Por Karolina Alvarenga / Texto e Fotos
Poucas pessoas compareceram à Audiência Pública realizada na Câmara Municipal para discutir o projeto de lei que prevê a alteração da ‘esquina do Brasil’ de área de transição para classificação de zona turística, comércio e serviços correlatos, com o intuito de executar projetos turísticos no local.
Segundo o projeto, o governo pretende aumentar a oferta de emprego e a visibilidade de Taubaté no cenário nacional, em virtude dos grandes eventos esportivos que ocorrerão em breve.
O arquiteto e urbanista Manoel Carlos Carvalho, que integra o Grupo Viva Taubaté, traçou uma perspectiva histórica do desenvolvimento das cidades da região e destacou a posição privilegiada de Taubaté. Defendeu que a área em questão não pode ser transferida à iniciativa privada, mas deve ser utilizada pelo município. “O objetivo é apresentar essa proposta de investimentos para o município. Temos que trabalhar para Taubaté, independente de partido político”, disse Manoel Carlos.
O secretário de Turismo, José Antônio Saud, sugeriu investimentos não só para a área de indústrias, como também de turismo. Entre os projetos culturais previstos para área, tem um idealizado pelo falecido arquiteto Oscar Niemeyer.
Saud anunciou que 1,3 milhão de metros quadrados foram desapropriados pelo prefeito, totalizando três milhões de metros quadrados de terra pertencente à Prefeitura, e que há projeto para construção de um aeroporto nas redondezas, o que deve valorizar ainda mais a área.
“Nossa RMVale tem 2 milhões de habitantes para atender 40 milhões de turistas. Investir naquela região será muito importante para Taubaté. Estamos recebendo propostas e estudando também a possibilidade de trazer diversos investimentos para lá, mas temos também que estudar os acessos, construção de novas vias e também a questão do lixo”, afirmou.
Alguns empresários puderam ao final das explicações dar suas contribuições com propostas de investimentos para a esquina entre as Rodovias Presidente Dutra e Carvalho Pinto.
“Nós empresários, buscamos motivação para empreender naquela região. Isso tudo é desenvolvimento e investimento para nós e principalmente para a cidade”, comentou o empresário da VidroSul, Renato das Neves.
Arquiteto e ex-presidente do PPS, Urbano dos Reis Patto Filho destacou que a região não pode ser só das indústrias. “É importante termos outra visão. O local não pode ser designado apenas para a indústria, mas também para a área de serviços”, destacou Urbano, que sugeriu outras propostas como a consolidação de consórcios entre as empresas. Urbano ressaltou ainda a necessidade de ousadia, mas com “pé no chão”.
Zeca Cobra, assessor do vereador Joffre Neto (PSB), criticou a audiência e disse que o Governo do Estado não deu a atenção necessária à terra de Lobato. “Infelizmente não fica claro o que foi apresentado para nós. A população não está participando. Faz-se necessário que Taubaté tenha parcerias com o governo estadual para trazer mais investimentos”, afirmou.
O ex-vice-prefeito Alexandre Danelli esteve presente na Audiência Pública e se mostrou otimista quanto às propostas apresentadas. “Fico contente em saber que essa área fica para o turismo, mas tem que outras opções como hotelaria e gastronomia. Mas é necessário também estudar a questão da mobilidade, principalmente sobre as áreas que forem desapropriadas”, comentou.
Ao final da Audiência, o presidente do PSDB em Taubaté e presidente da Comissão de Justiça da Casa, vereador Digão (PSDB), salientou que será solicitado quantas Audiências Públicas forem necessárias, para que esse assunto seja debatido com a população. “Planejamento no município é fundamental. Vemos o problema do Shopping novo e estamos procurando corrigir. Espero que não ocorram outros problemas”, falou. Digão (PSDB) propôs outra audiência, mas ainda não foi definido data e horário.