDB o senhor está mais afinado?
Chico Saad
- Com o grupo anti-Lula. Sou ligado ao Michel Temer, Pedro Simon, Germano Rigotto. É um grupo que é contra todas essas falcatruas que acontecem na esfera federal e que angustia o povo brasileiro.

 

CONTATO - Michel Temer disse que caso Lula seja reeleito poderá estudar uma proposta para deixar de ser oposição. O senhor é a favor ou contra aderir ao governo?
Chico Saad
- Sou contra. Sou a favor de expulsar Renan Calheiros, Ney Suassuna, José Sarney, Hélio Costa, todos esses vendilhões. Sou a favor que esses sejam expulsos do PMDB porque do jeito que eles amam o Lula deveriam estar no PT há muito tempo.

 

CONTATO - Essa disputa federal afeta ou não sua posição frente a eleições para o governo do Estado?
Chico Saad
- Acho que prejudica porque o povo está cansado de tudo isso que acontece no andar de cima e começa a observar pessoas de outros partidos agirem por interesses particulares, atrás de cargos, atrás de beneficio desse governo que não merece nenhuma consideração do nosso povo. Inclusive, não acredito nessas pesquisas eleitorais.

 

CONTATO - Acredita que ocorrerá segundo turno para presidente?
Chico Saad
- Eu acredito que vai ter, sim. Se Lula ganhar é porque o povo é muito sugestionável. Começa a ver pesquisa e acaba votando no sujeito que está na frente. Acho que essas pesquisas são manipuladas. Nas cidades em que percorri durante as campanhas, eu não achei ninguém querendo o Lula. Então, não consigo entender essa situação. O que a gente percebe é que o Bolsa-Família segura o povão do lado do Lula Porque tem gente que trabalhava na enxada 10 horas por dia para ganhar R$ 40 e, hoje, pode ganhar R$ entre R$ 90 a R$ 180 para ficar em casa, dormindo. Se o programa fosse bom mesmo, no segundo ano de programa diminuiria o número de assistidos pelo Bolsa-Família. E, no entanto, o governo só fala em aumentar. Está, sim, aumentando o número de pessoas pobres.

 

CONTATO - Como ajuda na campanha de Orestes Quércia?
Chico Saad
- Eu confio muito no Orestes Quércia, que na área de segurança foi o melhor que tivemos. Além disso, ele tem grandes programas para a área de saúde, educação. Estou atrás de pessoas assim, com poder de comando. Está faltando em nosso país é o poder de comando e não de pessoas que acham que vão comprar votos com favores com o PCC para mandar no estado.

 

CONTATO - Acredita em segundo turno para campanha estadual?
Chico Saad - Espero que sim. Minha expectativa é que Quércia passe para o segundo turno e aí teremos dois bons candidatos para o Palácio dos Bandeirantes. O meu candidato no segundo turno continuaria sendo Quércia.

CONTATO - Por que o senhor não esperou que o presidente do PMDB, Michel Temer, descesse para o coquetel que lhe foi oferecido recentemente?
Chico Saad - Eu não tinha nada a ver com aquele coquetel. [Eu tenho] com o Michel Temer, que é meu candidato a deputado federal e sou representante dele em Taubaté. Quando cheguei ao coquetel não me senti bem recebido e fui embora. Aquele coquetel não foi oferecido pelo meu amigo Michel Temer. Foi oferecido por uma outra pessoa [Regina Munhoz] que provavelmente não era minha amiga como eu pensava que fosse. O seu jornal disse que eu fui embora por causa do ex-prefeito Bernardo Ortiz. No entanto, ficamos numa conversa agradável. Nós nos damos bem e eu tenho um apreço por ele. Não me senti bem recebido e fui embora.

CONTATO - Em uma escala de 1 a 10, qual seria o peso do prefeito Roberto Peixoto na sua campanha?
Chico Saad - Mais ou menos um. Muitas pessoas vão votar em mim porque eu apoio os bons projetos do Peixoto. Quando as pessoas criticam as outras pessoas devem ter bastante base para isso. Quando se tem base, a gente procura ver a verdade e punir quem merece ser punido. Recebemos denúncias aqui na Câmara contra o governo municipal. Eu não apóio a que não têm base. No caso do transporte alternativo, que não é alternativo e, sim, concorrente, nós criamos uma comissão de estudos.

CONTATO - Qual nota o senhor dá para o governo Peixoto?
Chico Saad - 7 para Peixoto, 8 para Alckmin e 4 para Lembo. O presidente Lula é o maior engodo que este país já teve. Um presidente que não fez nada.

CONTATO - Caso não seja eleito deputado estadual, o senhor será candidato a presidente da Câmara, ou não?
Chico Saad - Não é minha intenção ser candidato a presidente. Sairia em um caso muito especial. Mas eu nem penso nessa possibilidade de não ser eleito deputado estadual. Não tenho rejeição política e a receptividade é ótima nas ruas, por isso descarto essa possibilidade.

 

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