Por Caio César Nascimento
Na manhã dessa segunda-feira, 28 de novembro, uma das maiores bandeiras do Esporte Clube Taubaté foi reforçar o time do céu. Gustavo Henrique Schalch, ex-goleiro do Burro da Central, faleceu aos 76 anos devido a problemas respiratórios.
Mais conhecido como Henrique Schalch, ele foi goleiro do Taubaté entre 1958 e 1962, anos gloriosos da história do Burrão, que disputava a elite do futebol paulista. Além de ter defendido com maestria a baliza do Gigante do Vale, Henrique também foi presidente do Esporte Clube Taubaté, entre 1981 e 1982, quando o Alviazul também disputava a primeira divisão do futebol paulista.
Schalch sempre esteve presente nos melhores e maiores momentos do clube. Carioca de nascimento, porém, taubateano de coração. O falecimento do maior goleiro da história desse centenário clube nos faz lembrar uma época em que o Taubaté assombrava os times grandes. Quando o esqudrão azul e branco transbordava raça e amor à cidade. Uma época que o futebol caipira era forte, especialmente o time mais caipira de todos.
Tive a oportunidade de entrevistar dois jogadores igualmente enormes como Henrique Schalch na história do Esporte Clube Taubaté: Toninho Taino e Zé Américo, dois monstros sagrados que atuaram com Schalch. Ambos falavam da importância que o goleiro tinha, de suas defesas elásticas, mas principalmente de uma característica ímpar. Schalch era considerado o presidente dos jogadores, pois sua liderança e eloquência eram notáveis. A geração da década de 1960 era técnica, mas faltava um líder, alguém com potência para liderar o elenco Alviazul. Tal qual a sua habilidade notável como goleiro, Henrique Schalch personificava o campo e o extracampo com maestria. Por ventura, anos depois, ele virou presidente do Burrão no sublime mundo da elite.
Apesar do momento de tristeza, lembrar de jogadores do calibre de Henrique Schalch faz todo torcedor Alviazul se regozijar com a magnífica história de conquistas, de craques e, acima de tudo, personalidade desses homens maravilhosos que já vestiram o manto azul e branco com a faixa transversal no peito.
Temos que ter orgulho do nosso time, que sempre representou bem a nossa querida cidade. Temos que nos lembrar de todos os dias os heróis, como o fantástico Henrique Schalch, que tanto fizeram por nós.
Temos que manter a tradição que ele nos ajudou a construir.
Com muita dor no coração, especialmente como torcedor do Esporte Clube Taubaté, que escrevo esse texto. No entanto, foi graças a ele que eu, torcedor de 26 anos, que não o vi jogar e ainda não era nascido durante a sua presidência, mas o considero um ídolo por ter feito do meu time uma equipe grande e respeitada.
Schalch foi um marco.
Um campeão.
Obrigado por tudo!