Desleixo e incompetência provocam atrasos na entrega de uma Unidade de Pronto Atendimento – UPA no Residencial San Marino, Gurilândia, que, apesar de concluída, não pode ser usada para atender a população da região
Iniciada em setembro 2013, com custo estimado em R$ 6,66 milhões, a UPA Porte 3, foi concluída no final de 2014. A entrega foi parcial por causa de problemas no fornecimento de energia elétrica. Além disso, esteve literalmente abandonada até cerca de dois meses e só recebeu um guarda de segurança depois de muita pressão por parte do vereador Douglas Carbone (PCdoB) junto ao coronel Ataíde do Amaral, secretário de Segurança da Prefeitura.
Esse episódio revela mais uma vez o desencontro recorrente dentro dos corredores do Palácio do Bom Conselho. O mal-estar provocado diante de fatos que comprovam o pouco caso e a incompetência por parte das autoridades responsáveis.
UPA porte 3
Unidade de Pronto Atendimento é classificada de porte 3 quando projetada e construída com capacidade de oferecer de 13 a 20 leitos para observação, atender até 450 pacientes por dia, e com área de abrangência de 200 mil a 300 mil habitantes.
A UPA da Gurilândia com 1.300 m² é maior do que o Pronto Socorro Municipal. Grande parte dessa obra foi bancada com recursos do PAC 2 do governo federal. Embora concluída, a população da região continua sendo atendida em um prédio precário no Pronto Atendimento da Gurilândia, instalado em uma antiga Base de Polícia Comunitária desativada, na rua Pedro Malasartes do mesmo bairro, cujas instalações foram adaptadas para servir como unidade de saúde.
A contratação da construtora Cem Dez Construções Ltda foi feita através da Concorrência Pública encerrada em junho de 2013. O contrato estabelecia um prazo de 180 dias para sua conclusão. Doce ilusão. Não concluído no prazo, a entrega foi prorrogada para junho de 2014, com vigência até início de julho. Consultada, a construtora informou que foram realizadas algumas modificações e adequações no projeto.
Porém, mesmo depois de realizadas todas essas alterações a entrega da obra foi parcial. Motivo: o projeto da rede elétrica havia sido concluído e entregue à empresa EDP Bandeirante, responsável pelo fornecimento de energia. Segundo o engenheiro da Cem Dez, diante da insuficiência de energia elétrica, caberia à Bandeirante a execução de uma obra para adequar a carga de energia para a UPA e moradores do bairro.
É inexplicável o desencontro constatado entre as partes envolvidas, o que revela falta de planejamento. Exagero? Como explicar, então, a ausência de móveis e equipamentos? E a ausência de um projeto elétrico que pudesse ser entregue à Bandeirante no início da obra e não depois de sua conclusão? E os detalhes que só foram corrigidos depois que a secretaria de Obras entregou a UPA para a Saúde, segundo o secretário João Ebram?
UPA San Marino é maior que o Pronto Socorro Municipal e está pronta desde o final de 2014
Indignação e silêncio
Moradores da região estão indignados por verem abandonado o prédio do que seria praticamente um hospital. O mato já toma parte de algumas áreas assim como pode-se observar pisos e calçamentos deteriorados. E os moradores quando precisam de cuidados médicos são atendidos em um local que não oferece condições adequadas.
A pergunta que esses munícipes fazem é: quando será inaugurada a Unidade de Pronto Atendimento que está pronta?
O prefeito Ortiz Jr (PSDB), em sua página na internet, em setembro do ano passado, prometia inaugurar da UPA ainda em 2014 (ver foto abaixo).
O que disse o prefeito, em trecho de notícia publicada no seu site oficial, em setembro de 2014
Reportagem do CONTATO só conseguiu ouvir o secretário da Saúde, João Ebram, no final da tarde de quinta-feira, 21. Resumindo, Ebram afirmou que cabe à secretaria de Obras acompanhar cumprimento de prazos e o relacionamento com outras empresas envolvidas. Sua pasta só assumiu o prédio da UPA no dia primeiro de abril. Contestou o vereador Carbone ao afirmar que assim que assumiu a unidade solicitou a colocação de uma guarda municipal para fazer segurança daquele espaço.
A ausência de equipamentos e móveis foi justificada pelos prazos longos e inevitáveis que envolve desde a compra até a entrega desses equipamentos.
Ebram garantiu que todo esse material estará entregue dentro de dois meses e que a inauguração da UPA deverá ocorrer no próximo mês de julho.
CONTATO torce para que não ocorram outros desencontros palacianos para que os moradores da Gurilândia possam dispor de unidade de saúde de mais qualidade dentro do prazo prometido pelo secretário da Saúde. E, claro, que ele não faça como o prefeito que não cumpriu com o prometido por escrito e sequer pediu desculpas.
Área interna cheia de mato
Caixa de passagem coberta de mato e fiação elétrica
Calçada lateral com bloquetes soltos e rachaduras na mureta
Central de ar condicionado coberta de mato
Ligação elétrica provisória com fiação exposta
Salas de observação existem três iguais a essa, faltando apenas o mobiliário
Entrada de energia desligada
