Agora em prisão domiciliar, Nelma Kodama chefiou quadrilha que chegou a enviar ao exterior 120 milhões de dólares por ano
Uma terra de ilustres personagens. É o mínimo que se pode dizer da terra de Lobato, Cely Campelo, Renato Teixeira, Hebe Camargo e muitos outros artistas, intelectuais e empresários que nasceram na cidade de Cesídio Ambrogi.
Desde que nossas autoridades decidiram ampliar as instalações penitenciárias além da Casa de Custódia, a cidade passou a abrigar presos com vocação para celebridades como o ex-médico Roger Abdelmassih, o ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos, assassinos famosos e por aí vai. Ah, claro, sem esquecer do nosso querido Paulo Preto, Zezo para os amigos da terra. A lista é grande. Ufa!!
Nelma Kodama não perde a pose
A última descoberta lançou seu livro “Imperatriz da Lava-Jato” na livraria Cultura da Avenida Paulista, em São Paulo, ontem à noite. Sim, Nelma Kodama nasceu em Taubaté em 1966, filha Nelson Kodama e Maria Dirce Penasso. Uma criatura com DNA da terra: pais de origem nipônica e italiana. Nada mais taubateano. Só faltou o caipira cortador de fumo.
Nelma Kodama começou a se tornar celebridade em março de 2014, quando foi presa ao tentar embarcar para a Itália com 200 mil euros escondidos na calcinha que ela jura que as notas estavam no bolso da calça. Na ocasião, namorava um delegado da Polícia Civil de São Paulo, a quem acusa de ter feito a denúncia anônima que lhe rendeu o flagrante, um par de algemas e sua primeira estada na cadeia.
Alberto Youssef, o doleiro que abriu as portas para a Lava Jato
Nascida em terra de artistas famosos, no ano passado, já condenada pela Lava-Jato a quinze anos de prisão por lavagem de dinheiro, organização criminosa, evasão de divisas e corrupção ativa, ela depôs na CPI da Petrobras. Durante a audiência ela cantarolou diante dos parlamentares a música “Amada Amante”, de Roberto Carlos. Foi a forma que encontrou para definir a natureza do relacionamento que manteve com o também doleiro e réu da Lava-Jato Alberto Youssef.
Hoje, Nelma cumpre pena em prisão domiciliar em um apartamento de 500 metros quadrados em São Paulo avaliado em 6 milhões de reais, já confiscado pela Justiça. Com uma tornozeleira eletrônica presa na perna esquerda, passa o dia ouvindo música, lendo processos, trocando mensagens com advogados sobre os detalhes de crimes que envolvem operadores do câmbio negro paulista. Só o seu ex-advogado Mardem Maues lhe cobra 1 milhão de reais em honorários. Coitada.
Cadeia simulada montada na Livraria Cultura para o lançamento do livro
Ontem à noite, o cenário estava completo na Livraria Cultura da avenida Paulista. Grades simulando uma cela, chocolates em formatos de tornozeleira eletrônica e brigadeiros com miniaturas de sapato Chanel. Foi assim que a taubateana, ex-doleira e delatora que passou três anos presa entre regimes fechado e aberto, lançou seu livro “Imperatriz da Lava-Jato”.
Segundo O Globo, apesar dos convites disparados pela autora a colegas que dividiram com ela a prisão, das 18h30 às 20h nenhum alvo da operação apareceu.
Na terra de Lobato, aguarda-se com ansiedade o lançamento do ilustre operador tucano Paulo Vieira de Souza, que se tornou celebridade como Paulo Preto. Parodiando um velho conhecido gozador dos costumes da terra: muitos pontos para Taubaté.