A competente assessoria de comunicação da Câmara Municipal transcreveu o debate com os candidatos a prefeito de Taubaté ocorrido no dia 20 de setembro, em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Rádio Difusora. Considerado o melhor entre os debates já realizados neste ano, a discussão contou com questionamentos audaciosos e perguntas inteligentes. Quem não conseguiu assistir, pode ler o que foi dito no debate agora:

Miguel Kater, jornalista e mediador – Nós, da TV Câmara, estamos levando informação para que você, eleitor, possa decidir o futuro de Taubaté. Os candidatos que estão hoje na bancada da TV Câmara Taubaté são: Mário Ortiz (PSD), da coligação Muda Taubaté; Jenis de Andrade (PSOL); Isaac do Carmo (PT), da coligação Crescendo Com o Brasil; Ortiz Júnior (PSDB), da coligação Taubaté Com Tudo de Novo; deputado Padre Afonso (PV), da coligação Reconstrução e Trabalho. Além dos candidatos, o debate conta também com uma junta de advogados da OAB, dando a legitimidade que se faz necessária.

PRIMEIRO BLOCO

Miguel Kater – O primeiro candidato a responder a pergunta do apresentador será Bernardo Ortiz Júnior, e o tema será patrimônio cultural. Boa parte dos imóveis que fazem parte do patrimônio histórico e cultural de Taubaté está se deteriorando por falta de manutenção. Um exemplo disso é a Vila Santo Aleixo. O senhor tem intenção de atuar na preservação desses bens? O que contempla o seu programa de governo com relação a isso?

Ortiz Júnior – Em primeiro lugar, quero cumprimentar a TV Câmara pela iniciativa, a OAB e a rádio Difusora. É fundamental a preservação do patrimônio histórico, cultural e paisagístico de Taubaté. Taubaté é uma cidade originária, fundada em 1639, elevada a categoria de vila em 1645. Daqui saíram bandeirantes para fundar várias outras cidades do Vale do Paraíba, Campinas, Mariana e Ouro Preto. Isso é fundamental, nós temos uma parte das casas construídas pela força de trabalho dos primeiros imigrantes italianos que vieram para cá no final do século passado e montaram olarias. Eles faziam esses tijolos com o barro do rio Paraíba e contribuíram muito para a construção de prédios fundamentais, em diversos períodos históricos da cidade: a CTI no ciclo industrial, depois no ciclo subsequente a Vila Santo Aleixo. Esse casario todo de Taubaté precisa de uma legislação de proteção, uma legislação específica, para que tenhamos de fato medidas que permitam a recuperação desse patrimônio, em primeiro lugar isso é fundamental, parceria com a iniciativa privada e parceria capitaneada pela Prefeitura, para que esse patrimônio cultural seja preservado. E não só ali a gente tem. Por exemplo: a estação férrea, a sede da estação, temos o Casarão da Viscondessa e outros patrimônios em Quiririm, como o Museu da Migração Italiana e o Museu da Rizicultura. Enfim, temos que recuperar e dar a vida a eles. É fundamental que existam acervos nesse casario e que os estudantes possam visitar o lugar, que é um local importante de Taubaté.

Miguel Kater – O segundo candidato a responder foi Isaac do Carmo, com o tema resíduos sólidos. Taubaté tem um grave problema na gestão de resíduos sólidos. Hoje não temos um aterro sanitário funcionando, a coleta seletiva é praticamente inexistente. Como prefeito, quais são as suas prioridades nessa área e como pretende sanar o problema do despejo de diversos resíduos, como construção, entulho e reformas, entre outros?

Isaac do Carmo – Quero parabenizar a iniciativa da TV Câmara e agradecer o apoio nas ruas, o que vem demonstrando o crescimento da campanha pelas pesquisas do Ibope. Quero afirmar que a questão do meio ambiente é uma prioridade do meu governo. Temos um problema grave de resíduos sólidos em Taubaté em função do impedimento do Aterro Sanitário, que foi criado de forma imprópria, o que resultou, depois de anos, nessa interdição. Hoje, a despesa é vultosa, e temos que depositar os resíduos sólidos em Tremembé. Essa questão deve ser discutida, para que tenha um novo Aterro Sanitário. Com a configuração da RM Vale, precisamos discutir com os prefeitos das outras cidades, para que sejam utilizados de forma comum, pois não só Taubaté tem esse problema. No que diz respeito à fiscalização dos entulhos de obras vamos reforçar, assim como a coleta seletiva, criando cooperativas de reciclagem, às pessoas que hoje catam a reciclagem nas ruas.

Miguel Kater – O terceiro a responder as perguntas foi Mário Ortiz, com o tema assistência social. A assistência social é prevista em lei, mas, qual é o limite entre a obrigação do poder público em garantir e o assistencialismo político-eleitoreiro?

Mário Ortiz – A questão da assistência social associada ao clientelismo não pode existir mais, é algo que já passou e temos que evitar. Assistimos em Taubaté à utilização desse instrumento e vimos isso acontecer na eleição anterior. A assistência social precisa ser técnica, vamos regulamentar a assistência, adequando a nível nacional. A cidade é uma das poucas que não está adequada na legislação de assistência social, com isso, perdemos verba e fazemos um trabalho amador. Considero que Taubaté tem um trabalho amador de assistência social e ficou mais atrasada nesses últimos quatro anos. Nossa ideia é descentralizar a Secretaria de Ação Social, criando uma secretaria para juventude e outra para pessoas com necessidades especiais, de modo que possamos fazer um trabalho amplo, com que todos os setores da Prefeitura se interajam.

Miguel Kater – O quarto a responder as perguntas do apresentador e jornalista Miguel Kater foi Padre Afonso Lobato, com o tema mobilidade urbana. Como desenvolver uma mobilidade urbana mais humana e sustentável em Taubaté, com as características que a cidade possui? Como essa questão está sendo estudada para ser implantada no seu plano de governo?

Padre Afonso Lobato – A primeira coisa de fato é repensar o espaço urbano. Ele é injusto, privilegia os automóveis em detrimento às pessoas. Tem que pensar as cidades para todos, idosos, portadores de deficiência. A primeira coisa a se fazer é melhorar as calçadas, o transporte público e fazer com que esses se tornem de qualidade e acessível a todos. Nosso plano de governo é viabilizar os corredores de ônibus e mais dois terminais de ônibus na cidade, um na parte alta e outro na parte baixa, para viabilizar a integração da ABC com o TCTAU. Depois disso, vamos criar ciclovias. Hoje, se buscam alternativas para esse transporte de pessoas, o que é mais saudável. Isso tudo é extremamente importante, além de melhorias nas vias mais rápidas, tornar mão única algumas avenidas, para permitir tráfego mais rápido de veículos, a eliminação de alguns estacionamentos e repensar o trânsito no centro.

Miguel Kater – O quinto e último a responder as perguntas foi Jenis de Andrade, com o tema planejamento urbano. Em cidades desenvolvidas e bem organizadas, os administradores costumam traçar planejamentos em longo prazo, que ultrapassam a própria gestão, garantindo a continuidade. Em seu plano de governo, o senhor tem metas definidas para desenvolver Taubaté a longo prazo?

Jenis de Andrade – Sim, no nosso plano de governo temos metas definidas a curto prazo e longo prazo. Qualquer situação da Prefeitura ou secretarias, no nosso [plano de governo] você poderá confiar. Isso é importante, diferente dos outros candidatos, que recebem financiamentos de campanhas milionários, que fazem coligações para ter mais tempo de televisão. Nosso planejamento urbano não será favorecendo os empresários e empreiteiros, que muitas vezes são feitos por causa de financiamento de campanhas. Faremos de forma a pensar nas pessoas carentes e mais necessitadas, centro e periferia. Transporte público com valor menor, tudo de forma séria; diferente dos outros candidatos que estão “amarrados” com os empreiteiros. O PSOL tem credibilidade e é o único que vai fazer isso.

 

SEGUNDO BLOCO – Candidato faz pergunta ao outro candidato. Por sorteio, a rodada de perguntas foi iniciada por Jenis de Andrade.

