Novamente adiado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) o julgamento sobre o (in) deferimento do registro da candidatura de Ortiz Júnior; no vestiário, foi apresentado para o governador um esquema “infalível” para derrotar os adversários dos tucanos na nova eleição que ainda não tem data marcada
O cágado deu mais um passo de lado na estrada que conduz à solução da novela sobre quem será o novo prefeito da terra de Lobato. Na segunda-feira, 10, o TRE adiou pela 4ª vez o julgamento sobre o pedido de (in) deferimento do registro do candidato tucano Ortiz Júnior a prefeito da terra de Lobato.
Na sessão, “após os votos do relator Costa Wagner, Silmar Fernandes e Claudia Fanucchi acolhendo a preliminar de ilegitimidade de Irani Lima e negando provimento ao recurso, pediram vista o desembargador Nuevo Campos e a desembargadora Marli Ferreira“.
Até o momento em que essa reportagem está sendo escrita não se sabe quando deverá ser realizada a sessão que deverá encerrar esse julgamento.
Na semana passada, o relator Costa Wagner registrou que se trata de pleito para que o assunto seja retirado de pauta até que seja concluído “o julgamento dos embargos de declaração que, nos termos demonstrados nos autos, foram interpostos em 05.10.16 em face do v. acórdão”, que CONTATO divulgou na íntegra.
Costa Wagner, porém, indeferiu “o pedido de sobrestamento do julgamento do feito até a resolução dos embargos de declaração interpostos junto ao TSE na medida em que não fora o mesmo, até o presente momento, recebido com efeito suspensivo”.
No momento, o placar é extremamente desfavorável a Ortiz Jr que perde por 3 X 0 para o Ministério Público Eleitoral, PSOL e o blogueiro Irani Lima. Tudo indica que haverá um repeteco da decisão anterior do TER, que cassou o mandato e tornou inelegível o então prefeito.
Especialistas consultados opinaram que provavelmente o Tribunal Regional continuará empurrando a decisão com a barriga, esperando, quem sabe, que nesse ínterim o TSE julgue os embargos de declaração interpostos pela defesa do ex-prefeito. Existem apenas duas saídas: 1) se Ortiz Jr for absolvido pelo TSE, ele toma posse enquanto as outras partes entrarão com recursos. A ação que deu início a esse processo que está sendo julgado é de 2012. 2) se o TSE mantiver a condenação deverá ser convocada uma nova eleição em Taubaté, da qual Ortiz Júnior não poderá participar.
E aí terá início um novo capítulo, quiçá uma nova novela. Quais serão os nomes que Ortiz Júnior lançará?
Jogada cantada
CONTATO apurou que o nome do candidato a prefeito apoiado pelo ex-prefeito será do PSD. Imediatamente, afloraram os nomes do ex-vice prefeito Edson Aparecido de Oliveira e do médico Rubens Freire.
Edson, fiel escudeiro de Ortiz Júnior e marido da vereadora Graça, tem feito o jogo que o chefe manda: muda de partido de acordo com as conveniências tucanas. Em 2012, enquanto sua esposa concorria pelo PSB Edson optou pelo PTB. Em 2016, o casal migrou para o PSD, também conhecido como partido do Kassab. Essas mudanças no tabuleiro político foram feitas para favorecer a coligação comandada pelos tucanos e garantir o maior tempo possível de campanha na televisão e em rádios.
Rubens sonha em ser prefeito. Lançou-se candidato nas últimas eleições, mas logo em seguida retirou-se do embate para apoiar Ortiz Júnior. Seu nome constava na relação aprovada pelo ex-prefeito e 11 vereadores sobre quem seria o herdeiro oficial. Essa decisão provocou o afastamento do ex-prefeito Antônio Mário que se encontrava engajado na pré-campanha de Rubens Freire.
O cacife político de Edson é bastante superior ao de Rubens, além de ter se revelado um fidelíssimo e discreto parceiro de Ortiz Júnior. Portanto, no momento, as apostas estão divididas entre esses dois nomes. Caso vença as eleições, Edson já teria concordado em migrar para o ninho tucano logo no início de seu mandato. A posição de Rubens ainda é desconhecida.
Edson traz, além disso tudo, uma carta no bolso do colete: o aval do governador Geraldo Alckmin, que seria o autor da ideia de atrair o vice para o PSDB. Seria mais um reforço na inevitável batalha anunciada para decidir quem será o candidato a presidente em 2018.
Alckmin não é o Feola e nem Edson é o Garrincha
Os mais jovens com certeza já ouviram a lenda sobre a Copa de 1958 envolvendo o técnico Feola e Mané Garrincha. O primeiro bolou um esquema infalível contra a seleção soviética. Nilton Santos lançaria a bola pela esquerda para Garrincha, que driblaria 3 russos e cruzaria para Mazzola marcar de cabeça. Garrincha ouviu o professor atentamente e tascou: “Tá legal, seu Feola, mas o senhor combinou com os russos?”.
As jogadas improvisadas e nada ensaiadas de Mané Garrincha destroçaram as defesas adversárias em 1958 e garantiram o primeiro caneco. Será que Edson tem no campo político a mesma agilidade que o nosso lendário Garrincha tinha no gramado?
Será que a vitória está garantida a priori? Será que os votos obtidos por Ortiz Júnior serão automaticamente transferidos para seu herdeiro?
Façam suas apostas!!!