por Alfredo Ortiz Abraão
Ter visto Henrique jogar nos anos mais gloriosos do Esporte Clube Taubaté, e depois tornar-se seu amigo e acompanhar seu trabalho na presidência do clube foi um privilégio para poucos.
Como goleiro do nosso Esporte (assim era chamado o ECT na cidade) foi brilhante. Firme, corajoso, seguro e com ampla visão do jogo, Henrique transmitia confiança aos companheiros de equipe e, além disso, possuía espírito de liderança invejável. Atuou desde 1958 até 1962.
Henrique empolgava os torcedores. Poucos goleiros conseguiram empolgar sua torcida. Henrique empolgava. Os torcedores o tinham como ídolo. Sua capacidade profissional foi reconhecida no mundo do futebol. Aymoré Moreira, que o conhecia muito bem, o convocou para a seleção brasileira. Esteve entre os maiores jogadores daquela época de ouro do futebol brasileiro. Traz muita saudade esse tempo do nosso Esporte. O goleiro Henrique é uma lembrança mágica.
Morando em Taubaté, era inevitável que todos conhecessem Henrique. Acabou se tornando amigo de muitos na cidade. Era um amigo leal e sincero. Reconhecia as qualidades das pessoas, mas nunca deixava de colocar sua opinião, mesmo que antagônica. Henrique casou-se com Regina, filha do maior presidente que o clube já teve: Joaquim de Morais Filho. Regina herdou a personalidade do pai, forte e firme em suas convicções. Formaram um casal que se completava. Viveram juntos até este ano de 2016. Regina havia falecido há poucos meses, e Henrique na última segunda-feira dia 28 de novembro foi ao seu encontro.
O Esporte Clube Taubaté nunca saiu do coração de Henrique. Seu amor pelo clube o fez se tornar presidente, numa época em que as dificuldades eram muito grandes. Ele encarou o desafio. Em 1981 assumiu a presidência do Esporte.
Logo depois de sua posse, tratou de completar a construção do edifico da sede administrativa, que se encontrava paralisada. Um “esqueleto” de concreto ficou por vários anos aguardando a conclusão da obra. Foram colocados títulos patrimoniais à venda e, com a colaboração de pessoas dedicadas e apaixonadas pelo clube, a obra de construção do prédio foi completada. Henrique foi grande presidente. Nessa época o Burro estava na principal divisão do futebol paulista.
Mesmo sendo firme em suas convicções, não deixava de ouvir as pessoas nas quais confiava. Sempre defendia com firmeza suas ideias, firmava posição, mas não deixava de acatar uma opinião que considerasse mais apropriada.
Gustavo Henrique Schalch deixou saudades. Ele nunca será esquecido.
Obrigado, amigo.