Jenis pergunta para Ortiz Júnior – Estou com um panfleto da sua campanha, que foi produzido pela gráfica do Grupo Positivo, a mesma que produz material didático para a Prefeitura de Taubaté e para a FDE, fundação a qual seu pai preside. No mínimo, isso é muito estranho, não acha?

Ortiz Junior – Agradeço sua pergunta. Esse material foi confeccionado dentro da lei, e todas as regras previstas na legislação eleitoral para a produção desse material foram observadas legalmente. É um material que, como o senhor mencionou, “o governo tem que ser solução”. É nisso que eu acredito, principalmente para a educação, uma política pública transversal, que atravessa as outras políticas públicas da cidade, como educação com saúde, boa merenda escolar, esporte dentro das escolas. Outras formas de educação de qualidade, a escola em tempo integral com qualidade. Educação de qualidade é a solução para um governo eficiente.

Jenis de Andrade (réplica) – Vocês vejam que o candidato Bernardo Ortiz Júnior apareceu em uma publicação na revista Istoé, em nível nacional, dizendo que ele foi pedir dinheiro para o empresário que faz negócios com a FDE, a qual o pai dele preside, para que invista dinheiro na campanha dele. Podemos observar que ele diz que é fazer baixaria questionarmos sobre esse assunto. O estranho é que essa empresa Positivo é de Curitiba (PR), é estranho que ele não use empresas de Taubaté para confeccionar o material dele, que, por sinal, é gigantesco e distribuído na cidade. Sendo uma empresa que fornece apostilas para a Prefeitura de Taubaté, essa compra, muitas vezes, é superfaturada, e para a FDE.

Ortiz Júnior (tréplica) – Eu não faço campanha com agressão, com baixaria, e sim com proposta. Sobre a questão da denúncia na Istoé, isso eu já respondi, inclusive no meu programa eleitoral. A pessoa que trabalha nessa empresa, que disse que eu fui beneficiado, não ganhou nenhuma licitação feita pela FDE, enquanto meu pai a presidiu. Esse material gráfico foi produzido dentro da lei, e tem mais, segurança pública está também ligado à educação, levar a escola de tempo integral aos nossos jovens, para que eles saiam da rua e da rota do traficante e passem a serem cuidados pelo poder público é nossa meta também.

Ortiz Júnior pergunta para Mário Ortiz – Você tem falado em uma cidade participativa, e eu concordo. Um bom prefeito tem que ouvir o povo sempre, até porque ninguém conhece melhor os problemas do bairro do que as pessoas que ali moram. Por isso eu proponho criar o orçamento cidadão, para que cada bairro possa decidir quais obras deverão ser feitas. Nessa área de orçamento participativo, qual é a sua proposta?

Mário Ortiz – Agradeço a sua pergunta, e ela vem a calhar. Essa questão de participação no orçamento é uma prática que eu fiz no meu governo. Quando estava na Prefeitura, tínhamos associações de bairro, dividas em regiões. Implantamos um orçamento participativo na gestão, reunimos por regiões, e elas apresentavam seu pleito dentro da verba que apresentávamos de orçamento. Com isso, fizemos coisas que eram de interesse da população. Isso foi importante, porque mostrou que a decisão não era só do prefeito. Deixou de ser um favor e passou a ser um direito que era discutido e que priorizavam. Isso vigorou na minha gestão, foi um sucesso, e eu pretendo retomar na minha gestão.

Ortiz Júnior (réplica) – Eu concordo, essa é uma medida importante. O orçamento cidadão que propomos é reservar 30%, pelo menos do orçamento da Secretaria de Obras, para que nas reuniões a população decidida quais obras prioritárias sejam realizadas. Aquelas que seriam aprovadas dentro dos 30% seriam construídas de imediato. O orçamento cidadão representa um avanço do orçamento participativo, que o poder público consulta a população sobre as obras do município. Ao contrário do orçamento cidadão, em que a população participa diretamente das prioridades e execução das políticas públicas. Concordo que a população tem que ser ouvida e dar força às associações de bairro.

Mário Ortiz (tréplica) – Fico feliz, pois mais uma vez você gosta das propostas que eu já executava. Nós viemos fazendo uma propaganda eleitoral, muito semelhante e muitas das coisas que você vem propondo hoje eram praticadas 15 anos atrás. É uma homenagem que eu sinto no meu governo quando você fala de programas que são legais, pois são coisas que eu fiz quando era prefeito. Fico feliz, pois mostra que há uma mudança. Vi no seu último programa que o Paulo Pereira foi apresentado em sua propaganda como uma das pessoas que te ajudado. Espero que ele tenha mudado, porque ele destruiu o programa da família que tinha em Taubaté. Eu acredito que essas coisas que você tem proposto mostra que temos a mesma filosofia. Agradeço a você, por fazer essas posições, e digo que posso fazer melhor do que você, porque já fiz.

Mário Ortiz pergunta para Isaac do Carmo – Seu partido está junto com o PMDB, cujo principal articulador é o ex-deputado Ary Kara. Vocês não apoiaram a cassação do Peixoto. Como vocês querem uma nova Taubaté em uma situação dessas?

Isaac do Carmo – Primeiramente quero reafirmar aqui que a coligação “Taubaté crescendo para o Brasil”, com o apoio do PMDB, que é o partido de sustentação da presidente Dilma, como temos reafirmado em nosso plano de governo e conversando nas ruas, o PMDB é um partido hoje, no Estado de São Paulo, que, após a morte de Orestes Quércia, mudou sua configuração, é um novo PMDB. Temos em São José dos Campos o vice de Carlinhos de Almeida (PT), que é do PMDB. Em Jacareí, o vice do prefeito Hamilton também é do mesmo partido. Aqui em Taubaté eu tenho muito orgulho de ter o meu vice, Rubens Fernandes, que esteve à frente do Grupo de Expansão Industrial, no governo de Salvador Khuriyeh. Trouxe mais de 25 empresas para a cidade naquele período, prestou depois serviços em Pinda, levando para a cidade mais de R$ 1 bilhão de investimentos, o mesmo foi em sua trajetória na cidade de Guaratinguetá. A população sabe que impusemos uma derrota para o atual prefeito, inclusive, traiu a confiança do presidente Lula e ainda saiu do partido (PMDB), com mais um grupo de pelo menos dez diretores. Temos clareza que o projeto que construímos vai ao encontro dos desejos e necessidades da nossa população, por melhorias na saúde, educação, mobilidade urbana, orçamento participativo, pois nunca houve de fato discussões nos bairros. Pretendemos, assim, dividir a cidade em 20 regiões e estar como prefeito e meu secretariado, discutindo as melhorias nos bairros e comunidades de Taubaté, pois o eleitor é o principal agente público da administração e, no meu governo, assim será feito.

Mário Ortiz (réplica) – É interessante a colocação do candidato Isaac, pois sou vereador nesta Casa (Câmara de Taubaté) e, quando do episódio da cassação do prefeito Roberto Peixoto, eu fui abordo por integrantes da cúpula do PT, para votar a favor da permanência do prefeito, mesmo sendo a Vera Saba uma vice-prefeita vinda do PT. Agora, as mesmas forças que apoiaram Peixoto, apoiam o Isaac. Não vejo novidade nenhuma nessa aliança que foi construída por vocês. Você, telespectador, preste atenção nisso. O ex-presidente Lula não vai vir governar Taubaté; na hora em que der um problema aqui, quem tem que resolver é o prefeito. Não tem presidente, não tem figurão para vir aqui e resolver o nosso problema. É aí que você tem que observar quem realmente está preparado e ver se o presidente Lula acerta sempre. Na última ele não acertou, foi lá e pediu voto para o Roberto Peixoto.

Isaac do Carmo (tréplica) – Quero dizer e afirmar que você está muito equivocado. A direção do PT sempre deu sustentação para a vice-prefeita Vera Saba. Inclusive gostaria que o senhor nos desse até o nome da pessoa que te falou para votar na manutenção do atual prefeito. Tenho muito orgulho de ter o apoio do presidente Lula e vou governar Taubaté junto com meu vice Rubens Fernandes e o meu povo. O que tenho reafirmado é que Taubaté, para avançar, precisa ter uma parceria efetiva do Governo Federal, e queria também dizer que o candidato Mário Ortiz, também faz parte de um hall ainda na lei da ficha suja, que tem uma candidatura que ainda não está homologada pelo Tribunal. Se você votar nele, pode perder seu voto. Eu sou ficha limpa, isso eu garanto, e tenho reafirmado isso para a minha população e para o meu eleitor, que tem recebido a nossa proposta com muito carinho, dado a pesquisa do Ibope, que nos coloca com 21% das intenções de voto, o que é um grande crescimento.

