Taubaté:
A cidade de Saúde?
Com
privilégios como a Faculdade de Medicina (única de todo
o Vale do Paraíba), 2 hospitais macro-referências, um hemonúcleo
que fornece sangue para inúmeras cidades, inclusive Campinas,
fora os recursos exclusivos como postos de saúde e o pronto socorro
municipal, Taubaté pode ser chamada de cidade da saúde?.
Tudo
parece um mar de rosas, mas, analisando a fundo as coisas não
funcionam bem assim. O Hospital Universitário (HU) sofre de constantes
déficits financeiros que de tempos em tempos culminam com falta
de medicamentos e equipamentos básicos como, por exemplo, luvas
de procedimento, fios de sutura entre outros. Além disso, a obscura
política da UNITAU gera crises internas no hospital, afetando
diretamente os pacientes.
O Hospital Regional não atende com seu potencial pleno e não
cumpre o termo de cooperação com o HU, além de
atender quantidade limitada de pacientes pelo SUS.
O hemonúcleo no HU, segundo a reitoria da UNITAU, está
com “os dias contados”. Para piorar a situação,
na última reunião do Conselho Municipal de Saúde
com a presença de membros do D.A.B.M. foi exposta uma realidade
cruel: a crise de falta de medicamentos na farmácia da prefeitura
provocada pela crise financeira.
Por essas e outras, o cidadão taubateano é privado do
direito constitucional à saúde e sofre as conseqüências
de más administrações nos diversos setores da saúde.
A crise de medicamentos em Taubaté é algo antigo. Isso
inclusive levou, há anos, o D.A.B.M. a transformar sua “farmacinha”,
originalmente criada para os alunos da FMT, uma farmácia comunitária
abastecida por doações. Desde sua criação
atende um enorme contingente de taubateanos desesperados atrás
de medicamentos. Mas, a farmácia comunitária se abastece
apenas com doações de remédios com maior saída
como analgésicos. Faltam antiinflamatórios e antibióticos
entre outros, gerando uma enorme dificuldade em suprir a demanda. A
queda nas doações e a crise medicamentosa da prefeitura
agravam ainda mais o problema.
A crise medicamentosa municipal envolve má administração
da verba destinada à saúde, descaso do departamento de
Saúde do município, a ausência de um posto estadual
de medicamentos na cidade e agrava-se pelas inúmeras crises nos
mais diferentes focos de saúde no município. Tudo isso,
leva a “cidade referência em saúde no Vale do Paraíba”
a andar na corda bamba, mal conseguindo ser “referência”
para os próprios cidadãos taubateanos.
A crise cíclica da saúde no município nos coloca
a seguinte questão: Onde está o erro no sistema de saúde
que levou a essa desconfortável situação? Se as
coisas continuarem com estão (e sempre foram) essa vai ser mais
uma das inúmeras perguntas sem repostas que pairam pelo município,
estado e país. E assim, sem perspectivas de mudanças,
continuaremos privados do direito constitucional à saúde.
Paulo Eduardo Bertocco Parisi
Diretor de Comunicação do D.A.B.M.
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