No Planalto e adjacências
Ato de grandeza
“Renúncia é um gesto de grandeza. Só um grande homem tem essa grandeza. Fernando Henrique não tem. Ele é orgulhoso e prepotente”. Lula, em agosto de 1999, oito meses depois da reeleição, num ato em Brasília pró-impeachment do tucano.
Dormindo com o inimigo
“Uma das faces cruéis desta crise (gerada pelo desgoverno Dilma e pela operação Lava-Jato) é que termina juntando, do mesmo lado, pessoas respeitáveis como Hélio Bicudo, o promotor que enfrentou o Esquadrão da Morte nos anos 1970, e o advogado Claudio Lamachia, presidente da OAB, ao lado de políticos, digamos, polêmicos, como Eduardo Cunha e Romero Jucá. E, do outro lado, tem gente bacana como Leonardo Boff e Letícia Sabatella no mesmo barco que Fernando Collor e Jader Barbalho”, Ancelmo Gois em sua coluna em O Globo, domingo 10.
Até tu, Maluf!
“Fico revoltado e enojado com essa política de compra e vende. Estou absolutamente contra essa negociação de cargos”. Deputado Paulo Maluf (PP) sobre a negociação para a compra de votos para impedir o impeachment da presidente Dilma.
O tempo de uma mijada
Na “Terra dos papagaios”, como o Brasil era conhecido nos primeiros anos da colonização portuguesa, a contagem do tempo era feita sem relógios, sinos de igreja ou estações bem marcadas como na Europa. Foi preciso improvisar: media-se o passar do tempo por orações (“a duração de duas Ave Marias”, por exemplo) ou mesmo por funções fisiológicas (“o tempo de uma mijada”). Essas e outra curiosidade sobre a vida cotidiana nos primórdios do Brasil estão no primeiro volume da série “História da gente brasileira”, da historiadora Mary Del Priore, que chega às bancas ao fim de abril pela LeYa.
Calote bolivariano
Quanto mais as empreiteiras rezam, mais assombração aparece. Os atrasos de Venezuela de Maduro beiram os US$ 2,5 bilhões com as principais empresas brasileiras de engenharia e de construção. Imagine no que pode dar se juntar com os problemas no caída por causa da crise e da Lava-Jato.
E na terra de Lobato?
No Rio de Janeiro, das 58,4 mil armas que estão registradas na Polícia Federal como sendo de empresas de segurança privada, 17.662, cerca de 30 % do total, constam como roubadas, furtadas ou perdidas. Fonte: relatório da PF encaminhada à CPI das Armas, presidida pelo deputado Carlos Minc.
Na terra dos guaianás
Num esquece do dim dim
“O deputado [Fernando Capez (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa] esfregou indicador e polegar, das duas mãos, rindo, de braços abertos, enquanto dizia: não esquece de mim, hein, estou sofrendo na campanha”, lobista Marcel Júlio, em delação premiada sobre o escândalo da COAF – Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar, que investiga compra superfaturada de produtos para a merenda escolar.
Prefeitura inepta
“Só depois que o Conselho de Patrimônio Histórico ou a secretaria de Planejamento comunicar que há um descumprimento do acordado por parte da Ergplan em realação ao que foi acordado é caberá alguma ação na Justiça”. Jean Soldi, secretário de Negócios Jurídicos da Prefeitura.
Tautologia palaciana
“A empresa (Ergplan) alega que colocou fechamento de gradis por motivo de segurança”. Argumento usado pela secretária de Planejamento da Prefeitura, Débora Pereira, para justificar o tapumes que impedem a visão da capela de São Vicente de Paulo, da Casas Pias, como exige a legislação sobre patrimônio histórico tombado.