Antes de mais nada, é preciso apresentar o deputado federal petista Vander Loubet do Mato Grosso do Sul com um vídeo gravado na terça-feira de Carnaval:
Trata-se de pequena, mas humorada, manifestação que é um retrato dos políticos mortos-vivos que ainda caminham pelo o que resta desse País devastado por essa praga. Ou alguém acredita que o capo Lula teria coragem de ir a algum restaurante ou tomar apenas uma branquinha em algum boteco?
É o caso desse deputado federal Vander Loubet (PT/MS) que sempre foi um pau mandado de Lula. Pelo menos desde o final do século passado. Mas tudo indica que essa arraia miúda já caiu nas redes da Justiça. E outras estão a caminho.
No dia 13 de janeiro, por exemplo, segundo o jornal Estadão, “o procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que decrete a perda do mandato do deputado Vander Loubet (PT-MS), alvo da Operação Lava Jato, por suposto recebimento de propinas que somaram R$ 1,028 milhão em esquema de corrupção instalado na BR Distribuidora. Ao denunciar Loubet criminalmente perante a corte máxima, por corrupção passiva (11 vezes) e lavagem de dinheiro (99 vezes), Janot atribui ao petista uma ligação com “grupo criminoso” que repassava a ele valores ilícitos “em função da ascendência que o Partido dos Trabalhadores exercia sobre parte da Petrobrás Distribuidora S/A””.
Observem bem: esse sacripanta (velhaco, patife, indigno, falso beato) é denunciado 11 vezes por corrupção passiva e, pasmem, 99 vezes por lavagem de dinheiro. É a folha corrida de um dos principais escudeiros do ex-presidente Lula.
Mas quem é esse sacripanta? Felizmente, fui expulso do Partido dos Trabalhadores graças aos “bons serviços” desse deputado, quando ainda não era ninguém, se é que um dia passou a ser alguém.
Recordando
Em 1997, dei uma entrevista a dois veículos de comunicação, o Jornal da Tarde, que era do grupo Estadão, e ao Correio Popular, de Campinas. O conteúdo praticamente o mesmo: como operava a CPEM – Consultoria Para Empresas e Municípios e sua estreita ligação com os irmãos Dirceu e o advogado Roberto Teixeira, compadre de Luís Inácio Lula da Silva.
A repercussão foi muito além do que se imaginava. Imediatamente, o Partido dos Trabalhadores (PT) que ajudei a fundar criou uma Comissão para investigar as denúncias. Formavam a tal Comissão o jurista Hélio Bicudo, o economista Paul Singer e o advogado José Eduardo Cardoso, atual ministro da Justiça.
O relatório final dessa Comissão me favorecia e exigia medidas contra o compadre de Lula, Roberto de Teixeira, o mesmo que contratou serviços para o sítio de Atibaia, que cedeu um apartamento nos Jardins, em São Paulo, para abrigar o filho de ex-presidente que ganhou cerca de R$ 2,5 milhões de uma empresa cujo proprietário encontra-se preso pela Lava Jato. Teixeira, durante cerca de 10 anos cedeu graciosamente uma casa luxuosa em São Bernardo do Campo para o então candidato a presidente da república em 1989.
Inconformado com o parecer desses três próceres petistas e que foi endossado pela Comissão de Ética do Diretório Nacional do PT, Lula exigiu: ou mudava tudo ou ele sairia do partido.
Imediatamente, um exército de bate-paus entrou em ação. Vander Loubet, um obscuro militante membro da Comissão de Ética nacional, foi selecionado para assinar o relatório paralelo feito por essa turma.
Os dois relatórios foram encaminhados ao Diretório Nacional que aprovou por larga margem de votos o relatório paralelo elaborado pelos bate-paus. Eu fui expulso em meados de fevereiro de 1998, medalha que carrego no peito com muito orgulho, e quase vinte anos depois assisto de camarote o desenlace de uma novela que a Justiça deverá dar em breve sua palavra final.
Com a palavra o procurador-geral Rodrigo Janot
“O parlamentar [Vander Loubet], em conjunto com seus auxiliares, acabou aderindo à organização criminosa preordenada à prática de crimes de peculato, de corrupção ativa e passiva e de lavagem de dinheiro no âmbito da BR Distribuidora”, assinala Janot na denúncia protocolada no STF em 17 de dezembro de 2015.
O procurador-geral da República pediu ainda a decretação da perda em favor da União dos bens e valores objeto de lavagem de dinheiro no caso, judicialmente apreendidos ou sequestrados, no valor originário total de R$ R$ 1,028 milhão, a ser acrescido de juros e correção monetária.
Janot quer condenação do petista e de outros denunciados – inclusive familiares de Loubet e o empresário Pedro Paulo Leoni Ramos – “à reparação dos danos materiais e morais causados por suas condutas”, fixando-se um valor mínimo de cinco vezes o montante cobrado a título de propina no caso, no total de R$ 5,14 milhões “a que os prejuízos decorrentes da corrupção são difusos”.
Para quem não se lembra, Leoni Ramos é apontado pelo doleiro Alberto Youssef como receptor de R$ 3 milhões que seriam entregues a Collor, atualmente senador pelo PTB-AL. Segundo a Polícia Federal,Leoni Ranos, ministro de Assuntos Estratégicos no governo Collor, representava o hoje senador na BR Distribuidora, braço de distribuição de combustíveis da Petrobras. PP, como Leoni é conhecido, foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República juntamente com Collor por envolvimento nos desvios. O esquema tinha faturado 26 milhões de reais, segundo delação do executivo da UTC Ricardo Pessoa, por conta de contratos fraudados entre 2010 e 2014. As denúncias contra Leoni Ramos vêm de longa data, segundo a revista Carta Capital.
Voltando ao procurador-geral da República, ele aponta “lesões à ordem econômica, à administração da justiça, à administração pública e ao processo eleitoral, inclusive à respeitabilidade do Congresso Nacional perante a sociedade brasileira”. E mais adiante afirma que as investigações do Inquérito 3990/DF “evidenciaram que, para que o grupo criminoso em questão atuasse, era necessário o repasse de valores ilícitos para o deputado federal Vander Loubet, em função da ascendência que o Partido dos Trabalhadores exercia sobre parte da Petrobras Distribuidora S/A”.
Na denúncia, o procurador afirma que “Pedro Paulo Leoni Ramos tinha que repassar parte das vantagens indevidas também ao deputado federal petista Vander Loubet. Em compensação, Leoni Ramos tinha plena liberdade para implementar o esquema criminoso na Petrobras Distribuidora S/A, chegando a atuar inclusive nas diretorias politicamente indicadas pelo PT”. [E] “para o recebimento dissimulado e disfarçado dos valores ilícitos, o deputado federal Vander Loubet utilizou seus familiares, especialmente sua esposa, Roseli da Cruz Loubet, e seu cunhado Ademar Chagas da Cruz, além da sócia desse último Fabiane Karina Miranda Avanci”.
Eis um bom exemplo do tipo de gente que cerca o capo Lula.
Mas tudo indica que nossas instituições estão fortes o suficiente para levar essa corja aos tribunais para que sintam o peso da Justiça.
Curiosidade
Versão digital do livro “O Chefe” do jornalista Ivo Patarra disponível para download gratuito AQUI.