Nunca antes na terra de Lobato predominou tanto desinteresse a apenas pouco mais de dois meses das eleições municipais. O tema que predominava nas rodas de amigos no Marcadão, nos botecos, na Praça Dom Epaminondas virou conversa de Extra Terrestre (ET). É mais fácil ouvir comentários sobre a sonda Juno que entrou na órbita do planeta Júpiter do que as eleições que estão logo ali. Por Paulo de Tarso Venceslau
Qualquer opinião bem ou mal fundamentada sobre eleições em Taubaté se transforma logo em conversa pra boi dormir, aquela que além do lero-lero está mais para mentira contada com a intenção de enganar alguém.
Pode buscar explicações no clima agitado que envolve Brasília – impeachment de Dilma, afastamento e possível cassação de Eduardo Cunha, eleição do novo presidente da Câmara, a figura do presidente interino que mais parece uma caricatura de autoridade -, mas isso não explica e muito menos justifica a calmaria política que domina a cidade.
Em minha opinião, a incerteza vivida por Ortiz Júnior (PSDB), prefeito e pretenso candidato à reeleição, é a causa dessa paradeira geral. Ninguém sabe o que fazer. Nem o prefeito, nem seus assessores (dos mais próximos aos mais distantes), nem políticos com mandato em São Paulo e Brasília e nem mesmo autoridades locais ligadas ao poder Judiciário.
O povão, então, nem pensar. No máximo recebe visita e ouve promessas de quem vai disputar uma vaga na Câmara Municipal. Tudo isso num clima gelado que não combina com o período, embora o inverno só termine em setembro.
Na Câmara Municipal o prefeito tenta por todos os meios aprovar projetos que interessam muito mais a segmentos empresariais como o da expansão sul, a tentativa de reduzir as contribuições para o IPMT e o novo acordo para pagamento da dívida com a Sabesp, do que resolver problemas concretos enfrentados pelos munícipes.
A pouco mais de dois meses das eleições em que o prefeito se anuncia candidato à reeleição, como o fez publicamente no jantar realizado no Buffet Monarca na quarta-feira, 6, Ortiz Júnior insiste de forma açodada conseguir uma maioria no Legislativo para aprovar projetos publicamente rejeitados pelos parlamentares.
A política institucional local se assemelha cada vez mais a uma ópera bufa onde predominam a sátira e os personagens burlescos. E o humor se torna mais ácido quando o prefeito suspende o recesso parlamentar os projetos colocados sob suspeição. Esse é o clima em que se vive no mundo real da política local. Qualquer movimento em direção a alguma proposta ou acordo vira piada por causa da incerteza que paira sobre o futuro do prefeito.
Há muita gente disposta a apostar que Ortiz Jr não conseguirá registrar sua candidatura no Tribunal Superior Eleitoral. No sentido contrário, não se conhece uma alma penada disposta a colocar suas fichas no seu registro junto ao TSE. São palpites que não levam em consideração a vitória ou não do pretenso candidato. Trata-se pura e simplesmente de seu registro como candidato junto à Justiça Eleitoral.
Em qual palpite você colocaria suas fichas?