Em seu terceiro ano de governo, o prefeito Ortiz Junior (PSDB) fez um balanço das ações desenvolvidas na pasta de Cultura. Na conversa conduzida pelo jornalista Paulo de Tarso Venceslau do Jornal Contato, Ortiz falou sobre a saída dos dois primeiros secretários da Setuc, da realização do Cinecomédia ainda em 2015, de ações de fomento à cultura e à criatividade e do Sistema Municipal de Cultura.

Parte 1:

Parte 2 :

Secretários

Cláudio Marques e José Saud

Cláudio Marques e José Saud

“O primeiro saiu por doença do pai. O José Saud saiu porque o seu pai o Zé Saud do Idesa teve um doença do coração. Senão ele não teria saído. O Cláudio Marques [saiu porque] a gente sentiu uma necessidade de ter uma política mais agressiva na cultura. Esse ano o orçamento é de 16 milhões de reais para todos os programas, todas as iniciativas, é 2% do orçamento investido em cultura. Nenhum município, nem o governo do Estado e nem o governo federal gasta 2% do seu orçamento em cultura, em média lutam aí para gastar 0,5%. E a ideia é que a gente tivesse uma ação cultural mais agressiva nesses dois anos, como foi no ano de 2013 com os Festivais, que foram eventos muito bacanas, além dos outros grandes eventos que a cidade tem”.

 

Retomando os Festivais

Festival de dança 2013

Festival de dança 2013

“Em 2014 a gente não conseguiu fazer [os Festivais] e em 2015 essa é a ideia. Eu vou fazer a Mostra de cinema este ano, mas nem que eu faça na base da porrada, mas nós vamos fazer a primeira mostra de cinema em Taubaté, o Cinecomédia, a ideia e caracterizar a cidade como um centro nacional de difusão de longa e curta metragem de comédia. A gente vai retomar o Festival de Teatro, o Festival Internacional de dança, o Festival de MPB, o Taubaté Jazz and Blues e a Feira Literária.”

 

Famuta

Famuta no Campeonato Nacional de Bandas e Fanfarras 2013

Famuta no Campeonato Nacional de Bandas e Fanfarras 2013

“Nós vamos ter a presença da Famuta no Campeonato Mundial da Dinamarca e da Alemanha. Eles vão viajar, reservei no orçamento 800 mil reais para levá-los no preparatório da Dinamarca e depois no Campeonato Mundial da Alemanha. Eles vão viajar no meio do ano, então estou já tomando as providências necessárias. Eu retomei o projeto da Famuta. Ela foi campeã mundial o ano passado em Bragança Paulista.”

 

Orquestra e Banda Sinfônica

Orquestra Sinfônica Jovem de Taubaté

Orquestra Sinfônica Jovem de Taubaté

“Nós fizemos a retomada da Orquestra e da Banda Sinfônica Jovem em Taubaté. Fizemos um processo seletivo, eles estão ensaiando. E [os] contratamos por dois anos. Então é uma retomada de um projeto. A banda na verdade é nova, é um projeto nosso. A orquestra tinha sido encerrada no ano de 2005, nós retomamos agora.”

 

Fomento nas escolas

“[Na escola de] tempo integral a gente não faz outra coisa a não ser estimular arte cênicas, plásticas, visuais. Eu comprei para cada escola em tempo integral uma oficina de hip hop. É a cultura musical popular hoje que predomina em muitos bairros da cidade, em cada comunidade a gente vai ter a participação dos alunos da escola produzindo música com equipamentos que permita essa produção musical.”

 

Fomento 2

Integrante Balé da Cidade em apresentação no Teatro Metrópole

Integrante Balé da Cidade em apresentação no Teatro Metrópole

“Depois fizemos os festivais. O que são os festivais? Todo Festival que a gente fez no ano de 2013, por exemplo, o Festival Nacional de Teatro, nós [por outro lado,] tivemos a mostra oficial [de teatro] da cidade, cem grupos se inscreveram, [o Festival] é o estímulo a esses grupos a redigir a própria peça, apresentá-lá e ganhar prêmio. Nós tivemos o Festival Nacional de MPB e tivemos a Mostra Municipal de Música, nós tivemos o Festival Internacional de Dança, tivemos a Mostra Municipal de Dança. Todos esses grandes eventos que nos fizemos em 2013 vieram acompanhados de ações que estimulam os grupos locais.”

