Desde sexta feira, 24 de junho, ela adentrou a bolha do campo magnético produzido por Júpiter e com isso está já em “território” Joviano
Funciona assim: o Sol produz um vento composto por partículas carregadas, como prótons e elétrons, que viajam pelo espaço a uma velocidade de milhares de km por hora. Isso forma uma nuvem de plasma que envolve todo o Sistema Solar. Júpiter e a Terra, por exemplo, possuem um campo magnético que os envolve, formando uma blindagem magnética que impede, ou pelo menos minimiza, a passagem dessas partículas pelos planetas. Isso significa que dentro dessa blindagem, as partículas, o plasma e o campo magnético são verdadeiramente do planeta e não do Sol.
Quando as partículas emitidas pelo Sol se chocam com a magnetosfera, elas dão origem às auroras, seja na Terra, seja em Júpiter, como nessa imagem obtida pelo Hubble. Apesar de haver certa controvérsia do momento exato que a sonda penetrou na magnetosfera de Júpiter, sabemos que ela o fez por volta da última sexta, 24 de junho. Este link mostra bem essa transição, com a conversão das leituras do campo elétrico espacial pelos detectores da sonda.
O ponto marcado como ‘bow shock’ é justamente a fronteira entre o espaço interplanetário e a zona protegida pelo campo magnético de Júpiter. Aliás, de tão grande que ele é, se pudéssemos vê-lo envolvendo Júpiter no céu, ele teria mais ou menos o tamanho de uma Lua Cheia! No final da tarde desta quinta-feira ,30 de junho, a direção da missão em Pasadena, Califórnia, enviou um comando , que fez com que a sonda passasse para o modo automático. A partir daí, todas as manobras para inserir a nave em sua órbita ao redor do planeta gigante será feita de maneira automática. No centro de controle, os técnicos da missão estarão acompanhando tudo com os nervos à flor da pele, mas sem fazer nenhuma intervenção. Mesmo porque qualquer ordem vinda da Terra leva por volta de 50 minutos para chegar até a sonda.
A equipe técnica comemorou o momento em que Juno entrou na órbita de Júpiter
As manobras devem começar assim que a nave entrar em piloto automático, mas a inserção na órbita ao redor do gigante gasoso vai ser apenas no dia 4 de julho e deve finalizar somente na madrugada do dia seguinte. Durante a inserção e na sua primeira órbita, todos os instrumentos científicos estarão desligados para que toda energia disponível e toda a capacidade de processamento de dados do computador de bordo estejam integralmente dedicadas às manobras s dos objetivos científicos da missão. Talvez o mais importante seja medir a quantidade de vapor d’água na atmosfera de Júpiter. Essa medida será usada para determinar como se deu a formação de Júpiter e, por tabela, a formação do próprio Sistema Solar.
Juno foi lançada em 11 de agosto de 2011