Por Harold Maluf
Presidente do DABM - Medicina

Violência sexual?

“Uma mentira pode correr meio mundo
antes que a verdade consiga calçar as botas”
James Callaghan


Sempre que existe uma acusação, o acusado deve ter seu espaço de defesa garantido. Quem acompanha o Jornal CONTATO sabe que o direito a resposta não é ultrajado. Isso foi respeitado com o Dr. Pedro Henrique quando relatamos problemas no COMUS e assim sempre será.
Muito se fala em ética quando algo comprometedor para alguém é lançado pela imprensa. Mas é curioso quando a própria imprensa, principalmente a televisiva, se impõe na discussão da ética envolvida num caso onde ela mesma peca diante da verdade.
Provas são sempre necessárias para uma acusação e muitas vezes a televisão destaca apenas a parte que lhe convém para vender seu peixe, muitas vezes em estado de podridão. Tomemos como exemplo o caso da Escola Base onde a cumplicidade entre um aparelho policial ineficiente e uma imprensa que ouve e publica prejudicou de maneira irreversível a vida de algumas pessoas.
Casos complexos, intrincados, embalados por intrigas e mistérios devem seguir um rumo totalmente diferente. Será que não aprenderam a lição?!

 

Taubaté: A cidade de Saúde?

Com privilégios como a Faculdade de Medicina (única de todo o Vale do Paraíba), 2 hospitais macro-referências, um hemonúcleo que fornece sangue para inúmeras cidades, inclusive Campinas, fora os recursos exclusivos como postos de saúde e o pronto socorro municipal, Taubaté pode ser chamada de cidade da saúde?.

 

Tudo parece um mar de rosas, mas, analisando a fundo as coisas não funcionam bem assim. O Hospital Universitário (HU) sofre de constantes déficits financeiros que de tempos em tempos culminam com falta de medicamentos e equipamentos básicos como, por exemplo, luvas de procedimento, fios de sutura entre outros. Além disso, a obscura política da UNITAU gera crises internas no hospital, afetando diretamente os pacientes.


O Hospital Regional não atende com seu potencial pleno e não cumpre o termo de cooperação com o HU, além de atender quantidade limitada de pacientes pelo SUS.


O hemonúcleo no HU, segundo a reitoria da UNITAU, está com “os dias contados”. Para piorar a situação, na última reunião do Conselho Municipal de Saúde com a presença de membros do D.A.B.M. foi exposta uma realidade cruel: a crise de falta de medicamentos na farmácia da prefeitura provocada pela crise financeira.


Por essas e outras, o cidadão taubateano é privado do direito constitucional à saúde e sofre as conseqüências de más administrações nos diversos setores da saúde. A crise de medicamentos em Taubaté é algo antigo. Isso inclusive levou, há anos, o D.A.B.M. a transformar sua “farmacinha”, originalmente criada para os alunos da FMT, uma farmácia comunitária abastecida por doações. Desde sua criação atende um enorme contingente de taubateanos desesperados atrás de medicamentos. Mas, a farmácia comunitária se abastece apenas com doações de remédios com maior saída como analgésicos. Faltam antiinflamatórios e antibióticos entre outros, gerando uma enorme dificuldade em suprir a demanda. A queda nas doações e a crise medicamentosa da prefeitura agravam ainda mais o problema.


A crise medicamentosa municipal envolve má administração da verba destinada à saúde, descaso do departamento de Saúde do município, a ausência de um posto estadual de medicamentos na cidade e agrava-se pelas inúmeras crises nos mais diferentes focos de saúde no município. Tudo isso, leva a “cidade referência em saúde no Vale do Paraíba” a andar na corda bamba, mal conseguindo ser “referência” para os próprios cidadãos taubateanos.


A crise cíclica da saúde no município nos coloca a seguinte questão: Onde está o erro no sistema de saúde que levou a essa desconfortável situação? Se as coisas continuarem com estão (e sempre foram) essa vai ser mais uma das inúmeras perguntas sem repostas que pairam pelo município, estado e país. E assim, sem perspectivas de mudanças, continuaremos privados do direito constitucional à saúde.


Paulo Eduardo Bertocco Parisi
Diretor de Comunicação do D.A.B.M.

| home |

© Jornal Contato 2006