Os trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) prometem parar suas atividades a partir da zero hora de amanhã, dia 31. A greve por tempo indeterminado tem por objetivo pressionar os senadores contra a aprovação da Medida Provisória 532, que deve ser votada no Senado Federal até o dia 8.
A MP 532 transforma a ECT em uma Sociedade Anônima (Correios S/A) e possibilita a criação de subsidiárias da iniciativa privada (que poderão explorar serviços que até então são de monopólio dos Correios). Ela foi aprovada na Câmara Federal no dia 17 de agosto. Os trabalhadores que estão em campanha salarial reivindicam ainda aumento real de R$ 400, reposição das perdas da inflação de 7,16% e perdas do Plano Real de 24,67%.
O sindicato da categoria, o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas dos Correios, Telégrafos e Similares do Vale do Paraíba e Litoral Norte (SINTECT-VP), realiza hoje, às 19 horas, em São José dos Campos, uma assembléia com os trabalhadores para votar a greve. Cerca de 12 sindicatos espalhados pelo país devem aderir ao movimento grevista. No Estado de São Paulo, cerca de 5 mil trabalhadores das regiões do Vale do Paraíba, Campinas e São José do Rio Preto podem aderir à greve.
Para o presidente do SINTECT-VP, Marcílio Medeiros, “essa Medida Provisória da presidenta Dilma é uma privatização camuflada que está em curso no Congresso Nacional. Os trabalhadores não aceitarão este ataque. O Correios sempre se caracterizou pela excelência dos serviços prestados, mas desde 2009 a empresa vem sendo sucateada para justificar a privatização”.