CONTATO flagra a destruição de canteiros que dividem as duas pistas da Rua Professora Maria Escolástico de Jesus para facilitar a manobra de caminhões sem qualquer consulta ou autorização da Prefeitura que, mesmo depois de colocar barreiras, não consegue enquadrar as empresas

 

Rua Professora Maria Escolástica de Jesus liga o túnel perto do Mercatau à rodovia Oswaldo Cruz. Ela foi idealizada e realizada pelo então prefeito Mário Ortiz. Roberto Peixoto (PRN) revitalizou-a parcialmente, duplicando-a. A via consolidou-se e hoje está muito valorizada. Até aí, tudo bem.

Acontece que a falta de planejamento e a ausência de um Plano Diretor permitem que cada um faça o que quiser com seu terreno. Foi o que aconteceu com a parte alta da rua onde “convivem” lado a lado um bufê de festas, oficinas de caminhões e um condomínio de classe média alta. Até aí tudo bem.

Acontece que em frente ao condomínio a Prefeitura construiu um retorno para permitir a entrada de quem lá chega pela outra pista. As oficinas seguiram a mesma receita e, sem qualquer autorização, segundo a Prefeitura, simplesmente destruíram o pequeno canteiro que divide as duas pistas para que os caminhões possam manobrar com mais liberdade para entrar ou sair das oficinas. Não satisfeitos, ainda usaram as guias para nivelar as duas pistas.

No momento em que nossa reportagem registrava esse ato de vandalismo, um dos vizinhos mostrou o outro uso da “obra” realizada pelas oficinas: dirigindo seu veículo, ele cruzou a pista em um dos pontos em que o canteiro foi destruído, seguiu na contramão da outra pista antes de entrar em sua casa. As fotos não mentem.

Informada por nossa reportagem que inclusive lhe enviou algumas fotos, a secretária de Mobilidade Urbana, engenheira Dolores Pino, a Lola, mostrou-se chocada e informou que obrigará as empresas refazerem o serviço com paralelepípedo e debitará o prejuízo na conta das mesmas.

 

1 - Canteiro destruído e um carro fazendo manobra proibida

01 – Canteiro destruído e um carro fazendo manobra proibida

 

02 - Carro em plena contravenção na contra-mão da via

02 – Carro em plena contravenção na contra-mão da via

 

03 - Carro entrando na residência depois da contravenção

03 – Carro entrando na residência depois da contravenção

 

Outro ponto em que o canteiro foi destruído para facilitar manobra de caminhão

Outro ponto em que o canteiro foi destruído para facilitar manobra de caminhão

 

Day after

No dia seguinte, a Prefeitura cumpriu metade do prometido: os bate-rodas de concreto, mais conhecidos como “gelo de baiano”, estavam bloqueando apenas duas das mais de seis destruições explícitas dos canteiros que dividem as duas pistas da via.

Foi feito novo registro fotográfico e enviado à secretária de Mobilidade Urbana, que informou nossa reportagem que na tarde de segunda-feira, 29, funcionários da Prefeitura, acompanhados de policiais militares, teriam bloqueado todas as conversões irregulares. As fotos não metem.

A secretária Lola mais uma vez revelou sua surpresa diante dos novos fatos e garante que colocará ordem na casa, ou melhor, naquela rua.

Tomara que aconteça de fato.

CONTATO está de olho bem aberto para ver e conferir.

Textos enviado à Lola por CONTATO na segunda e terça-feira, 29 e 30:

 

Segunda 29

“Prezada secretária, tentamos contato por telefone, mas não conseguimos.

Seguem algumas fotos do canteiro central da rua Professora Maria Ecolástica de Jesus, clicada na tarde de hoje, segunda-feira, 29 de setembro, por volta das 14h:30, que registram sua destruição para que as oficinas ali localizadas possam manobrar caminhões, que por sinal ficam estacionados em plena rua. Registramos até a manobra proibida de um vizinho (fotos 1093 e 1094), aproveitando-se do fato de as guias dos canteiros terem sido destruídas.

Questões:

1) A quebra dos canteiros foi autorizada pela Prefeitura? Caso a resposta seja positiva, quem foi o autor e quais as justificativas apresentadas?

2) Cabe à Prefeitura se adaptar aos negócios (no caso oficinas) ou os negócios se adaptarem ao sistema viário existente?

3) Quem bancará as inevitáveis despesas?

4) Caso a destruição não tenha sido autorizada, o que a Prefeitura pretende fazer?”

 

Terça 30

Prezada Secretária,

Seguem algumas fotos sobre a ação da Prefeitura na Rua Professora Maria Escolástica de Jesus. Algumas gambiarras foram bloqueadas com bate rodas de concreto, o famoso “gelo de baiano”. Outras não.

Qual teria sido o critério de manter as registradas nas fotos? Ou os  “gelos de baiano” foram retirados pelas oficinas e pela madeireira?

 

Um dos dois pontos bloqueados pela Prefeitura

Um dos dois pontos bloqueados pela Prefeitura

 

O outro ponto bloqueado pela Prefeitura

O outro ponto bloqueado pela Prefeitura

 

Prefeitura não bloqueou ou a empresa retirou o gelo de baiano?

Prefeitura não bloqueou ou a empresa retirou o gelo de baiano?

 

Será que a Prefeitura viu a destruição desse canteiro?

Será que a Prefeitura viu a destruição desse canteiro?