Compromisso assumido com 30 famílias cujas propriedades serão afetadas pelas obras que ligarão a rodovia Carvalho Pinto com a Oswaldo Cruz pode provocar um embate tucano entre o prefeito Ortiz Júnior e o governador Geraldo Alckmin
De repente, no início da noite de quarta-feira, 04, chega uma bomba à redação: o prefeito Ortiz Jr (PSDB) teria feito um Boletim de Ocorrência contra a Ecopistas, concessionária responsável pela manutenção e administração da rodovia Carvalho Pinto para garantir que fosse respeitado o embargo da Prefeitura às obras que farão sua ligação com a rodovia Oswaldo Cruz. E mais, as primeiras informações eivadas de boato davam conta da prisão da secretária de Mobilidade Urbana Dolores Moreno Pino, a Lola.
Lola riu quando a reportagem de CONTATO lhe telefonou. Mas o BO foi registrado no 1º Distrito Policial (DP) pelo prefeito Ortiz Jr.
Embargo
No dia 08 de novembro de 2013 foi realizada audiência pública na Câmara Municipal para avaliar o impacto que teria sobre os moradores localizados no trajeto previsto para a construção da extensão da rodovia Carvalho que a ligaria à rodovia Oswaldo Cruz, quiçá até Guaratinguetá.
Débora Vasconcelos, residente e proprietária de um sítio localizado no trajeto previsto estava presente na Audiência Pública. Sua intervenção sensibilizou a todos: ela residia no sítio, tinha filho pequeno (pelo menos um estava em sua companhia), não tinha para onde ir e tampouco recursos para sobreviver.
Prefeito Ortiz Jr foi um dos que se sensibilizaram. Imediatamente solicitou que sua assessoria agendasse uma reunião com as 30 famílias que seriam prejudicadas pelas obras que seriam realizadas.
Na reunião com os moradores, o prefeito assumiu publicamente um compromisso: a obra não teria continuidade enquanto o último morador não tivesse sido integralmente indenizado. Dito e feito. Imediatamente acionou os secretários de Planejamento, Mobilidade Urbana, Segurança e Negócios Jurídicos para darem o respaldo necessário à sua decisão.
A Ecopistas, no entanto, deu continuidade ao seu projeto nos trabalhos restritos à área no entorno da rodovia. Mais recentemente, teve início o prolongamento propriamente disto. No dia 28 de janeiro de 2015 a obra foi embargada, segundo o BO 695/2015.
No domingo, 1º de fevereiro, segundo a secretária de Mobilidade Urbana, Dolores Moreno Pino, a Lola, houve uma vistoria no local, mas ninguém estava trabalhando. Na terça-feira, 03, novas denúncias fizeram Lola retornar a local para garantir a manutenção do embargo porque a Ecopistas não tinha apresentado, ainda, uma série de documentos como o projeto executivo, como seria o atendimento e indenização das 30 famílias que seriam atingidas, licença para início das obras entre outros.
Nessa mesma tarde, Lola ameaçou apreender as máquinas que estavam trabalhando no local. Ne interim, o prefeito que havia retornado da capital paulista foi informado do acontecido e imediatamente seguiu para o local acompanhado dos secretários Jean Soldi Esteves (Negócios Jurídicos) e José Alexandre do Amaral (Meio Ambiente.
No local já encontravam os representantes da Ecopistas: os advogados Marcela Cicotti Hernandes e Bruno Arantes de Carvalho, e o engenheiro Felipe Andrade.
Naquele momento, chegou uma viatura da Polícia Rodoviária que foi acionada para atender uma denúncia de furto no km 126,5 da rodovia Carvalho Pinto.
Diante do impasse e da ameaça de apreensão das máquinas, o Policial “fez um convite” a todos para continuar a discussão no 1º DP.
Na tarde de quinta-feira, 05, as obras continuavam paralisadas.