Isaac do Carmo pergunta para Afonso Lobato – Aqui em Taubaté, temos vividos nos últimos anos, infelizmente, uma situação de muitas denúncias e notícias negativas, o que levou a população a um problema de autoestima no que diz respeito a nossa cidade. Recentemente estamos vivendo um episódio lamentável, que é a questão da FDE. O senhor, como deputado estadual, gostaria que colocasse para o eleitor: desde quando estão feitas essas denúncias, a CPI, e se isso é uma medida eleitoreira, como tem dito o candidato Júnior, nas eleições de Taubaté?

Padre Afonso Lobato – Na verdade, tenho acompanhado esse processo na Assembleia Legislativa, onde foi apresentada uma denúncia ao Ministério Público da FDE, principalmente no que diz respeito à licitação. São denúncias que estão sendo apuradas. O jornal O Vale apresentou, dias atrás, indícios de envolvimento do candidato do PSDB, no direcionamento de licitação. Esperamos que a justiça não seja lenta, e possa apurar com rapidez esse caso, pois é extremamente importante que Taubaté tenha um segundo turno, para que, assim, a população possa ouvir mais as propostas dos candidatos, fazer os contrapontos. Certamente, isso dará tempo para que essas denúncias sejam devidamente apuradas, pois são graves. Não estamos simplesmente acusando alguém, na verdade estamos alertando a população com base naquilo que nós, políticos, vimos – documentos, algumas provas, e isso é extremamente importante para a democracia e para o processo eleitoral.

Isaac do Carmo (réplica) – Fica claro para o nosso munícipe prestar muita atenção nessas eleições que as denúncias da FDE não surgiram agora. O próprio deputado estadual Padre Afonso coloca que há muito tempo vem sendo investigada pela Assembleia Legislativa. O que não podemos aceitar é que uma investigação como essa, feita há anos, e agora recentemente o candidato do PSDB foi investigado pelo Ministério Público, supostamente por uma denúncia de propina de algo em torno de R$ 900 mil. Quero reafirmar aqui que não é uma medida eleitoreira. Por isso, deve ser devidamente apurado pelo Ministério e pela Procuradoria.

Padre Afonso Lobato (tréplica) – Por isso, é importante nesse processo eleitoral, que o eleitor pense muito bem e não se deixe levar por uma propaganda bonita. Tenho dito ao povo que época de eleição é uma beleza, tudo tem solução, é muito bonito e organizado. Não temos nem orçamento para isso. Temos que repensar e ver de que forma vamos desenvolver esses projetos. Sem o orçamento extremamente desafiante, nós temos hoje 57% da folha com funcionalismo público, 25% para a educação, 15% para saúde. Nós temos uma porcentagem de 10% para investimentos, isso é muito importante para que a comunidade possa olhar e perceber. Por isso, é importante que a população perceba que é preciso ter ‘as mãos limpas’, ter história. Em dez anos de mandato, eu nunca me envolvi em questões como essas, que estão sendo divulgadas neste momento.

Padre Afonso Lobato pergunta para Jenis de Andrade – O senhor disse que vai baixar a tarifa do ônibus para R$ 1, e isso certamente é muito bom para a população. Mas que “mágica” o senhor vai fazer para fazer isso valer?

Jenis de Andrade – Agradeço a pergunta e até é possível esclarecer à população que, muitas vezes, entende até melhor que os candidatos, que os políticos da cidade que sempre estiveram envolvidos com a Câmara Municipal; os políticos que foram prefeitos dessa cidade, que sempre tiveram envolvimento com a empresa ABC Transporte. Então, é possível, sim. Uma van carrega de 12 a 15 passageiros e tem lucro cobrando R$ 2,80. Um ônibus, que carrega de 70 a 80 passageiros, tem o mesmo motor que a van, tem um motorista, do jeito que a van tem, tem um cobrador, do jeito que a van tem, então, os gastos de manutenção são praticamente os mesmos. Inclusive, uma empresa de ônibus tem uma estrutura montada: tem mecânico, funileiro, usa a própria estrutura da empresa, enquanto uma van precisa ir a um mecânico particular, que muitas vezes saí até mais caro. Quando aumentou a passagem de R$ 2 para R$ 2,40, o Ministério Público descobriu irregularidades; quando aumentou de R$ 2,40 para R$ 2,80, o Ministério Público descobriu irregularidades também da empresa ABC Transportes. Uma permissionária, que vocês, cidadãos, sabe que está na cidade há muito tempo e está na boca do povo. Ela está amarrada com os principais políticos dessa cidade, os políticos que passaram por essa Prefeitura, pela Câmara, que é um verdadeiro balcão de negócios, que passaram por aqui, financiaram muitas campanhas e financiam ainda muitas campanhas através uma subsidiária, uma empresa terceira. Então, é possível sim. A gente vai subsidiar e bancar a diferença. A Prefeitura vai subsidiar.

Padre Afonso Lobato (réplica) – É aquilo que eu disse para você eleitor: acreditar em propostas sem fundamento fica difícil. Você merece a passagem por R$ 1, até merece menos que R$ 1. Por isso, é importante estabelecer o bilhete único, que não é [proposta] tão eleitoreira quanto a passagem por R$ 1, mas é possível quando você faz a integração do transporte dos ônibus com as vans. Hoje, temos duas modalidades competindo, e quem paga a conta é você. O idoso não consegue ser atendido, o portador de deficiência não consegue embarcar, por quê? Porque visa apenas o lucro e a competição. O que pretendemos é fazer a integração, para que tenha qualidade no transporte, e você, cidadão, possa ganhar com transporte de qualidade e também possa ganhar aqueles que estão trabalhando.

Jenis Andrade (tréplica) – Continuo afirmando: é possível abaixar essa passagem para R$ 1. Nós vamos fazer uma licitação e colocar uma empresa séria, que vai cobrar um preço justo, que vai trabalhar em uma cidade que tem um dos menores trajetos do país, que tem um dos maiores preços do transporte público. Para ir daqui para Pindamonhangaba ou Tremembé, você paga mais barato do que andar na própria cidade. Então, é possível sim. Acreditamos que possa ser um preço justo após apresentar uma planilha séria. Eles apresentam uma planilha difícil de entender, justamente para confundir. Uma planilha que muitas vezes está trazendo coisas erradas, acordos escusos.

TERCEIRO BLOCO – Jornalistas fazem perguntas aos candidatos

Miguel Kater – Nós temos aqui, em um lugar reservado da Casa de Leis, a reunião de uma junta de advogados da OAB para julgar se é procedente ou não o pedido de recursos por parte de alguma coligação. Nesse momento, foi deferido o pedido de respostas por parte da coligação “Muda Taubaté”, do candidato Mário Ortiz, a respeito de uma acusação feita pelo candidato Isaac do Carmo, uma acusação de constar na lei ficha suja. Portanto, a partir de agora, o candidato Mário Ortiz tem um minuto de direito de resposta.

Mário Ortiz (direito de resposta) – Eu quero deixar claro ao eleitor taubateano que eu não tenho ficha suja, coisa nenhuma. Estou autorizado pelo Superior Tribunal a participar da eleição, sou tão candidato como todos os outros que estão aqui. Quero deixar claro também que, com essa evasiva que foi dada, não foi respondido sobre o fato de o candidato Isaac estar escondendo o coordenador de campanha dele, que é o Ary Kara, e que isso fique claro, quando se fala de São José dos Campos, Brasília, nós estamos falando de Taubaté. É aqui que as coisas acontecem, é aqui que a cidade tem que ser governada. Dentro de casa que nós fazemos o dever. Aí é que entra a dúvida. Deixo para você pensar, caro eleitor taubateano.