 

Estímulo à criatividade

Alunos da Escola Fêgo Camargo em apresentação na Mostra de Teatro 2013

Alunos da Escola Fêgo Camargo em apresentação na Mostra de Teatro 2013

“Quando a gente tem [escola de] tempo integral, a gente tem prática da pintura, da dança, do teatro como estímulo a essa manifestação da cultura do cidadão dentro da escola. Ele começa lá pequenininho. A [Escola Maestro] Fêgo [Camargo], a sua reorganização e ampliação, o que é isso senão investimento na criatividade local? É que há uma divergência entre tudo que se faz no estímulo a cultura e a ampliação dessas manifestações de vocação artística do jovem e aquilo que alguns agentes culturais pretendem com repasse de recurso direto à eles, para que eles possam financiar manifestações artísticas na cidade. São coisas diferentes.O que há hoje é um pleito grande de agentes culturais na cidade na aprovação do Sistema Municipal de Cultura para repasse de recurso para financiamento de atividades culturais. São coisas diferentes. Isso não se confunde com o que a prefeitura faz dentro da escola integral, porque escola integral funciona com esporte e cultura e um pouco de salas de estudo. A Fêgo é quase um conservatório da cidade, que estimula com uma mensalidade muito subsidiada, música, dança teatro, artes plásticas, tá lá produzido, produzindo muito e com muita qualidade. Os adolescentes que saem lá formados estão compondo Orquestras pelo Brasil e pelo mundo inteiro. Isso é atividade cultural. ”

 

Sistema Municipal de Cultura

Entrega do anteprojeto de lei que cria o Sistema Municipal de Cultura em maio de 2013

Entrega do anteprojeto de lei que cria o Sistema Municipal de Cultura em maio de 2013

“A prefeitura paga por mês 30 e 40 mil reais de cachê a artistas que tocam espalhados pelos bairros. Esse é o artista da cidade subsidiado diretamente pelo poder público… e ele vive disso. Um artista desse, que faz 4 shows por mês pagos pela prefeitura com cache de 650 reais, recebe 2 mil reais por mês. Ele vive disso! Isso é o salário dele. É a prefeitura transferindo renda para esse artista da cidade, para que ele possa viver disso e fazer as composições dele.

Essa transferência é importante e muita gente se esquece disso. O agente cultural que quer ver o Sistema Municipal de Cultura aprovado porque ele quer ver a transferência [de dinheiro], quer ver o fundo municipal de cultura. Porque é o interesse de poucos agentes culturais que colide, na verdade, com um conjunto enorme de esforços que são feitos de transferência de renda para o pequeno artista. Além disso, os grupos de Congada, Folia de Reis e Moçambique, [são] todos mantidos pela prefeitura todo mês. Grupos que estavam desaparecidos, por uma ação nefasta do governo anterior, que entendia que isso não era uma manifestação cultural genuína e foi minguando porque [a prefeitura] não apoiava com viagem, com o cache, porque não dava alimentação quando ia se apresentar fora… chegou a ponto de nós termos 3 grupos quase em desaparecimento total. Eu retomei todos os grupos, todo o mês eu dou dinheiro para eles, para eles se apresentarem na região ou aqui em Taubaté. Dou uniforme, reformo instrumento musical. Retomei a existência desses grupos, 8 grupos na cidade. Isso tudo são ações que podem não repercutir muito, mas que são de fundamental importância para a preservação da manifestação cultural local, que para os agentes culturais pode não significar muito, que não é a transferência de renda direta para eles, para financiar o que eles pretendem com o Sistema Municipal de Cultura. Vai sair também o Sistema Municipal de Cultura, ele vai acontecer.”

 

Balanço

Martha Serra, terceira secretária a assumir a Secretária de Turismo e Cultura

Martha Serra, terceira secretária a assumir a Secretária de Turismo e Cultura

“É um conjunto de ações. É que a gente divulga pouco, fala pouco. E, na verdade, com essa mudança de secretariado que aconteceu nos últimos dois anos, a Martha é a terceira secretária, então realmente, as pessoas acabam olhando muito esse fato da mudança. Mas esquecem de perceber tudo o que foi feito desde 2013 até aqui. Não foi pouco o que foi feito. (…) É 2% do orçamento ( investido em Cultura). O governo passado investia 0,8% em cultura. Volto a dizer: participei de uma mesa de debate na OAB na campanha em 2012 e a luta de todos os agentes culturais e de todo mundo que defende a Cultura no Brasil, no Estado e no município, é que a prefeitura investisse 1% desse orçamento em cultura, eu invisto 2%. E que as ações precisam ser organizadas e concatenadas para um resultado de grande visibilidade a população.”

 

FONTE: Almanaque Urupês