Flávio Bolsonaro, o 01, é velho amigo de Fabrício Queiroz

O ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) comandou a vitória por 4 X 1 de Flávio Bolsonaro, o filho 01 do presidente Bolsonaro. Noronha é um velho conhecido dos taubateanos menos alienados. Foi ele quem se sentou sobre o processo que, mais tarde condenaria o então prefeito Ortiz Jr (PSDB) antes de ser absolvido no STF sob a batuta de Gilmar Mendes. O Mundo gira apenas para os pobres mortais. Em Brasília, porém, tudo parece permanecer como antes, independente do governo da vez.

Com a decisão do STJ, os dados não poderão ser usados como prova na denúncia já apresentada contra o senador por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Noronha foi o primeiro a votar depois que o relator Felix Fischer manteve a manutenção da medida. Além de Noronha, votaram a favor do senador os ministros Reynaldo Soares da Fonseca, Marcelo Ribeiro Dantas e Joel Ilan Paciornik.

 

João Otávio de Noronha, ministro do STJ, ajudou muito o ex-prefeito Ortiz Jr (PSDB)

A maioria considerou que não havia fundamentação suficiente para a medida, autorizada numa curta decisão. “Estou reconhecendo a nulidade do compartilhamento de dados por meio dos relatórios, reconhecendo a nulidade, por derivação, das demais diligências realizadas a partir da ordem ilícita indicada, a nulidade do afastamento de sigilo bancário e fiscal, por não possuírem fundamento adequado e a nulidade de todas as diligências que se ampararam nas decisões judiciais nulas respectivas”, disse Noronha ao abrir a divergência.

Flávio Bolsonaro e o advogado Frederick Wassef, que acompanhou o julgamento no STJ

O filho 01 do presidente Bolsonaro é uma figura muito conhecida no Rio e nas cidades que possuem poderosos núcleos de milicianos como Rio da Pedras, Nova Iguaçu entre outras. Flávio fez questão de provar seu compromisso com esses grupos quando, em 2005, propôs e aprovou a Medalha Tiradentes, a mais alta honraria da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), ao ex-capitão da PM Adriano Nóbrega, morto no dia 9 de fevereiro de 2020 em uma emboscada no interior da Bahia. Na ocasião da homenagem, o hoje presidente fez questão de afirmar que foi ele quem determinou que Flávio condecorasse o ex-policial militar, “um herói”. Detalhe, Adriano estava detido quando foi homenageado por Flávio Bolsonaro.

Capa de revista Veja por ocasião da morte do miliciano Adriano da Nóbrega

Além disso, a “amizade” da família Bolsonaro com Fabrício Queiroz tirou qualquer dúvida sobre o relacionamento estreito com as milícias fluminenses. E a presença do advogado Frederick Wassef no julgamento do 01 ajuda a entender a dimensão desse esquema. Queiroz é quem fazia a ponte da família com as milícias. Oficialmente, Wassef foi afastado do caso em junho do ano passado, depois que o ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz, foi preso em uma propriedade de Wassef em Atibaia, interior de São Paulo.

Maiores informações sobre a atuação de João Noronha e Gilmar Mendes na terra de Lobato estão à disposição do leitor no Arquivo Digital no site www.jornalcontato.com.br.