Miguel Kater – No terceiro bloco,  jornalistas fazem perguntas aos candidatos. Os jornalistas são: Renata Dias, da TV Câmara Taubaté, e Pedro Luiz Belisque, da Rede Difusora. A jornalista Renata Dias faz a primeira pergunta, e o tema sorteado é trânsito, para o candidato padre Afonso Lobato.

Renata Dias – As ruas estreitas do centro histórico não comportam a quantidade de carros que temos hoje em Taubaté. Tendo em vista que não é possível alargar as ruas do centro, o que o senhor pretende fazer para solucionar esse problema? Restringir o acesso de carro ao centro é uma possibilidade?

Padre Afonso Lobato – É uma possibilidade. Conhecemos cidades que fizeram essa opção, mas eu torno a dizer que, quando você melhorar o transporte público e estabelecer algumas avenidas perimetrais para dar ao trânsito um tráfego mais rápido, vamos tirando aquele veículo que não precisa passar pelo centro. A partir do momento que você melhorar o transporte coletivo, estabelecer os corredores de ônibus, estacionamento de veículos. Nós temos, por exemplo, avenida que poderiam ter um trânsito mais rápido, se permitisse um estacionamento nas laterais dessas avenidas. São algumas medidas muito práticas e sem nenhum impacto financeiro para viabilizar esse trânsito mais rápido. Depois, investir de fato na melhoria do transporte público, acho que esse é o maior objetivo nosso. Viabilizar alguma desapropriação é possível? É possível, se tiver algum orçamento para isso. Restringir o acesso de veículos ao centro? Depende de um estudo prévio para viabilidade disso, ou não. Acredito que, se não houver esse estudo, não podemos ficar neste achismo. Temos a possibilidade de implementar o transporte coletivo e viabilizar também, quem sabe, o estudo mais eficiente para não permitir o acesso desses veículos que não precisam acessar o centro. Mais do que isso é, de fato, viabilizar algumas vias com tráfego mais rápido para dar maior mobilidade ao centro da cidade.

Miguel Kater – Pedro Luiz Belisqui, o tema é habitação, e o candidato a quem o senhor deve fazer a pergunta é Isaac do Carmo.

Pedro Luiz – O prefeito Roberto Peixoto quer distribuir casas e lotes no bairro Quinta das Frutas. Como o senhor pretende ajudar as famílias na construção dessas residências? Em números, quantas casas o senhor vai construir em seus primeiros anos de governo, caso seja eleito?

Isaac do Carmo – A questão da moradia e habitação tem sido uma marca importante do projeto do Governo Federal, que se chama Minha Casa, Minha Vida, para pessoas de baixa renda, principalmente de zero a três salários mínimos. Infelizmente, Taubaté não assinou esse convênio com o Governo Federal, e no meu governo nós vamos fazer, logo na primeira semana, uma requisição ao Governo Federal para estarmos inseridos nesse programa. A presidente Dilma, recentemente, comemorou um milhão de casas entregues no país, e Taubaté, nenhuma. Isso, além da ineficiência da gestão atual, e também, do próprio Governo do Estado de São Paulo, PSDB, não ter feito um convênio diretamente com o Governo Federal. Quero afirmar que vamos regularizar, também, as moradias que existem hoje em áreas que, mesmo o proprietário pagando o IPTU, ainda é considerado como irregular, como, por exemplo, a Chácara Silvestre. E os nossos munícipes que residem em áreas de casas populares construídas pela Prefeitura, como Água Quente, Esplanada Santa Terezinha, Jardim Santa Tereza, também vamos trabalhar para regularizar essas casas e dar o direito a ter escritura da sua casa. Entendemos que é dessa forma que vamos fazer um plano habitacional para Taubaté e, ao final do meu governo, queremos ter, pelo menos, quatro mil casas construídas pelo Minha Casa, Minha Vida, tendo em vista que hoje, a gente sabe, são milhares de pessoas que precisam ter suas residências e não têm acesso. Muitas vezes, porque o Minha Casa, Minha Vida que tem aqui, o salário é acima de três salários mínimos, e nós precisamos cuidar das pessoas. É para isso que eu quero ser prefeito, porque um bom prefeito cuida das pessoas, principalmente daquelas que mais precisam, e por isso vou trazer para Taubaté o programa Minha Casa Minha Vida, em parceria com o Governo Federal.

Miguel Kater – Mais uma pergunta a ser elaborada pela jornalista Renata Dias, e o tema é segurança para o candidato Ortiz Junior.

Renata Dias – A maioria dos casos de violência está ligada ao tráfico de drogas. Você acredita que o usuário deve ser tratado como um doente ou como um agente desse processo criminoso? Em que área você pretende investir para amenizar esse problema?

Ortiz Junior – Eu quero dizer que segurança pública passa também por habitação. A casa é a moradia da família, e nos governos anteriores do PSDB, na cidade, nós construímos nove mil casas. Seja o Mário, quando foi prefeito pelo PSDB, seja com o ex-prefeito Bernardo Ortiz. Nós vamos reformar todas essas casas para que as pessoas tenham uma moradia melhor. Ainda na área de segurança, nesses conjuntos habitacionais e pela cidade, melhorar a iluminação pública. Esses jovens, que hoje estão atingidos pela droga, sejam como dependentes ou como potenciais usuários, nós temos a condição de colocá-los em programas efetivos da Prefeitura, de cobertura e proteção social. É importante trazer esse jovem para dentro de uma escola em tempo integral, que ensina música, teatro, dança, que faz reforço escolar, que alimenta bem, que cuida, protege e dá formação humana. Os jovens que estão hoje na dependência química têm que ser tratados como pessoas que sofrem de uma enfermidade, de uma doença, que é o vício. A gente tem condição de colocar na cidade, em parceria com o Governo do Estado. Aliás, o governador Alckmin já anunciou dentro do Hospital Universitário uma clínica de tratamento – uma masculina e uma feminina – para que a gente possa recuperar essas pessoas. A recuperação não é só colocar na clínica, também é cuidar da família com psicólogo, assistente social, para que a família receba de volta esse dependente em casa, nessas casinhas que são construídas pela Prefeitura e que a gente vai reformar. É importante também dizer que é preciso dar ensino profissionalizante a esses jovens que estão na casa de internação, para que eles possam sair e ter condição de entrar no mercado de trabalho, e fundamentalmente, ações afirmativas nos bairros para que esses jovens não entrem no caminho do tráfico de drogas.

Miguel Kater – O jornalista Pedro Luiz Belisque fará sua pergunta a respeito do tema educação ao candidato Mário Ortiz.

Pedro Luiz – O atual prefeito se orgulha da construção de escolas consideradas por ele de modelo padrão, como, por exemplo, as escolas do Marlene Miranda e Santa Tereza. Qual é o modelo padrão de escolas que será adotado pelo senhor? E, ainda, transformar todo o ensino em tempo integral é proposta ou fantasia?

Mário Ortiz – Acho que transformar o ensino em tempo integral não é uma fantasia, é uma proposta. Demora um tempo, pois precisa de um grande aumento de investimento de professores e infraestrutura. A proposta é fazer primeiro essa expansão para tempo integral nos bairros onde há carência. Já fizemos, isso começou no meu governo e foi continuado. Hoje, está desfigurado e não tem a obrigatoriedade de ficar tempo integral, não tem merenda adequada, falta alimentação, as atividades paralelas são muito fracas, e isso tudo tem que ser reformulado. O critério é começar onde há mais carência de educação. Quanto ao modelo de escola, cada um tem o seu. Eu já visitei o Sedes, é algo majestoso, mas você coloca lá o número de alunos semelhantes a uma outra escola que você constrói com R$ 7 milhões. Eu acho que pode fazer uma coisa melhor, no meu mandato eu coloquei piso nas escolas, fiz um acabamento melhor, mas não precisa chegar nesse luxo todo. Ainda bem que tem, e vamos continuar mantendo o Sedes e fazer outros, espalhados pela cidade. Enquanto nesse governo foi feito um, nós vamos fazer três.

Miguel Kater – A jornalista Renata Dias é quem faz a pergunta, com o tema que diz respeito à política, para o candidato Jenis de Andrade (PSOL).

Renata Dias – Candidato, o senhor critica o modelo político adotado, não só por Taubaté, mas também pelo próprio país. É possível governar uma cidade sem ter apoio da Câmara e de outros partidos, sem fazer alianças?

