As estrelas do Cruzeiro do Sul
A Constelação do Cruzeiro do Sul é a mais famosa no Hemisfério Sul. O Cruzeiro do Sul situa-se ao lado de inúmeras manchas mais escuras, entre elas a nebulosa Saco de Carvão. O fundo negro dessa parte do céu contribui para realçá-la. Alfa, Beta, Gama e Delta do Cruzeiro, as quatro principais estrelas dessa constelação, são de primeira magnitude.
A elas se junta, Épsilon do Cruzeiro, de terceira magnitude, mais conhecida como Intrusa ou Intrometida. A olho nu só é possível observar cinco estrelas, quatro delas dispostas em forma de cruz, onde Alfa e Gama formam a haste – Alfa fica ao pé da cruz – e Beta e Delta definem os braços. Épsilon está sob o braço menor da cruz.
A controvérsia do Cruzeiro invertido
O Cruzeiro do Sul aparece, corretamente, nas bandeiras da Austrália e da Nova Zelândia e nas nossas armas da República, com Épsilon do lado esquerdo. Já na bandeira brasileira, que também estampa a constelação, a Intrometida está do lado direito e tal localização acontece ser considerada como vista por um observador situado fora da esfera celeste.
A representação dos estados na nossa bandeira
A posição e dimensões exatas de cada componente da bandeira são definidas em lei, bem como a associação das 27 estrelas com os estados e o Distrito Federal.
A estrela numero 1 (Espiga), situada acima da faixa branca, representa o estado do Pará, que, à época da proclamação da República, era o estado cuja capital, Belém, era a mais setentrional do país. A estrela Espiga, na constelação da Virgem, o único astro desenhado acima do lema positivista, situa-se, na verdade, ao sul da eclíptica.
As estrelas do Cruzeiro do Sul representam os cinco principais estados de então: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Espírito Santo.
O Distrito Federal sempre foi representado pela estrela sigma da constelação do Oitante, também chamada de Polaris Australis ou Estrela Polar do Sul, por situar-se junto ao polo sul celeste (em contrapartida à estrela Polaris, situada nas vizinhanças do polo norte celeste).
por Antônio Marmo de Oliveira, antonio_m@uol.com.br