Governo Lula 3.0 prometia e ainda promete fazer o que afirmou durante a campanha eleitoral de 2022 e concluir o que faltou nas versões 1.0 e 2.0. Tenho a sensação que para muita gente o clima de campanha ainda se mantém. A começar pelo palanqueiro imbatível.
Ontem, 04 de julho, o governo liberou um valor recorde em emendas parlamentares para garantir a aprovação da reforma tributária, “apenas” R$ 2,1 bilhões para agradar os governadores dos estados. Tenho vontade de perguntar se o Bozo faria isso se tivesse vencido. Juro que não vou perguntar. Mas uma coisa é certa, o valor foi um recorde no valor liberado em um único dia pelo governo para emendas parlamentares. Superou os R$ 1,7 bilhão, liberados em 31 de maio. Do que se trata? Era véspera da votação do arcabouço fiscal.
Existem três tipos de emendas parlamentares: as individuais, que cada deputado ou senador apresenta em seu nome; as de comissões temáticas do Congresso; e as das bancadas estaduais, quando todos os deputados e senadores de um estado, independentemente do partido, assinam para que a verba atenda o governador, que será o maior beneficiado pela emenda. Do R$ 2,1 bilhões empenhados pelo governo ontem, emendas de bancadas estaduais garantiram R$ 1,4 bilhão.
O partido que mais recebeu emendas foi o PP, do presidente da Câmara Arthur Lira, com um total de R$ 300 milhões. O PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro e maior bancada do Congresso, recebeu R$ 150 milhões. Pode-se concluir que a liberação não foi aleatória. Os governadores seguidos da oposição foram os alvos desta festa com recursos públicos. Se a reforma tributária passar, vai ter custado R$ 2,1 bilhões para aprovar essa emenda.
Essa é a parte visível e documentada. Mas não saberemos tão cedo como serão contabilizadas as adesões das FIESPS, FIEMG, FIETJ e por aí vai. Uma incógnita ainda não foi solucionada, o agronegócio cujo silêncio ensurdecedor manda recados com suas demandas que se resume em aprovar isenção de 80 %. Só isso! E não adianta Bernard Appy berrar por onde passa que esse setor será beneficiado com o aumento das exportações graças ao aumento de sua competitividade. Promessa confiável?
Daqui a pouco saberemos se haverá ou não mudança. Mas não se esqueçam que “se quisermos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude”. Por enquanto, só mudou o governo. Exagero de minha parte?