Jenis de Andrade – É possível sim, pois geralmente, quando é preciso fazer alianças ou acordo com a Câmara, é algum projeto que vai prejudicar a população. Sempre foi assim, lembrem do fato Mensalão, que prejudicaria no setor previdenciário, prolongando o tempo de serviço de quem precisava se aposentar. É possível sim fazer um bom trabalho com a Câmara, mesmo democraticamente, enviando projetos e, quando for favorecer a população, certamente nenhum vereador votará contra, pois faremos pressão popular. Vamos também mudar o horários das sessões, que colocam justamente em horário que a população não consegue participar e acaba não sabendo o que está acontecendo. Vamos ter transparência dos atos do governo municipal, faremos audiências públicas com a população, mas verdadeiras, que não sejam manipuladas pelo Poder Executivo, empresas ou empreiteiras. Vimos isso no caso da Sabesp, no Plano Diretor, em que vereadores mudaram de opinião de um ano para o outro. A Câmara acabou virando um balcão de negócios, onde sempre tem ‘lobisbas’, que oferecem dinheiro para vereador, para ele votar da forma que ele quer.

QUARTO BLOCO – Candidato questiona candidato

Neste momento, foi concedido direto de resposta do candidato Ortiz Júnior, sobre a questão da denúncia feita pelo Ministério Público, apontada por Isaac do Carmo.

Ortiz Júnior – Queria dizer mais uma vez à população de Taubaté que campanha não se faz com baixaria, com agressão, desviando focos de propostas e projetos para a cidade, para agredir o outro candidato. Agredir, fundamentalmente sem provas. O candidato Isaac afirmou que o Ministério Público fez uma denúncia, e não é verdade. Há uma investigação, que partiu de uma denúncia do PT na Assembleia Legislativa. Foi esse mesmo partido que fez a denúncia para desviar o foco das eleições e para que o candidato pudesse usar isso no horário eleitoral. Governo é reflexo de campanha. Campanha assim mostra que o governo não tem capacidade de elaborar propostas para resolver os principais problemas da cidade. Eu vou continuar discutindo propostas e projetos para Taubaté, daqui até o final da eleição.

Miguel Kater – Candidato questiona candidato, sendo o primeiro candidato a perguntar, com regras já pré-estabelecidas, é Padre Afonso Lobato (PV).

Padre Afonso pergunta para Mário Ortiz – Você me conhece há muito tempo, sabe que o que me fez entrar para a política foi o trabalho social. Nesses dez anos de deputado, consegui trazer projetos importantes para a nossa cidade, como o Bom Prato, Poupatempo, Fatec, inúmeras emendas para os hospitais, sendo que o Hospital Universitário chegou a receber uma emenda de mais de R$ 4,5 milhões. Você julga que a experiência é importante para quem quer ser prefeito de uma cidade como Taubaté?

Mário Ortiz – Julgo sim, Padre Afonso, principalmente no momento em que vivemos de uma desconstrução de governo da cidade. Vivemos um caos administrativo e que vai necessitar de pessoas que tenham competência para resolver essa questão. Eu concordo que você é um bom deputado, pedi o seu apoio para a minha candidatura, mas você permaneceu como candidato. Tem uma experiência administrativa, e acredito que faremos uma bela parceria. Você preferiu ser candidato, e hoje vamos ter que nos enfrentar, mas continuamos amigos. Eu diria que Taubaté precisa de alguém que teria passado por administração pública, que tenha condição de diagnosticar problemas, saber “apertar o botão” e resolver o problema do povo de Taubaté, sem depender de ninguém de fora. A responsabilidade e a solução são só de quem senta na cadeira de prefeito, ninguém mais pode repartir isso, ela é indelegável. Quero fazer aqui um apelo para o meu eleitor, que sempre confiou em mim e sabe que eu sempre fiz um bom trabalho para Taubaté: é momento de estarmos juntos, fazendo um time e ganharmos essa eleição, porque vamos colocar de novo o município como uma cidade feliz, com comprometimento. Eu amo Taubaté, sou daqui, já fui prefeito e quero ser prefeito de novo, para poder trabalhar em parceria com a comunidade, implantando programas e trazendo bons resultados para a nossa querida Taubaté.

Padre Afonso Lobato (réplica) – Concordo com Mário, que experiência é importante. Durante dez anos que fui deputado, trouxe projetos importantes para cidade. Isso faz com que adquira experiência, visitando inúmeros municípios, votando orçamento das cidades. Mas o que me provocou a querer ser prefeito de Taubaté é quando percebo as reais necessidades do nosso povo. Por isso nós queremos implantar um mutirão da saúde, resolvendo o problema do Pronto-Socorro Municipal, zerando também a fila para exames e consultas. É uma afronta à população pobre, que fica esperando de seis meses a um ano para fazer uma consulta ou exame. É uma experiência que Taubaté precisa, e eu reafirmo que tenho.

Mário Ortiz (tréplica) – Nós temos aqui, com exceção do candidato Jenis de Andrade, que tem outra maneira de pensar, soluções muito parecidas. Todos os candidatos estão colocando soluções semelhantes. O que vai diferenciar o voto, uma gestão. É quem sabe fazer. O Padre tem um trabalho de legislativo legal, eu reconheço isso. Mas Padre, o senhor nunca foi do Executivo, e nesse momento Taubaté precisa de gente que tenha experiência no Executivo. Eu estou propondo o meu nome porque creio que, neste momento, eu sou a melhor solução para Taubaté. Não só por ter passado pela Prefeitura, mas por ter conhecimento como vereador hoje e tenho acompanhado a evolução da cidade. Sei que neste momento estou preparado para fazer uma gestão tranquila, de paz entre Executivo e Legislativo.

Mário Ortiz pergunta para Ortiz Júnior – Você está fazendo uma campanha muito rica. Como você consegue fazer uma campanha tão rica assim? Explique como você pode contratar, inclusive, Duda Mendonça para trabalhar na sua campanha?

Ortiz Júnior – Quem me dera poder contratar o Duda Mendonça. A empresa que faz o nosso marketing é chamada E3 Comunicação de São Paulo. Nós temos uma campanha, que temos organizado bem o programa de televisão, apresentando as propostas baseadas em mais de 300 reuniões que fiz, ouvindo mais de 20 mil pessoas pessoalmente, olhando no olho e anotando dados. Daí, elaboramos um plano de governo e concentramos bastante esforço na TV, sem agressões, baixarias, somente discutindo propostas. Temos como outros candidatos, que estão aqui reunidos, bandeiras nas ruas, sinalizando o número do candidato, e é importante que as pessoas vejam e grave o número, panfletagem. Nossa conta está registrada no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e está aberta para todos. As últimas prestações de conta também serão abertas a todos, assim como a dos outros candidatos presentes. Elas são bem controladas, conforme as regras da Justiça Eleitoral. Em relação aos recursos da Prefeitura, quero dizer que o ano que vem ela terá um orçamento de mais ou menos R$ 790 milhões, contando com Câmara, Universidade e todo recurso público que é arrecadado com base nos impostos. Com isso, quero dizer à população que esse recurso público será priorizado para enfrentar problemas graves na cidade, violência, implantar ações afirmativas, seja por meio do esporte, lazer, cultura, entretenimento; recuperar áreas públicas, ensino profissionalizante; criar clínicas de dependentes químicos. São obras que faremos com o orçamento da cidade, que permite.

Mário Ortiz (réplica) – Quero deixar claro que campanha humilde, pequena, quem está fazendo é o deputado Padre Afonso, eu e o Jenis. Estão fazendo muito controladas, fazendo com que o gasto do dinheiro seja muito certinho, para chegarmos até o final. Estamos enfrentando uma máquina dos governos do Estado e Federal. Deixo claro para você que vamos continuar da mesma forma, com seriedade e propondo soluções para Taubaté. Nossas experiências e trabalhos já realizados garantem a nossa qualidade para solicitar o voto do taubateano para nossa cidade. Isso está muito claro, quem tem campanha milionária não sou eu, não é o Padre Afonso, não é o Jenis, mas tem campanhas muito ricas em Taubaté, e precisa saber da onde vem esse dinheiro.

