Greve
no HU?
Mais
cortes... menos educação... Este é o Hospital
Universitário
Mais
uma vez os serviços no HUT (Hospital Universitário de
Taubaté) estão parados. Mais uma vez os alunos da Unitau
estão sendo prejudicados. Mais uma vez a questão da
saúde em Taubaté está sendo tratada de forma
pouco adequada.
Para os internos da Unitau, que pagam uma mensalidade que gira acima
dos R$ 2.000,00, a situação soa como um insulto, pois,
assim como um aluno do Direito necessita de uma sala de aula para
adquirir o seu conhecimento, os alunos das faculdades de medicina,
fisioterapia e enfermagem necessitam de um hospital que funcione para
aprender seu oficio.
Onde não há cirurgias não se aprende cirurgia.
Onde não há pacientes, nada se aprende sobre doença.
Os internos perguntam pelos corredores qual parte da equação
a FUST está ocupada em descumprir, se é o ensino ou
a prestação de serviços de saúde - que
não é sua função primordial. Essa função
é do município e não da Unitau.
Mas, por uma triste casualidade do destino, criou-se essa conexão
macabra que tem como resultado tornar alunos da Unitau e pacientes
do Vale do Paraíba reféns da política de Saúde,
pessimamente conduzida no Vale do Paraíba. Pacientes estão
sendo transferidos para outras cidades para serem operados enquanto,
pelo termo estadual, a referência em certos casos seria do HU.
Não se afirma aqui que a Unitau nada está fazendo para
melhorar as condições de ensino de seus CLIENTES. Mas,
infelizmente, o consenso entre os alunos usuários do HUT é
de que as medidas tomadas foram ineficientes e a prova disso é
o estado atual do hospital.
Já se fala pelos corredores em parar as atividades e em entrar
em greve. Mas que ninguém se iluda: o HUT já está
quase parado. Uma greve seria mais um ato simbólico para chamar
a atenção da imprensa para o que todos já sabem:
ou alguém toma uma providência ou a população
vai ficar sem o seu hospital.
Ouve-se, também, pelos corredores do HUT uma indagação:
como é que dizem que vão construir um Hospital novo
em poucos anos se levam 3 meses para consertar uma cama? Sim, esta
é uma questão interessante. Alunos e residentes estão
dispostos a tudo para manter o Hospital em atendimento, menos serem
tratados de forma pouco digna – e, por favor, não insultem
nossa inteligência, não vamos lembrar novamente as condições
do alojamento dos alunos.
Não há aqui políticos envolvidos, não
há aqui interesses pessoais, somente pede-se para que a UNIVERSIDADE
cumpra seu papel de dar ensino aos seus clientes/alunos que não
têm que pagar o pato pelas políticas de saúde
anteriores.
Por
Glauco CAllia
Ex-Presidente do DABM - Medicina