O governo chegou aos 50 dias sem motivos para festa. A divulgação dos áudios do presidente e a primeira derrota na Câmara indicaram que a crise pode estar só no começo. Acendeu-se o alerta laranja, cor da moda no bolsonarismo.
As gravações reveladas pela revista “Veja” mostraram que o presidente mentiu ao negar as conversas com Gustavo Bebianno. O barraco no WhatsApp criou uma situação inusitada: a voz de Bolsonaro derrubou a versão de Bolsonaro para a queda de seu ex-ministro.
O vazamento parece ter sido o primeiro capítulo da vingança de Bebianno. Ele voltou a atacar à noite, ao acusar o vereador Carlos Bolsonaro de agir como um “destruidor de reputações” e manipular o pai. Depois de assistir a uma demissão em câmera lenta, podemos estar diante de uma retaliação a conta-gotas.
Em seu primeiro desabafo público, o ex-ministro expôs detalhes constrangedores da operação montada para comprar seu silêncio. Ele confirmou a oferta de uma sinecura em Itaipu com “salário de R$ 1,1 milhão por ano, fora benefícios”. Além disso, disse ter sido convidado a escolher entre as embaixadas de Roma e Lisboa.
Carlos Bolsonaro, o 02, foi o pivô da primeira crise
Os relatos compõem o flagrante de mais uma prática que Bolsonaro havia prometido abolir: a distribuição de cargos públicos para benefícios pessoais. Agora a questão é saber se Bebianno continuará atirando.
No mesmo dia em que os áudios vieram à tona, a Câmara impôs o primeiro revés ao governo. O plenário derrubou o decreto que enfraquecia as regras da Lei de Acesso à Informação. Os partidos do centrão isolaram o PSL e se juntaram à oposição para derrotar Bolsonaro.
O placar expôs a debilidade da articulação do Planalto, entregue apolíticos inábeis e generais que nunca pediram voto. Otomb ovem na piorhor apara op residente. Hoje ele apresenta o projeto da reforma da Previdência.
As gravações reveladas ontem mostraram que Bolsonaro mentiu ao negar as conversas com Bebianno. Agora a questão é saber se o ex-ministro continuará atirando.
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O fatiamento do pacote anticrime mostra que Sergio Moro muda de ideia muito facilmente. Até outro dia, ele jura vaque o caixa dois era um crime“pior” que a corrupção. Ontem, disse se tratar de um delito “não tão grave ”.