Ortiz Júnior (tréplica) – Gostaria de agradecer primeiramente à população de Taubaté, pelos mais de 40% divulgados hoje, na segunda rodada de pesquisa Ibope. Isso é uma votação muito significativa e me honra muito. Essa votação só seria possível se o candidato fosse às ruas, verificasse os problemas da população, ouvisse a população, elaborasse um bom plano de governo. Taubaté tem alguns desafios muito importantes, como a saúde pública. Agora, com o Complexo Hospitalar anunciado pelo governador Alckmin, R$ 50 milhões em investimentos, sendo R$ 30 milhões de investimentos para o Hospital Regional, R$ 20 milhões para recuperar o Hospital Universitário. Nós vamos levar o Pronto-Socorro para dentro do Hospital Universitário, depois o Governo do Estado vai investir R$ 4 milhões na construção de um Ambulatório Médico de Especialidades, no prédio onde fica o PS, e mais R$ 1,5 milhão de custeio mensal, para especialidades e exames. É assim que a gente pretende resolver o problema da cidade, a população tem entendido isso, e sou muito grato.

Ortiz Júnior pergunta para Isaac do Carmo – O trânsito é um dos principais problemas da cidade e afeta todo mundo. Ricos e pobres, quem anda de carro ou de ônibus, quem mora no centro e nos bairros. Eu gostaria de saber qual é a sua proposta para resolver o problema do trânsito em Taubaté?

Isaac do Carmo – Vou trabalhar com muita firmeza para resolver, dar um salto de qualidade em quatro anos, porque nos últimos 20 anos essa cidade, infelizmente, não foi planejada, para que nesse momento pudéssemos ter um número razoável de veículos. Hoje, temos mais de 170 mil automóveis, mais de 36 mil motos. No meu governo vamos fazer uma grande obra, importante para a cidade, como outras cidades já fizeram, como por exemplo, a retirada da linha férrea, que vai, com toda certeza, desafogar e muito a região do centro, a periferia, melhorando a vida das pessoas que residem na área Ponte Seca, IAPI, Vila das Graças e Água Quente. Acima de tudo, essa medida também tem o objetivo de diminuir a criminalidade, pois hoje não se pode atravessar uma linha do trem no período da noite, pois são pontos, infelizmente, de cracolândias e por vezes de prostituição. Vamos investir na mudança de todos os acessos para nossa cidade, dos viadutos principalmente, pois estão ultrapassados. O problema do trânsito, faltou nos últimos 20 anos do governo dessa cidade, que foi governado por um bom período pelo PSDB, faltou planejar a cidade. Quero ser e vou ser o prefeito de Taubaté que não vai só resolver os problemas que temos hoje, mas que vai discutir com a nossa população o orçamento para os próximos 20 anos, ou seja, planejar a cidade, e tenho muito orgulho de ter o apoio do Governo Federal para essas obras, pois tem muito candidato dizendo que vai governar sozinho, mas Taubaté está isolada há muito tempo. A população vem demonstrando o meu crescimento nas pesquisas eleitorais, o munícipe sabe que não consegue resolver os problemas da cidade, principalmente a questão do trânsito, sem um investimento em parceria com o Governo Federal, através de obras do PAC da presidente Dilma.

Ortiz Júnior (réplica) – Problemas que a gente consegue enfrentar, por exemplo, melhorando o sistema viário da avenida Independência, aproveitando o sistema viário da avenida Marrocos e Arthur da Costa e Silva, melhorando a saída e o acesso para a Dutra, duplicando o viaduto da Cidade Jardim. De outro lado, avenida Francisco Barreto Leme, aproveitando aquelas vias intermediárias que foram construídas no Jardim do Estado e Vila São Geraldo, para que possamos escoar melhor o fluxo de trânsito. Ampliar as duas marginais da Dutra, a Bandeirantes e a Dom Pedro I. A Bandeirantes fará o escoamento do sistema viário da Avenida Faria Lima, que é outro sistema muito complicado, e o grande sistema viário da Avenida Charles Schnneider, Carlos Pedroso da Silveira e rodovia Emílio Amadei. A gente tem a Estrada do Pinhão, um projeto antigo que está na Prefeitura, até o distrito industrial do Quiririm, para receber todo fluxo de carros, caminhões, ônibus, dos distritos industriais e do Quiririm, onde moram 20% da população de Taubaté, para que possam chegar até o centro com conforto e segurança, sem a necessidade de passar pelo sistema viário da Charles Schnneider, pela Nove de Julho e Marechal Deodoro.

Isaac do Carmo (tréplica) – Quero afirmar a você, meu amigo e minha amiga, a importância que nós temos que pensar no modelo de trânsito para a cidade. Quero afirmar a você, que não conhece as informações do ponto de vista do orçamento do município, hoje a Lei de Responsabilidade Fiscal impõe os limites nos gastos por município de até 94% do seu orçamento. Pode ser gasto até 56% com folha de pagamento, 25% com a educação e mais 15% com a saúde. Portanto, sobra muito pouco para investir nessas obras. Por isso, eu tenho dito: tenho muito orgulho e vou buscar. Vou governar Taubaté, fazer projetos e levar diretamente ao Governo Federal, para que possamos ter investimentos, como milhares de cidades estão tendo, milhares de cidades estão mudando, melhorando no seu aspecto de trânsito, saúde, educação, com parcerias efetivas do Governo Federal, que tem sido um grande parceiro dos municípios. Portanto, candidato que acha que vai administrar a cidade sozinho novamente mantém a cidade no isolamento. Para isso, quero ser prefeito de Taubaté, para colocar a cidade em sintonia com o Governo Federal.

Isaac pergunta para Jenis – O Governo do Estado tem muito a desejar no combate à violência, em nossa cidade. O que você pretende fazer em relação ao Governo do Estado para melhorar, no que diz respeito ao combate à violência, mesmo nós sabendo que nossos policiais militares fazem um grande trabalho na cidade, mas falta recursos. E você, como um entendedor, até por ser um servidor municipal, na área de segurança pública, como agente penitenciário, o que nós podemos fazer para realmente trazer novamente a questão da segurança para a nossa população? Porque não é possível Taubaté conviver com esses índices alarmantes da violência e de insegurança na cidade.

Jenis de Andrade – Só uma correção, eu não sou um servidor municipal, nem gostaria de ser também. Sou servidor estadual, infelizmente, de um governo que está aí há 17 anos, de um partido que destruiu a segurança pública no Estado de São Paulo e dos prefeitos que aqui passaram, sempre colocados por um cacique político. O Bernardo Ortiz destruiu a segurança pública, a educação e a saúde de Taubaté, e agora quer nos “empurrar” o filho “goela abaixo”, um ex-primo “goela abaixo”. São tudo “farinha do mesmo saco”, então a cidade está nessa situação, graças ao governo do PSDB do Estado de São Paulo e graças aos prefeitos que por aqui passaram. Vamos investir em políticas públicas sociais, em educação para os jovens, e lazer, esporte, para que esse jovem não seja cooptado pelo crime organizado, para que esse jovem não entre para o vício. Vamos investir também em educação integral, para que esse jovem esteja com a mente ocupada e não esteja envolvido com o crime organizado. Também o Governo Federal deixa a desejar, nos abandonando na cidade. Diz que é incompetência do prefeito que governa atualmente o município, diz também que é falta de interesse do prefeito, mas é um político que a sua vice é do PT, coligada com o Governo Federal. Precisa-se então de investimentos na raiz do problema, investir em políticas públicas sociais. Esse Governo do Estado é criminoso, um presidiário entra no sistema prisional e vê que o Governo do Estado é mais criminoso e mais bandido do que ele.

Isaac do Carmo (réplica) – A questão da insegurança que Taubaté, infelizmente, se encontra, só pode resolver quem realmente convive com esse problema. Tenho muito orgulho de pertencer à periferia de nossa cidade, de morar na região do Parque São Luiz, de ter jogado bola no Jardim Mourisco, e quero afirmar que vamos investir muito nas pessoas. Prefeito tem que cuidar das pessoas. Como vamos cuidar? Novamente devolvendo as quadras, os campos de futebol à população, fazendo parcerias com o Governo do Estado, ampliando a participação do município junto às polícias Militar e Civil, e vou dobrar o número de guardas municipais até o final da minha administração. Somente vamos conseguir reduzir o índice de criminalidade de Taubaté investindo nas pessoas, é isso que vou fazer, pois conheço a realidade do meu povo e participo da vida do meu povo. Agora, quem nunca participou, quem nunca jogou bola no Jardim Mourisco não sabe efetivamente o que acontece na nossa periferia.

Jenis de Andrade (tréplica) – Veja que a situação de segurança pública é graças às conquistas que os caciques políticos dessa cidade, das famílias tradicionais, trouxeram para nós. Esses presídios que aqui estão, onde o preso, que é ladrão de carteira, entra e “sai PHD” em crime, são verdadeiras fábricas de monstros, isso que trouxeram para nós. Isso que o Bernardo Ortiz Júnior vai trazer para nós, no seu governo do PSDB. Então, você eleitor, não deixe entrar na sua mente, com essa “musiquinha” que toca o dia inteiro, não deixa ele te comprar com essas bandeiras e faixas. Você, que trabalha para ele, é um dinheiro que você tem que perguntar de onde vem, senhor Bernardo Ortiz Júnior. Porque é um dinheiro sujo, mais eu sei que você precisa desse emprego e está lá, debaixo de sol, com a bandeira o dia inteiro, mas preste atenção nesse candidato Bernardo Ortiz Júnior.

Jenis pergunta para Padre Afonso – O senhor, como base do governo PSDB, sempre lá defendendo o governo do PSDB, um candidato que eu considero maior que o PV do Vale do Paraíba todo, e o senhor não precisaria disso. O senhor tem muito mais personalidade, muito mais aparência aqui no Vale do Paraíba do que o PV todo, e o senhor não precisaria disso. Como o senhor se sente sendo base do governo do PSDB? Porque tem uma secretaria lá, do PV, e sempre destruindo, é um governo criminoso, destruindo a educação, saúde e segurança pública.

Padre Afonso Lobato – Jenis, o governo não erra em tudo. Tem erros e tem acertos. No meu entendimento, sendo base do governo, é porque tem acertos. É verdade que o governo tem falhado na questão de segurança pública, mas enquanto base aliada, pertencemos também a esse governo, porque temos a Secretaria de Recursos Hídricos. Mas nós, como base aliada, não significa base alienada. Tenho procurado então ter uma visão mais crítica desse governo, não somente por ser candidato, mas mesmo enquanto deputado, assinando várias CPIs que julgo importantes para investigar. O governo não deve temer CPIs, muito pelo contrário. Governo que quer ser transparente e quer, de fato, governar para a população com ética e honestidade não deve temer a CPI. Portanto, eu me sinto bem nesse sentido. Agora, o que me faz sair a prefeito é ver a situação do nosso povo. Nosso povo tem que levantar de madrugada e ir às filas para marcar uma consulta. São pessoas de idade, doentes, e isso é um absurdo. O Pronto-Socorro é uma situação de calamidade, e julgo que o governador errou muito quando deixou para anunciar, porque faz um ano e meio que está anunciando, no período eleitoral e quase na reta final, a criação do complexo hospitalar. Sabe quando ele vai investir R$ 50 milhões em Taubaté? Eu não sei quando. Neste governo garanto que não, pelo menos este ano não vem R$ 1. Quem votou o orçamento para este ano, e eu participei da votação do orçamento. Realmente é um governo que tem falhado. Pessoas morrem sem leitos de UTI, e isso é um absurdo. Ficam oito pessoas na fila esperando um leito de UTI, e isso é do governador do Estado.

Jenis de Andrade (réplica) – O deputado Padre Afonso tem uma postura tímida na Assembleia Legislativa. Achamos, nós do PSOL, que ele poderia nos representar muito melhor, mas infelizmente existem pessoas, existem políticos que adoram a desgraça das pessoas, que usam da desgraça e da doença das pessoas. O deputado Padre Afonso, vários amigos meus já me falaram, me salvou. Não deveria ser assim. Você não deveria procurar um deputado para fazer uma consulta no hospital, se internar. Tem que ser para todos. Então, se você não for amigo dele você não vai ter esse atendimento, se você não conseguir falar com ele por telefone, você não vai furar a fila. Ele tem que combater sim esse governo criminoso, que é muito mais criminoso que a facção criminosa que está aí agindo no Estado de São Paulo, que sempre detonou a segurança pública desde 2006.

Padre Afonso Lobato (tréplica) – A minha postura tem sido defender a nossa região, e por defender nossa região, nós participamos ativamente da criação da Região Metropolitana. Vi tantos projetos importantes para o nosso Vale. Quando eu atendo um telefone, o próprio Mário Ortiz me ligou algumas vezes, o vereador Digão, várias pessoas me ligam, dizendo: “me ajuda, você conhece o pessoal, trabalhou para a implantação do Regional, mesmo no Universitário você ajuda com emendas”. Inclusive, o ambulatório que está sendo todinho reformado com emenda de R$ 490 mil, [é emenda] pessoal nossa, pontual nossa. Agora, eu não posso ser surdo a isso. Quando alguém liga, eu não posso dizer que não tenho nada com isso, que não me interessa, porque eu sei o sofrimento de alguém que está na fila, que está com o familiar doente e precisa de internação. Eu tenho que fazer o possível. Nosso escritório fica aberto o dia todo, são milhares de pedidos que nós fazemos de tudo para atender e dar dignidade às pessoas.

QUINTO BLOCO – Considerações finais foi dos candidatos

Isaac do Carmo – Quero me dirigir a você, eleitor e eleitora de Taubaté, que está nos assistindo e nos ouvindo, e agradecer, do fundo do meu coração, como vocês têm recebido a minha campanha. As propostas sérias que temos falado nos nossos programas de televisão, nossos projetos de parcerias com o Governo Federal para trazer o Samu e a UPA, que são Unidades de Pronto Atendimento à saúde, para melhorar a saúde de nosso município, trazer o CEU (Centro de Educação Unificado), que é uma marca importante do nosso governo, das prefeituras dos Partidos dos Trabalhadores. Taubaté não consegue responder às demandas necessárias à nossa população sem uma parceria efetiva do Governo Federal, portanto, o que você está recebendo nas ruas, em suas residências, recebendo a minha candidatura como uma candidatura que realmente traz a marca do povo de Taubaté, da periferia, da população que trabalha no dia a dia, da população que sente na pele os problemas que a nossa cidade vive, e temos nos colocado como candidato que tem mais crescido nas pesquisas de Taubaté. Comecei em fevereiro com 2,8%, e hoje já estamos, segundo a última pesquisa do Ibope, com 21% de intenção de voto. Estamos indo rumo certo e sólido para o segundo turno. Com muita humildade, vamos continuar como sempre, olhando nos seus olhos, apertando sua mão, conversando na sua casa, no seu bairro, realizando nossos comícios e mostrando a você que chegou a hora de Taubaté crescer junto com o Brasil. Chegou a hora de a nossa cidade produzir uma qualidade de vida diferente para o nosso povo, como, por exemplo, a medida que a presidenta Dilma fez recentemente de reduzir a tarifa de energia da população em até 16%. São medidas como essa que atendem o social e atendem as pessoas que nós queremos fazer aqui em Taubaté, como, por exemplo, a implementação do bilhete único também. Portanto, agradeço o apoio de vocês, agradeço o resultado da eleição. Boa noite e muito obrigado.

