Por Karolina Alvarenga
Na quarta-feira, dia 6, a Comissão de Obras da Câmara Municipal de Taubaté recebeu representantes da Concessionária Ecopistas, representante dos moradores do bairro do Barreiro e vereadores para discutir sobre o prolongamento da Rodovia Carvalho Pinto. O objetivo foi definir melhorias do traçado e analisar os pedidos da população, mas os representantes da Prefeitura de Taubaté não compareceram ao encontro.
Trata-se de um projeto que vai gerar muitos impactos na terra de Lobato, como a desapropriação de cerca de 200 casas. Para o morador do Barreiro, Walter Gustavo Steinicke, essas desapropriações de casas pode prejudicar a vida de muitas famílias. “Há famílias que construíram casas recentemente e se for aprovado, vão ter que sair de suas residências. Além disso, vão dividir o bairro ao meio e prejudicar a via de acesso para os que ali moram”, frisou Walter.
Na realidade, há muitos interesses em jogo. Nos últimos anos, o Governo Peixoto travou uma queda de braço com a Concessionária Ecopistas. Houve inclusive a modificação do Plano Diretor, o que criou embaraços legais para o andamento da obra, que avançará sobre a zona sul da cidade, um das regiões que mais tem se valorizado nos últimos anos, principalmente após a instalação do novo shopping.
Apesar de esse projeto estar em discussão há vários anos e ser prioritário para a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB), a discussão praticamente voltou à estaca zero com o início da 16ª Legislatura na Câmara Municipal. Pois os novos vereadores não acompanharam as discussões e, portanto, não se sentem seguros para participar da audiência pública agendada pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) para o dia 14 de fevereiro para discutir o prolongamento da Carvalho Pinto.
A Comissão de Obras pretende pedir o adiamento da audiência pública até os parlamentares se inteirarem do assunto. Segundo o vereador Noilton Ramos (PSD), presidente da comissão, os vereadores não haviam sido convidados a participar da audiência e os moradores estão receosos com possíveis prejuízos causados pela obra. Além disso, existe uma lei que impede novas estradas na área de expansão urbana.
Presidente da Câmara, a vereadora Graça chancelou o pedido de adiamento da audiência. “Há estudos na Universidade de Taubaté, que não conseguimos trazer para esta reunião hoje, sobre a rodovia. Vamos pedir esse estudo e apresentá-lo em uma audiência futura. Assim, quem sabe, possamos chegar a um denominador comum”, disse.
“Temos certeza que o debate é a melhor maneira para acharmos uma solução. Sabemos que haverá transtorno, mas é necessário que se discuta o assunto”, ponderou Noilton.