Ainda ecoa nos corredores da CMT a quantidade de viagens realizadas pelo vereador Jessé Silva (SD).
As viagens de Jessé Silva (SD) ainda repercutem nos bastidores da Câmara. O caso veio à tona após denúncia do AMATAU (Amigos Associados de Taubaté), que protocolou uma representação junto ao Ministério Público para que investigasse as irregularidades em uma viagem do vereador a Mariana-MG.
Além disso, Jessé é o recordista de viagens na Casa de Leis, tendo participado de 27 jornadas, tanto dentro quanto fora do estado.
No entanto, alguns dos colegas consideram que o parlamentar, literalmente, viajou demais durante o ano.
Na própria Casa de Leis, há uma situação diferente, que é o da vereadora Loreny (PPS), que no começo de seu mandado disse que abriria mão de coisas que ela considera serem regalias dos vereadores.
“Desde o início do meu mandato, abri mão de benefícios que percebo como regalias e excesso para o exercício da atividade legislativa como carro oficial, diárias de viagem, contas de celular. Uma vez que já temos a contrapartida financeira, a qual considero justa”, conta.
Indagada sobre a quantidade de viagens do colega, a vereadora não quis entrar a fundo na questão, apontando para o fato de que não há ilegalidade em usar as diárias.
“Nestes 9 meses, fiz apenas uma viagem, até Curitiba, em um congresso realizado pelo Observatório Social do Brasil. Eu e as pessoas da minha equipe que quiseram participar fomos com recursos próprios. Não há ilegalidade em usar as diárias, uma vez que elas têm previsão legal. Cabe a cada parlamentar a condução das atividades do seu mandato”, ressalta Loreny.
O caso que explodiu a indagação sobre as viagens
O grupo AMATAU alega que o requerimento apresentado a Câmara continha falhas e que seria necessário revisá-lo. No regimento interno, todas as viagens para fora do Estado precisam ser aprovadas em plenário. Na sessão do dia 26 de junho, foi constado pelo Legislativo que o requerimento do vereador foi “lido e aprovado”, mas o Amatau alega – após checagem em gravação da sessão – que o requerimento não foi “lido e aprovado”. Segundo a CMT, são lidos apenas os requerimentos em destaque durante a sessão.
Com o intuito de participar das festividades de aniversário da cidade de Mariana, a viagem do vereador teria começado na sexta-feira e terminado no domingo, o que a Câmara confirma que aconteceu.
Outro detalhe que a Amatau quer saber do MP é com relação aos gastos da viagem. Juntamente com o vereador, além do motorista da Casa de Leis, o assessor também participou da viagem para Mariana.
A Câmara afirma que o hotel cobrou R$ 130 pelos dois dias em que Jessé ficou hospedado na cidade. Além disso, o Legislativo também afirma que “todos os processos de viagem estão dentro da legalidade”.