No domingo, 29, a dona de casa Adriana Aparecida Costa, moradora da avenida há dezoito anos, fez uma publicação dramática pelas redes sociais, ilustrada com fotos abaixo.
“Toda vez que chove é isso. Enche a avenida de casa aqui no Residencial Sítio Santo Antônio e ninguém faz nada. Faz mais de 18 anos que moro aqui, já abriram a rua, colocaram canos. Só piorou. Depois que abriram o túnel da Chácara Silvestre toda vez que tem chuva forte é esse caos …”
Nathaly de Oliveira Costa, moradora da mesma avenida, relata que já perdeu a conta dos prejuízos que teve com móveis, roupas, eletrodomésticos e utensílios que perdeu devido a inundações.
Essa situação é resultado da falta de planejamento das ações da Prefeitura. Os técnicos não conseguem planejar a cidade. Em 2015, é a terceira vez que os moradores sofrem com inundações e se sentem abandonados pela administração pública.
Histórico
Sítio Santo Antônio era uma propriedade da Caixa Econômica Federal, CEF, cortado por um pequeno córrego onde as crianças brincavam pegando pequenos peixes. Até meados da década de 1980, só havia um casal de sitiantes, Léo e Olívia, que vivia da venda de leite, hortaliças, verduras e caqui.
No final daquela década, a CEF implantou ali um conjunto residencial. dando origem ao bairro Sítio Santo Antônio, com mais de 1.200 casas. Porém, o empreendimento foi paralisado e nenhuma infraestrutura chegou a ser implantada.
Já na década de 1990, a criação do CAvEx atraiu muitos militares. Havia falta de moradias e através do Clube dos Sargentos iniciou-se uma negociação entre o Exército e a administração da CEF, em Brasília para que os militares pudessem adquirir as casas que estavam abandonadas e/ou semiconstruídas. A CEF alegava que o empreendimento se tornara inviável devido ao volume de investimentos necessários em infraestrutura.
Os militares se prontificaram a intervir junto à Prefeitura para obter a liberação da venda das casas, no estágio em que se encontravam, sem a necessária infraestrutura.
Antigos moradores da região contam que o prefeito da época, Bernardo Ortiz, teria autorizado a liberação do empreendimento e a própria Prefeitura executou a pavimentação, iluminação pública e a canalização de um córrego.
Essas intervenções resultaram em inúmeros problemas para o Residencial Santo Antônio e a Gurilândia. A secretaria de Obras algum tempo depois fez outras intervenções e desviou o curso do córrego para uma vala de drenagem que ela própria construiu nas proximidades das residências na avenida Cinderela.
Os moradores sabem que se providências não forem tomadas logo, os problemas tendem a se agravar mais ainda. A área impermeabilizada no entorno, por exemplo, está aumentando, inúmeros empreendimentos estão surgindo, a própria Prefeitura está construindo o Parque Tecnológico no Distrito Industrial do Una.
OUTRO LADO
Secretário de Obras, o engenheiro João Bebiano, na terça-feira, 01, participou da inauguração de uma obra e foi entrevistado pela nossa reportagem.
Jornal CONTATO: O secretário tem alguma solução para esse caso?
Eng. BEBIANO: O projeto para a construção de uma bacia de contenção na Chácara Silvestre, que irá solucionar esse problema já está pronto. Faltam apenas recursos para fazer. Não conseguimos fazer isso nesse ano e não sei se para o ano que vem haverá possibilidade de reservar dinheiro do orçamento para essa obra.
JC: A população reclama que há mais de 18 anos sofre com esse problema. A atual administração está há três anos no governo. Não existe resposta da Prefeitura para essa população?
EB: Estamos utilizando os recursos do orçamento que a Câmara aprovou. Se houver recursos aprovados em 2016 para essas obras, no ano que vem ela será realizada.
JC: Mas Secretário, não há nenhuma providência que possa ser tomada?
EB: Não é só nesse local. Eu prefiro dizer a verdade. Não temos recursos para prometer que vamos fazer e daqui a seis meses ser cobrado por não ter feito nada. Nós fizemos o projeto para solucionar os problemas de inundação e apresentamos.
JCONTATO: Em que consiste exatamente esse projeto e qual seu custo?
EB: Consiste na construção de uma bacia de amortecimento, de contenção das águas à montante da via Dutra, ao lado da Chácara Silvestre. A execução desse projeto deve custar em torno de R$ 4 milhões.