Padre Afonso Lobato – Quero agradecer a oportunidade, agradecer os candidatos, à TV Câmara, OAB e Difusora. Sobretudo dizer a você que, quando o Jenis fala que as pessoas me ligam, por um lado eu fico feliz, porque é sinal que as pessoas têm acesso ao meu telefone. Gostaria que tivessem acesso a todos os telefones de políticos dessa cidade, mas não concordo que as pessoas precisem ligar para o político para resolver os seus problemas. Sobretudo a questão da saúde, que mexe com a vida das pessoas. O sistema tem que funcionar para as pessoas não precisarem ligar para o prefeito, o deputado, o vereador, e pedir pelo amor de Deus um favor. Por isso que eu quero ser prefeito de Taubaté, ser prefeito para fazer as coisas funcionarem não só na saúde, para impedir que as pessoas morram no Pronto-Socorro, sem um hospital de retaguarda para acesso, mas também que as pessoas possam ter acesso à vida e qualidade de vida. A questão das drogas toca muito de perto. Trabalhei muito tempo com isso e trabalho com isso, apoiando diretamente casa de recuperação. Se nós sabemos que a questão das drogas é bastante impactante, responsável pelo aumento da violência em nossa cidade, temos que ter políticas preventivas e ocupar nossas quadras com esporte, lazer, dar entretenimento a essa nossa juventude, escola de tempo integral, o primeiro emprego como uma grande oportunidade, mas também recuperar esse jovem dependente. É extremamente importante recuperar, dar saúde psíquica, mental, espiritual a esse jovem e também a sua família. É extremamente importante a parceria com clínicas particulares, não acredito que o governador faça clínicas feminina e masculina no Hospital Universitário, porque lá também não é o lugar disso. Na verdade, eu quero pedir o seu apoio, o seu voto, porque eu tenho trabalhado muito como deputado e trazido projetos e conquistas importantes para nossa cidade e para nossa região e tenho certeza que, como prefeito, eu farei muito mais. Peço o seu apoio, o seu voto no dia sete de outubro.

Jenis de Andrade – Amigo e amiga de Taubaté, queremos aqui também mostrar que nós temos um programa diferente de todos esses candidatos. Nós somos os únicos que vamos valorizar o servidor público municipal, criando os planos de carreira para todas as categorias, vamos ouvir os conselhos municipais sobre todos os assuntos referentes à cidade. Agora, tem umas contradições de alguns candidatos que prometem geração de emprego, outro promete que vai acabar com o cabide de emprego. Mas, como vai acabar se ele era cabide de emprego do Roberto Peixoto? O próprio Roberto Peixoto disse que ele entrava às 11h e saía ao meio-dia. O candidato Bernardo Ortiz Junior, com sua voz fofa, seu visual bonito, aparado, lindo, não acredite, não deixe ele entrar na sua mente. O candidato do PT, Isaac do Carmo, também diz que vai fazer geração de emprego. Mas como, se ele, como sindicalista, em vez de defender o trabalhador, fez acordo que reduziu o piso salarial dos metalúrgicos e o congelamento do salário dos metalúrgicos até 2016? Então, não acredite. Vote também num vereador do PSOL, 50, se você votar na coligação do PSOL, terá certeza que vai eleger um vereador do PSOL. As outras coligações, o voto é do partido da coligação, e é importante você saber disso. É capaz de você votar em um vereador amigo seu e eleger aqueles que estão há mil anos aqui na Câmara Municipal de Taubaté. Então, é muito importante votar prefeito 50, Jenis de Andrade, e 50 para vereador.

Mário Ortiz – Taubateano, vou ter um papo franco com você no final desse debate, já na reta final das eleições. Você me conhece, minha vida dos últimos 16 anos está intimamente ligada com a vida de Taubaté. Trabalhando pela Prefeitura, consegui muitos resultados, sempre fazendo um trabalho em conjunto com você, em equipe, ouvindo você, indo na sua casa, indo nas reuniões dos bairros, com as associações de moradores que precisam ser valorizadas novamente. Nosso trabalho foi comprovado durante todo esse tempo que passamos na administração pública. O PSF, internação domiciliar, ensino de informática em um momento que ninguém tinha isso, distribuição de leite nas escolas, esporte, cultura, tudo isso aconteceu no período de quatro anos. Habitação popular, enfim, um trabalho enorme que fizemos por Taubaté e nesse momento estamos solicitando de você que confie de novo no nosso trabalho. Nós vamos fazer muito mais, mas não adianta a gente vir aqui e falar que vai fazer o que já foi feito, porque isso os meus adversários estão falando. Perdemos 12 anos, e todos esses programas foram desestruturados, não vamos perder mais 12, gente. Agora, nós temos também que inovar, e a inovação tem que se dar onde a gente mais precisa, e o taubateano está preocupado com a saúde. Nós queremos fazer um hospital municipal com hospital da mulher e maternidade para resolver questão do parto, que hoje é feito em Pindamonhangaba. Nós queremos fazer um anel viário para realmente aliviar o trânsito no centro, melhorar o transporte público e baratear a passagem, com uma ação que eu fiz contra a empresa concessionária de ônibus. Enfim, o primeiro emprego, vamos fazer uma lei especial para isso, eu já apresentei aqui na Câmara. Eu peço o seu voto, meu número é 55 e tenho certeza que farei um grande trabalho junto com vocês.

Ortiz Junior – Agradeço o Miguel, nosso mediador, agradeço os outros candidatos pelo debate, à rádio Difusora, a OAB, agradeço a você, telespectador e ouvinte da rádio, que está aí, até tarde, nos ouvindo. Queria dizer que política em Taubaté, esse ano, vai dar a próxima administração da cidade a opção de escolher o próximo prefeito, vai projetar a cidade para os próximos anos. Taubaté regrediu muito nos últimos oito anos em vários serviços públicos, principalmente nos serviços de saúde, educação, segurança e prevenção primária, e vai ter a oportunidade de escolher o mais preparado, aquele que vai ter condição de projetar a cidade para o futuro. Taubaté já está saindo do isolamento, o governador Alckmin assinou um convênio entre o Hospital Regional e o Hospital Universitário, num investimento de R$ 50 milhões: R$ 30 milhões para o Regional e R$ 20 milhões para o Universitário. Além disso, Ambulatório Médico de Especialidades recusado pela Prefeitura vai voltar para Taubaté. É um investimento de R$ 1,5 milhão por mês, R$ 18 milhões por ano para custeio, manutenção, exame, médico, material, limpeza, humanização do atendimento. Além disso, R$ 4 milhões para construir. Isso tudo é investimento do Estado, e é importante ter a parceria do prefeito com o governador do Estado, que é quem mais investe em saúde no município. Para se ter uma ideia da comparação, uma consulta paga pelo SUS, que é Governo Federal, para médico especialista é R$ 10. É a coisa mais difícil do mundo encontrar um médico cardiologista pago pelo SUS para atender. Agora, no Governo do Estado, o médico é pago com honorário de mercado dentro do Ambulatório Médico de Especialidades, é retirado de uma clínica particular e recebe um salário para dar atendimento de primeiro mundo no AME que vamos trazer para Taubaté, assim como o Pronto-Socorro dentro do Hospital Universitário.

A junta de advogados da OAB enviou comunicado para ser lido pelo mediador, Miguel Kater, solicitando direito de resposta acerca da acusação feita contra José Bernardo Ortiz. Pediu também direito de resposta acerca do fato de utilização de dinheiro sujo em sua campanha. O direito de resposta foi acerca de pronunciamento do candidato do PSOL, Jenis de Andrade.

Em relação ao fato relacionado ao Bernardo Ortiz, ficou o pedido foi indeferido, sob fundamento de não ser ele parte no debate. Já em relação ao fato da afirmativa de dinheiro sujo, a OAB deferiu o pedido de direito de resposta, com um minuto ao Ortiz Júnior.

Ortiz Junior – Novamente agradeço, e [quero] dizer que campanha não se faz com baixaria, com agressão. Campanha em respeito ao eleitor, que já vem de uma cidade com serviços públicos mal oferecidos à população e de baixa qualidade, não é justo dar ao cidadão taubateano e à cidadã taubateana nesse momento de eleição a agressão, denegrir a imagem e levar a campanha para a baixaria. A minha campanha, toda ela, é propositiva, calcada em cima de propostas e resultados positivos para a população de Taubaté. É por isso que sou candidato a prefeito, porque me propus a fazer uma campanha ouvindo você, cidadão, anotando sugestões, formulando um plano de governo e podendo de fato responder os principais anseios da cidade. É nisso que eu acredito, é por isso que eu estou aqui. Sou candidato para defender os interesses da população e discutindo planos de governo, porque é assim que eu quero governar: respeitando você, cidadão. Novamente agradeço os 42% que confiam em mim na última pesquisa Ibope. Vou saber honrar essa confiança e fazer o melhor para a nossa cidade.