Passados mais de 13 anos no comando, o Partido dos Trabalhadores junto com Dilma Rousseff foi afastado da presidência; políticos e lideranças de Taubaté repercutem a troca de comando, menos o prefeito
Nathalia Oliveira
Após o Senado Federal aprovar nesta quinta-feira, 12, por 55 votos a 22, a abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff, a presidente foi intimada a se afastar da Presidência. A decisão põe fim a um ciclo de mais de 13 anos do PT no Poder. Durante discurso como presidente afastada, Dilma afirmou que não cometeu nenhum crime de responsabilidade e que o impeachment é um “verdadeiro golpe”. “É um processo frágil, juridicamente incompetente, é a maior das brutalidades que pode ser cometida contra qualquer ser humano: puni-lo por um crime que não cometeu”.
O vice Michel Temer (PMDB) será o presidente interino durante o processo de impeachment que deverá se encerrar em até 180 dias. Em discurso na cerimônia de posse dos novos ministros, Temer afirmou que “não podemos mais falar em crise” e “quero espalhar essa frase em milhões de outdoors. Nosso lema é ‘ordem e progresso’. A expressão da nossa bandeira não poderia ser mais atual”.
CONTATO ouviu as principais lideranças políticas e empresariais da terra de Lobato.
Deputado estadual Padre Afonso (PV)
Segundo o parlamentar, o afastamento de Dilma sinaliza uma perspectiva de esperança. “A presidente Dilma perdeu o controle de tudo. Perdeu sua credibilidade. E o País estava afundando nessa crise econômica e política. Agora, muita coisa deve mudar”. O deputado também acredita que não haverá espaços para erros. “O PMDB é um partido fisiologista, à espreita de espaço. Mas Temer não pode errar e tem que realizar mudanças significativas para os brasileiros. O impeachment foi um remédio amargo, mas necessário”.
Vereador Paulo Miranda (PP)
Presidente da Câmara, o vereador tem esperança que o Brasil “Mude para melhor. É essa a intenção de todos os brasileiros. Não só nós de Taubaté, mas a nação inteira pede uma mudança e está lutando para isso há muito tempo. Que Michel Temer faça um belo trabalho para que tire o nosso País do buraco em que está”.
Vereador Digão (PSDB)
Membro do diretório do PSDB de Taubaté, ele já esperava pela abertura do processo de impeachment. “O que a gente espera agora é que o País possa dar uma nova caminhada. Um novo País melhor administrado e os novos ministros possam respirar novos ares. Temer agora deve conduzir [o Brasil] com respeito fazendo com ele volte a economia volte a crescer”.
Vereador João Vidal (PSB)
O parlamentar é favorável ao afastamento porque “É uma medida prevista nos procedimentos do impeachment que já era dado como favas contadas e que [nunca] fosse acontecer. O governo se esgotou. Então tem que realmente sair motivado pelos crimes que estão claros que foram cometidos. Como Chefe do Governo, ela deve responder por isso”.
Vereador Jeferson Campos (PV)
Campos questiona os ministros nomeados pelo presidente interino Michel Temer. “Se o objetivo é uma faxina geral, entendo que deva ter novas eleições. O que aconteceu agora me deixou espantado e me surpreendeu. Se Dilma não podia nomear quem estava sendo investigado como que esse governo do Michel Temer nomeia três ministros que são réus na Lava-Jato?”. O parlamentar defende a realização de eleições gerais. “Se a gente quer combater a corrupção, tem que ser em sua plenitude e não pode combater de forma seletiva. É lamentável. Faxina completa e eleições gerais já. Esse é o meu posicionamento”.
Vereador Noilton Ramos (PPS)
O parlamentar é a favor do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, o País pede por mudanças, [porém], a credibilidade e governabilidade da presidente se esgotaram.
Vereadora Graça (PSD)
Graça se diz favorável ao processo de impeachment. “Achei positivo. Era necessária uma mudança rápida, e da forma que aconteceu, pelo impeachment. O País precisa de um novo rumo. Além de que isso mostra que o brasileiro está cansado de tanta corrupção e esbanjamento com o dinheiro público. Espero que agora o grande número de desempregados tenha um novo rumo”.
José Saud (PMDB), presidente da ACIT
Liderança empresarial e pré-candidato à prefeito, Saud defende o afastamento de Dilma. “Como comerciante e cidadão esperava por isso. Quando o País está indo mal, algo tem que mudar. Estou torcendo para dar certo e que coloquem as pessoas certas no lugar para que o País possa caminhar”. Membro do diretório do PMDB em Taubaté, ele afirma que Temer no comando irá facilitar o contato com o Governo Federal. “A gente vai lutar o máximo possível para mostrar para o que veio. Estou torcendo por isso!”
Antônio Augusto Oliveira, empresário diretor titular do CIESP/FIESP
O diretor titular da FIESP/CIESP, Centro das Indústrias do Estado de São Paulo de Taubaté, acredita que o afastamento da presidente cria uma nova expectativa ao empresariado. “O afastamento do PT é uma necessidade para criar confiança de que a economia irá mudar e ele possa investir é a opinião da maioria dos empresários ouvidos pelo CIESP”.
Prefeito Ortiz Júnior (PSDB)
O tucano Ortiz Júnior não quis se posicionar a respeito do afastamento e abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff.