A sessão desta semana começou com troca de acusações entre vereadores; até o santo padroeiro da cidade foi envolvido na discussão.

Foram necessárias apenas três sessões para que discussões acaloradas começassem entre os vereadores. Após dar início aos trabalhos, o presidente da Câmara Diego Fonseca (PSDB) tratou de falar sobre um post publicado pela vereadora Loreny (PPS) no Facebook na sexta-feita, 17.

A parlamentar postou uma foto segurando uma folha sulfite escrito “#chateada” e afirmou estar triste pela demora da publicação pauta da sessão de segunda-feira, 20. O presidente se sentiu atacado pela publicação. “Eu tinha conversado com os vereadores logo no início do mandato que o meu deadline seria quarta-feira. Mas, infelizmente, não pude por problemas pessoais, um tio bem próximo faleceu e não pude deixar essa sessão pronta”, explicou o vereador. “Eu consegui [finalizar a ordem do dia] apenas na sexta-feira, 20. Vereadora Loreny, eu vi nas suas redes sociais uma publicação onde a nobre vereadora dizia estar chateada. Meu compromisso foi colocar na quarta, mas uma resolução de nº 92 de 2002 afirma que a ordem do dia tem que ser publicada com antecedência de no mínimo 24 horas. A praxe dessa Casa sempre foi sexta-feira, ou seja, a gente tinha o final de semana para estudar”, continuou. “E dizer que chateado ficou eu que perdi um parente”.

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O vereador Douglas Carbonne (PCdoB), novo líder do prefeito na Câmara, aproveitou o pronunciamento de Fonseca para defender o colega. “Eu quero dizer presidente que Vossa Excelência cumpre o regimento da Casa. Eu acho que nós vereadores antes de fazer qualquer postagem devemos ter o respeito e ligar para o presidente para tirar qualquer dúvida”, ressaltou. Vereador João Vidal tentou colocar panos quentes ao questionar se aquela situação seria motivo de debate dos vereadores.

Ledo engano. O assunto não foi esquecido. Carbonne utilizou a Tribuna para repreender a vereadora Loreny: “Rede social é coisa séria que tem matado pessoas e pregado mentiras. Nós, pessoas públicas, temos responsabilidade sim antes de publicar algo. Você pode ver a minha e eu não faço ataque a ninguém porque é uma rede responsável para o munícipe”, continuou o vereador.

O novo líder do governo na Câmara Municipal. Nas eleições do ano passado, o vereador apoiou a Pollyana Gama, adversária de Ortiz Júnior.

O novo líder do governo na Câmara Municipal apoiou Pollyana Gama em 2016, adversária do prefeito “rejulgado” Ortiz Júnior

Loreny respondeu da Tribuna: “Quero convidar o munícipe a vir até aqui na Câmara Municipal e sentir o ambiente e o clima hostil em que a gente (oposição) vive. Eu estou iniciando minhas experiências aqui e não tenho problema nenhuma com pressão. Mas é que a gente fica tenso aqui. Não é nada legal. Ao invés de discutir problemas na cidade a gente tem que ficar ouvindo mensagens e recados”. Essa não foi a primeira vez que a vereadora reclamou sobre a demora para postagem da Ordem do Dia.

Na primeira sessão do ano, a vereadora pediu vista do projeto de lei de doação de área para a Valle Sul, que foi aprovado pelos vereadores (ler aqui). Na ocasião, a parlamentar afirmou que a pauta foi encaminhada apenas na sexta-feira [as sessões acontecem nas segundas-feiras] e que não houve tempo hábil para estudar e pesquisar sobre um projeto “desta magnitude e que envolve uma denúncia contra o prefeito Ortiz Júnior”.

Nome de santo

De acordo com o regimento interno da Câmara, o presidente deve iniciar a sessão com a seguinte fala: “Sobre a proteção de Deus, contando com as benção de São Francisco de Chagas, iniciamos nossos trabalhos”. O presidente da CMT tem omitido o nome do santo padroeiro.

DIEGO FONSECA (2)

Vereador João Vidal questionou Diego Fonseca (foto)o motivo para ocultar o santo padroeiro da cidade e afirmou que o parlamentar não estava seguindo a lei. “É facultativo. Se Vossa Excelência um dia presidir a sessão saberá que isso é facultativo. Eu por bem escolhi falar apenas sobre “a proteção de Deus”. Espero que minha escolha seja respeitada”, explicou Diego Fonseca, que é evangélico.

Em contrapartida, Vidal citou o artigo 94 do regimento interno da Câmara que discorre sobre a abertura da sessão. “Eu acredito nos motivos pessoais que o senhor tem para omitir o nome do padroeiro, mas a saudação é Lei e deve ser respeitada. Eu não me oporia, se o senhor quiser, de criar uma lei para omitir São Francisco das Chagas, mas antes de isso acontecer peço para que o senhor cumpra o regimento”, afirmou.

A discussão foi encerrada pelo presidente. “Isso demonstra a você nobre telespectador a preocupação do nobre presidente que está preocupado realmente com os projetos importantes da cidade”, encerrou o parlamentar que logo deu início as falas dos vereadores na Tribuna.

Você pode assistir as discussões completas no vídeo: