Confira os temperos de Tia Anastácia da edição 589 do Jornal CONTATO
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O bicho pegou na quarta-feira, 3. Logo cedo, o secretário de Governo de Ortiz Júnior, Eduardo Cursino, procurou, constrangido, a secretária da Saúde, a médica Aldinéia Martins. Eduardo era portador de bilhete, isso mesmo, nada mais que um bilhete, informando que Aldinéia estava exonerada a partir daquela data. Minutos depois, a assessoria de comunicação do Palácio do Bom Conselho dava ciência aos meios de comunicação. Explicação? Nenhuma.
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Procurada pelos sobrinhos de Tia Anastácia, Aldinéia parecia não entender o que estava acontecendo. “Ninguém sabe a razão. Nem o Bernardo (pai), nem Odila (sua mulher), nem a Graça (vereadora presidente da Câmara) sabe. Júnior se encontra em Brasília, quando retornar, falarei com ele”. E se comprometeu em informar o sobrinho preferido de Tia Anastácia, caso houvesse novidade.
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Ortiz Júnior só retorna na quinta-feira, 4, à noite, quando essa edição já está fechada. Nessa mesma quinta, porém, Aldinéia havia mudado de ideia: não vai procurar o prefeito. Por que? “Já fechei meu círculo em Taubaté, entre administrativo. Eu adoro os taubateanos”. Tia Anastácia não se conforma, quer saber mais.
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Aldinéia revela que um aliado de Ortiz Júnior no segundo turno eleitoral lhe revelou que o autor da intriga que teria provocado sua exoneração seria Chacrinha, como é conhecido Edson Quirino, chefe de Gabinete do prefeito. “Nunca tive qualquer embate com ele”, conta a ex-secretária da Saúde.
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Tia Anastácia insiste: e a causa? Aldinéia conta que o único problema com Chacrinha foi sobre o uso de transporte da Saúde. “Júnior escreveu, do próprio punho, as orientações para essa questão. Transporte de paciente só de uma unidade para outra unidade de saúde”. A ex-primeira-dama Luciana Peixoto havia transferido para a Saúde todo o transporte que deveria ser prestado pela secretaria de Desenvolvimento Social, que ela comandava.
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Chacrinha teria sofrido muita pressão para manter o atendimento que havia no governo Peixoto, onde não havia qualquer controle sobre o uso de ambulâncias e kombis. Aldinéia afirma que não autorizou uma única viagem que não estivesse dentro das normas estabelecidas por Ortiz Júnior. Chacrinha teria ganho a parada.
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E o vereador Bilili (PSDB) que declarou em plenário da Câmara que havia de frente do a senhora? A resposta foi uma sonora gargalhada. “estive uma única vez com esse senhor, junto com Sandra Tutihashi [diretora regional da Saúde]”
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Mas o sobrinho preferido de Tia Anastácia apurou que tudo não passou de uma manobra do prefeito Ortiz Júnior. Com a exoneração de Aldinéia ele teria matados vários coelhos com uma única cajadada: pagou o acordo feito o deputado Padre Afonso (PV) ao contratar Aldinéia, indicada por ele; mostrou que é ele, Júnior, quem manda na prefeitura; e se livrou de Andréia Gonçalves, suplente de vereador pelo PV, até então titular da secretaria do Meio Ambiente.
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“Ortiz Júnior demitiu Andréia?” pergunta Tia Anastácia. Não. Foi o padre Afonso que teria ficado muito chateado com a exoneração de Aldinéia e, por isso, teria convencido Andréia a pedir demissão. Cofiando nervosamente suas madeixas, Tia Anastácia apenas resmunga: “No comments”.